Se já estava propenso a entrar na disputa, com a pesquisa do Ibope, apontando-o como o mais popular do País, o governador Eduardo Campos (PSB) ganhou um alento para tentar sair do isolamento e viabilizar seu projeto nacional.
Embora lidere o ranking entre os 11 Estados mais importantes do País, Eduardo ainda é o pré-candidato menos conhecido entre todos os que estão de olho no Planalto. Além disso, não alicerçou ainda a sua candidatura em cima de uma base partidária consistente. Para ser encarado potencialmente, o governador necessita de uma base ampla e sólida.
Hoje, ele só conta com o seu partido e isso cria dificuldades para um projeto nacional, porque as campanhas presidenciais são feitas, hoje, basicamente, pela televisão, no horário eleitoral. Sozinho, o PSB tem menos de dois minutos no chamado guia eleitoral, tempo insuficiente para apresentar projetos e discutir os problemas do País.
Para viabilizar mais tempo no rádio e na televisão, o PSB teria que atrair pelo menos mais duas ou três legendas capazes de garantir entre quatro a cinco minutos. A princípio, o governador contava com o PSD e o MD, legenda resultante da fusão do PPS com o PMN.
Mas a fusão está ameaçada e o PSD ganhou um Ministério, forçando o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a não assumir qualquer compromisso com o PSB. Por isso mesmo Eduardo abriu negociações com o PDT e PTB. Fala-se também no PMDB, que estaria rompendo com Dilma. Tudo, entretanto, continua no reino da especulação.
Como o tempo está passando, até outubro, um ano antes da eleição, o governador tem que viabilizar apoios. E o fato de liderar o ranking dos governadores melhores avaliados do País, chega, sem dúvida, como um forte ingrediente para atrair aliados.
EM BAIXA– Pertencem ao PMDB, PSDB e PT os governadores com maiores índices de reprovação. Pela ordem, Sérgio Cabral (PMDB), do Rio; Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo; Marconi Perillo (PSDB), de Goiás e Tarso Genro (PT), do Rio Grande do Sul. Entre os melhores, o PSDB tem dois – Beto Richa, do Paraná, e Antônio Anastasia, de Minas. Já o PT não conseguiu emplacar nenhum, enquanto o PSB, além de Eduardo em primeiro, tem o cearense Cid Gomes em segundo.
Palavra empenhada – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o governador Eduardo Campos assumiu o compromisso em executar o desassoreamento da barragem de Brotas, em Afogados da Ingazeira. “Mas só podemos fazer qualquer intervenção no reservatório depois de garantir outra fonte de abastecimento para o município e isso se dará com poços emergenciais e em definitivo com a Adutora do Pajeú”, afirmou.
Os caloteiros– O deputado Luiz Henrique Mandeta (DEM-MS) caiu de pau nos prefeitos durante audiência pública na Câmara para tratar do programa “Mais médicos”. Médico por formação, afirmou que nenhum médico se aventura a trabalhar no Interior porque a maioria dos prefeitos dá calote, não cumpre com o que acerta com os profissionais da área de saúde.
PSB namora PDT– Segundo o colunista Ilimar Franco, de O Globo, Eduardo é candidatíssimo a presidente e já teria oferecido a vaga de vice ao PDT. Seu nome preferido é o senador Osmar Dias, que tem planos para disputar o Governo do Paraná. Os entendimentos do governador estão sendo feitos diretamente com o presidente do PDT, Carlos Lupi.
A vez de Lyra?– Se a aliança do PSB com o PDT se confirmar no plano nacional em torno da candidatura do governado pernambucano, o vice-governador João Lyra, principal lideranças pedetista no Estado, pode desistir do projeto de filiação ao PSB, porque seria beneficiado como provável candidato a governador pela aliança oficial.
CURTAS
AVALIAÇÃO– Postarei logo mais uma pesquisa do Instituto Opinião, de Campina Grande, parceiro deste blog, sobre a avaliação dos seis primeiros meses da gestão da prefeita de Arcoverde, Madalena Britto (PTB). O levantamento foi feito no último fim de semana num universo de 600 eleitores do município.
BATEU FOFO– Diante da pressão das entidades médicas representativas da sociedade, que foram às ruas protestar, o Governo desistiu de impor a estudantes de Medicina das universidades privadas estágio obrigatório no SUS, conforme prevê a Medida Provisória enviada ao Congresso.
Perguntar não ofende: O PMDB chantageia ao ameaçar romper com Dilma?