Música nos estudos: como cantar te ajuda a aprender
Atualmente muitos professores têm usado a música como uma verdadeira parceira de trabalho. Veja como o recurso pode ser uma ferramenta importante nas salas de aulas.
Ouvir música é uma hábito comum no cotidiano das pessoas, tão comum que, muitas vezes, é feito em conjunto com outras atividades. Uma delas, por exemplo, é na hora de estudar.
Segundo uma pesquisa britânica, estudar ouvindo música pode melhorar o desempenho dos alunos. Para atingir bons resultados, o tipo de música deve ser selecionado de acordo a disciplina a ser estudada.
Nos anos 1970, Georgi Losanov, médico e psicoterapeuta da Universidade de Sófia, na Bulgária, descobriu que a música barroca ativa o lado direito do cérebro, permitindo maior aprendizagem de novos conhecimentos, principalmente para cursos de línguas.
Música e aprendizado
Estudos também apontam que a música como ferramenta na sala de aula ajuda na expansão da linguagem, desenvolvimento do raciocínio lógico, memorização e no desenvolvimento emocional.
A psicóloga Glória Luna explica que a música tem a capacidade de ampliar nossa capacidade de aprendizagem, pois consegue transmitir conteúdos densos de forma mais leve e lúdica, facilitando a memorização.
"Está crescente a gama de professores têm trabalhado assuntos mais densos através de música e outras atividades, trazendo isso para as salas de aula como ferramenta para agregar nesse aprendizado, nessa passagem de conteúdo, e a música vem ampliando os espaços porque nós somos seres musicais, e a música vem com o intuito de atravessar você com as notas, trazendo uma suavidade, uma coisa lúdica, e esses conteúdos que seriam mais densos para aprender, se tornam muito mais leves. Esse movimento lúdico facilita a comunicação do cérebro, a memorização fica melhor, temos uma maior plasticidade nas conexões neurais, resultando em uma aprendizagem mais facilitada", afirma.
"O professor que utiliza essa ferramenta, provavelmente vai atingir seu objetivo de repassar o conteúdo de uma forma leve, e que os estudantes consigam aprender esse conteúdo justamente pela leveza como é trazido. Mas, claro que poderá ter estudantes que não se identificam com esse método musical, mas o que temos visto em algumas literaturas é que a música, de fato, tem contribuído para o aprendizado", concluiu.
O professor de química Berg Figueiredo é conhecido por utilizar a música em suas aulas como companheira de trabalho. Segundo ele, a metodologia aproxima o aluno da disciplina abordada promovendo um maior engajamento dos alunos na aula.
"Quando falamos no ensino para facilitar o entendimento dos alunos, as metodologias ativas são pontos fortes que auxiliam na educação, e uma das utilizadas por mim são as músicas e paródias para promover um engajamento maior dos estudantes, um maior entendimento do conteúdo, pois as paródias, no geral, são um resumo do conteúdo trabalhado, ainda vai auxiliar no lúdico, que faz com que o aluno entenda e interaja melhor com a disciplina"
Dono de letras divertidas, e ao som de músicas atuais e animadas, Berg repassa todo conteúdo para seus alunos. Utilizando a música Tudo ok, rit musical do funk, o professor conseguiu ensinar cálculos químicos, confira a letra:
É hoje que tu pega cálculos químicos de uma vez,
É hoje que tu pega cálculos químicos de uma vez,
Reação Ok,
Balanceamento Ok,
Informações Ok,
Conversão Ok,
Pega a equação e aplica a regra de três,
Pega a equação e aplica a regra de três.
Presta atenção, não vai se arrepender,
Uma dica dessa nunca mais vai esquecer.
Uma dica dessa nunca mais vai esquecer.
Berg explica que, ao fazer os alunos cantarem, bater palmas, os inclui na aula fazendo com que eles se sintam parte da sala de aula. "No momento que você canta uma paródia, coloca o aluno para cantar, bater palmas, ele se sente parte da sala de aula, e isso auxilia e facilita o aprendizado. Então, sempre que eu posso, gosto de fazer o fechamento dos conteúdos com paródia porque serve para resumir o conteúdo trabalhado de uma forma mais lúdica, puxando aluno para a disciplina e facilitando o aprendizado", conclui o docente.