Alunas criam petição para pedir obras femininas na Fuvest

Objetivo é chamar a atenção para importância da igualdade de gênero e pela maior valorização das escritoras brasileiras na prova da USP

por Marcele Lima qui, 25/07/2019 - 12:41
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Alunas de uma escola particular de São Paulo realizam um abaixo assinado para pedir que livros escritos por mulheres sejam incluídos na lista da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), responsável pela seleção da Universidade de São Paulo (USP). A meta é alcançar 5 mil assinaturas.

O coletivo, chamado “Eu não sou uma Gracinha”, existe desde 2014 e é composto por meninas dos ensinos fundamental II e médio, que buscam levar ao ambiente escolar temáticas relacionadas ao feminismo e empoderamento da mulher. Elas sentiram-se incomodadas por haver entre as nove obras cobradas para o vestibular, que é um dos maiores do Brasil, apenas um livro escrito por mulher e solicitam que essa escolha respeite a igualdade de gênero, valorizando grandes autoras brasileiras.

Mais de 3 mil pessoas já assinaram a petição, que faz parte do programa “Elas Mudam o Mundo“, que trabalha na busca do empoderamento feminino. As estudantes do colégio de São Paulo conheceram histórias de mulheres que lideram campanhas e mobilizações por meio da plataforma change.org, utilizando-a como instrumento de transformação social.

Em entrevista dada à "Revista Claúdia", uma das participantes do coletivo, Alice Lauria, estudante do segundo ano do ensino médio, explicou que o objetivo é chamar a atenção da Fuvest e incentivar a busca dos jovens pelas autoras que fazem parte da nossa literatura. “As jovens precisam de escritoras mulheres nas quais elas possam se inspirar. Os livros que os jovens vestibulandos leem muitas vezes são só os de leitura obrigatória do vestibular e olhe lá! Não ter representatividade feminina nestas listas é não apresentar autoras mulheres para os jovens e, dessa forma, as escritoras serão sempre postas de lado”, disse.

Na escola, as estudantes trabalham em prol da quebra de atitudes machistas praticados no local e criaram na biblioteca uma estante intitulada “Maria Firmina dos Reis”, exclusivamente para livros das autoras. A homenageada foi uma autora que fez parte do romantismo, sendo considerada uma das primeiras representantes da escola literária no Brasil. Para assinar a petição, clique aqui.

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