O que é preciso para seguir a profissão de astronauta?
A profissão-sonho de muitos parece difícil de alcançar, mas não é impossível, principalmente para quem tem afinidade com ciências exatas
A profissão de astronauta inunda o imaginário de quem vive olhando as estrelas e por mais complicado que pareça, pode ser alcançada por quem alimenta o sonho de viajar pelo universo. Para isso, o primeiro passo é estudar. É obrigatório ser formado em cursos de exatas, como Engenharia, Matemática, Física ou até Ciências Biológicas e Medicina. Falar inglês fluente também é essencial. Além disso, os candidatos a astronauta passam por processos seletivos que incluem critérios físicos e psicológicos.
Por exemplo, o postulante à vaga não pode ter uma pressão arterial que ultrapasse os 140/90 e a visão deve ser muito boa, no nível corrigível para 20/20, em cada olho. O uso de óculos é aceitável. No caso de cirurgias de correção, esta deve ter sido feita há pelo menos um ano e meio antes de qualquer submissão a viagens especiais e não pode ter deixado sequelas.
Ainda, existe uma espécie de análise curricular. “Esses homens e mulheres merecem nossos parabéns. Me senti pessoalmente inadequado quando li o que este pessoal já fez”, disse o administrador da Agência Espacial Americana, Nasa, Robert Lightfoot, em entrevista ao canal norte-americano CBS News depois da última seleção da instituição.
Outro critério específico é possuir no mínimo mil horas de experiência de pilotagem de aviões a jato ou experiência profissional de mais de três anos em atividades afins, além de ser PHD (tipo de doutorado concedido no exterior).
Não existem exigências em relação a gênero e faixa etária. A turma para treinamento de astronauta, formada pela Nasa em 2017, tem 6 homens e 5 mulheres, com idades variando entre 30 e 43 anos. Houve ainda um selecionado que desistiu de participar das etapas de formação, que dura em média 2 anos.
Após todo treinamento, os candidatos ao cargo são submetidos a avaliações que podem eliminá-los, como treinamento de sistemas, uma espécie de simulação a caminhada no espaço, treinamento de habilidades em robótica, em russo e treinamento em prontidão para voo de aeronaves. Sendo aprovados, os selecionados dão início à carreira de astronauta e podem participar de missões espaciais, recebendo salários entre U$ 66.026 (cerca de R$ 250 mil) a $ 144.566 (cerca de R$ 540 mil) por ano.
A última vez que a Nasa anunciou que estava ampliando seu quadro de astronautas foi em 2015. Mais de 18,3 mil pessoas se inscreveram para as vagas disponíveis e somente 12 foram escolhidas. De acordo com a agência espacial norte-americana, este foi um número recorde, representando mais que o dobro do recorde anterior que era de 8.000 candidatos, em 1978.
Veja como foi o último anúncio para vaga de astronauta da Nasa, divulgado em 2015.
O Brasil possui uma Agência Espacial que atua além de outras coisas, na formação tecnológica de jovens que têm interesse na área espacial. A AEB ainda desenvolve projetos e pesquisas de desenvolvimento do setor. Pode parecer difícil, mas passar no concurso da AEB foi o primeiro passo de Marcos Pontes, hoje ministro das Ciências e Tecnologias.
Além de cumprir todos os critérios citados acima, em 1998 ele tornou-se o primeiro astronauta brasileiro. Pontes fez parte de um programa criado entre o Brasil e a Rússia, chamado “Missão Centenário”, em 2006, e foi o primeiro do país a ir ao espaço.
O último concurso para Agência Espacial Brasileira foi em 2014, para ocupação diversas vagas na área tecnológica. Os prazos de validade já acabaram. Em 2018, houve um novo pedido de concurso protocolado no Ministério do Planejamento. A expectativa é de que sejam geradas 101 oportunidades para atuação na AEB, com salários que podem chegar a R$6.570,37.