Cinco erros de português que você deve excluir do Enem
No Exame, a redação é um dos momentos mais importantes para os estudantes. Professor reforça cuidados com a língua portuguesa que devem ser aplicados na prova
Redação do Enem. Essa etapa é um dos grandes momentos para quem vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ,este ano, nos dias 4 e 11 de novembro, em todo País. Em 2016, 9.490.952 candidatos fizeram a prova, mas apenas 77 deles conseguiram alcançar a nota máxima, de mil pontos. No ano seguinte, esse número caiu ainda mais e passou para 53, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
"Gabaritar” o Enem não é fácil devido ao sistema de Teoria de Resposta ao Item (TRI), que impede que o aluno tire a nota máxima nas demais disciplinas, mesmo que “feche” a prova. Porém, a redação é a única parte do Exame que tem uma nota individualizada e facilita o processo de máximo êxito no resultado final. E ter um bom português é requisito básico para isso. Segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelos Instituto Paulo Montenegro (IPM) e a ONG Ação Educativa, 38% dos estudantes do ensino superior não dominam habilidades básicas de leitura e escrita.
Por isso, é preciso ter gravado na memória algumas regras básicas de português aplicadas à redação do Enem. Para tratar deste assunto, trouxemos dicas do professor Diogo Xavier sobre erros que devem ser evitados.
Uso de “o mesmo” como sinônimo de “ele”
Essa construção é equivocada e não está prevista na norma culta da lngua portuguesa. Nesse caso, a frase “os mesmo deveriam proporcionar mais segurança à população” está errada. Esse erro é comum porque a expressão “o mesmo” serve como substituto para ação ou ideia: “o presidente se levantou e os outros fizeram o mesmo”. “Provavelmente levou à ideia de que serviria como substituto de um substantivo, funcionando como os pronomes pessoais.”, explica o professor Diogo Xavier.
Uso do gerúndio como continuação de uma frase anterior
Para estar relacionado a outra oração, trazendo consequências, o gerúndio deve aparecer na mesma frase. Portanto, orações como “O consumo de alimentos fora do prazo de validade gera consequências negativas. Aumentando o risco de intoxicação” estão equivocadas.
Uso do “onde” para ligar orações sem ideia de lugar
"A família, onde deve ocorrer a formação moral do indivíduo, tem papel importante". Esse é um exemplo de frase muito comum, porém também muito equivocada. O advérbio de lugar “onde” só deve ser utilizado em frases que tenham sentido de localidade. “A escola, onde ocorre a formação acadêmica do indivíduo, tem papel importante na solução do problema” é um exemplo de frase correta.
Uso do “contudo” como termo resumitivo
“Contudo, na verdade, é uma conjunção adversativa, tem o valor de porém”, explica o docente de língua portuguesa. Nesse caso, frases como “Contudo isso, é preciso combater o problema através fiscalização” estão erradas. Esse tipo de erro ocorre porque há uma confusão entre os termos “contudo” e “com tudo”.
Divisão errada da palavra na mudança de linha
Embora muitos acreditem que não, a separação de sílabas ainda é uma dificuldade latente na vida de alunos que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio. “Muitos alunos desconsideram a divisão silábica. Colocam, por exemplo, ‘prob-’ no fim de uma linha e, no começo da outra, ‘lema’. Isso será considerado como erro ortográfico”, explica Diogo Xavier.
Para alcançar uma boa nota na redação do Enem é preciso, acima de tudo, revisar os pontos básicos gramaticais da língua portuguesa. O professor Diogo Xavier ainda aponta que, os alunos que tiverem a oportunidade de receber as redações corrigidas, devem ter entendimento de todos os erros e reescrever os apontamentos equivocados da forma correta, seja pesquisando ou perguntando ao professor o motivo. “Caso o estudante não tenha o feedback de um professor, é importante revisar acentuação, concordância, regência, crase e pontuação, principalmente”, finaliza.
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