Fez uma seleção e não teve resposta? Saiba o que fazer
Empresas do segmento de Recursos Humanos revelam as melhores opções para conseguir esse retorno
No processo seletivo de uma vaga de emprego ou estágio é natural que o candidato crie expectativas diante da possibilidade de obter êxito e ingressar no mercado de trabalho. Muitas vezes, após a realização de testes, as empresas firmam o compromisso de dar uma resposta, o chamado feedback, seja ela positiva ou não. Mas, o que fazer diante da demora ou ausência desse retorno? O candidato deve ou pode entrar em contato com a companhia?
Roberta Blenda, supervisora de Recursos Humano da empresa Start Recursos Humanos, salienta que as companhias não são obrigadas a dar esse feedback, no entanto, é importante que o retorno aconteça. “O candidato tem o direito de saber seu desempenho, mas isso varia muito da instituição que oferece a vaga”, aponta. “O candidato pode perguntar ao final da entrevista quando terá o feedback. Porém, se a empresa estipular um prazo para o contato, que geralmente é entre 10 e 15 dias no máximo, esse tempo deve ser respeitado”, ressalta.
A supervisora diz que quando o candidato procura a empresa antes do prazo dado deixa uma impressão negativa. “Não é recomendável o contato prévio. Isso demostra ansiedade e insegurança. Mas, se o tempo determinado pela instituição ultrapassar o firmado, ele pode ligar para saber sobre o andamento da seleção”, afirma.
A estudante de publicidade e propaganda Heverlene Gadelha diz que a demora ou ausência de retorno “gera ansiedade, incerteza, dúvida e leva a refletir as nossas palavras e atitudes tomadas naquela seleção e a impressão que deixamos naquele momento”. Para ela, é importante para o candidato ter o feedback. “Muitas empresas informam que só irão entrar em contato com os aprovados, o que eu acho errado, pois deveriam dar uma resposta ao candidato mesmo que negativa. Poderia dar um feedback informando onde e o porquê ele não avançou na seleção. Essa questão é importante, pois é possível corrigir alguns pontos em futuras seleções”.
A estudante afirma que nunca entrou em contato com as empresas das quais participou de seleções e não obteve resposta. “Continuei aguardando, mas, logo entendi que não havia sido selecionada”, conclui.
Professor de inglês, Sérgio Sandes ressalta que o retorno após um processo seletivo é um acordo ético entre empresa e candidato. “Você passar pelo processo seletivo e receber um feedback do seu desempenho, independente do resultado, ajudaria o candidato a corrigir alguns erros e aprimorar os acertos”, expõe. “Você sente um misto de frustração e ansiedade. Espera uma resposta que nunca vai chegar e começa a achar que o problema é você”, diz o professor sobre a espera nas seleções. “Depois de três meses decidi mandar um e-mail. A resposta chegou apenas com um ‘você não foi selecionado’", finaliza.
A analista de RH Gabriela Branco, da Guapo Recursos Humanos, aponta que as algumas empresas não enxergam como negativo o contato do candidato. Para ela, isso demostra interesse, entretanto, o contato excessivo não é recomendável. “O candidato pode fazer esse contato para ter um feedback, isso mostra interesse e faz com que a empresa lembre dele. Entretanto, o contato excessivo soa muito negativo”, afirma. “A melhor maneira de ir em busca desse feedback é através do e-mail. As ligações quebram a rotina corporativa e não são recomendadas, assim como o 'Fale Conosco' e redes sociais, pois não são canais direcionados para respostas de processos seletivos, mas uma alternativa de contato entre futuros clientes, pedido de orçamento e envio de currículos”, explica.
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