Candidatos de concurso da Polícia Civil protestam na SDS
Ministério Público pediu cancelamento de testes psicotécnico e médico, que teriam que ser refeitos às custas dos candidatos
Candidatos do concurso da Polícia Civil realizam um protesto na manhã desta quinta-feira (16) contra a anulação do teste psicotécnico, que foi recomendada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) à Secretaria de Defesa Social (SDS) devido a denúncias de rasuras em cadernos de questões que, de acordo com a promotora de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, Andréa Fernandes Nunes Padilha, ferem a isonomia do certame.
De acordo com representantes da Comissão de Candidatos, a SDS está realizando uma reunião com o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), que é o responsável pela aplicação do teste, sobre a possibilidade da elaboração de um novo cronograma, como consta na recomendação do MPPE. Até o momento, apesar de já ter confirmado a intenção de acatar a determinação, oficialmente a SDS não divulgou nenhum novo cronograma ou cancelamento do teste. Ainda segundo a comissão dos candidatos, o acesso à reunião da SDS com o Cebraspe não foi permitido e eles aguardam por uma posição ao final das discussões.
Recomendação do MPPE
Após denúncias de candidatos que relataram haver cadernos de questões rasurados, foi aberta uma investigação e apurou-se que "das 76 salas onde foram aplicados os testes da avaliação psicológica, houve o registro da ocorrência de cadernos riscados, marcados ou rasurados em seis salas" e também houve registro de mais de cinco cadernos de provas riscados, marcados ou rasurados em cada uma dessas seis salas. “Há possibilidade destes cadernos não terem sido revisados pela equipe do Cebraspe e anotações de candidatos de concursos anteriores terem vazado. Não há como determinar quem e quantos se beneficiaram ou não”, afirma a promotora. “Só o fato de candidatos terem tido acesso a anotações no caderno de questões já afeta a isonomia entre os concorrentes, uma vez que é impossível determinar quantas e quais pessoas foram beneficiadas no decorrer da prova com tais informações”, complementa.
Segundo uma participante da comissão de candidatos - que prefere não se identificar - falou ao LeiaJá, "Não faz sentido repetir o psicotécnico porque a pessoa que fizer vai saber o que esperam dela naquele teste. O psicotécnico vê a aptidão da pessoa para lidar com algo do nível da carreira de policial, para andar armado, etc. então não tem sentido repetir. As rasuras não afetam a isonomia, não favorecem ninguém, é algo muito pequeno para cancelar uma prova desse tamanho".
Petição
A promotora de Justiça Andréa Nunes Padilha pediu que a comissão registrasse uma petição com suas alegações, anexando evidências, se possível, para que fossem analisadas e, se relevantes, serem base para alguma nova decisão. Os candidatos afirmaram que a petição já está registrada e que esperam uma resposta sobre o caso.
*Com informações do MPPE
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