Rede privada: professores decretam estado de greve em PE
Categoria afirma que os patrões não aceitaram as reivindicações apresentadas pelos educadores
Professores da rede privada de ensino de Pernambuco decretaram, nesta quinta-feira (9), estado de greve por unanimidade. A decisão foi tomada após uma assembleia realizada na sede do sindicato da categoria, localizado no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. A ação foi realizada de forma simultânea nas subsedes, localizadas nas cidades de Caruaru, Petrolina e Limoeiro.
De acordo com informações do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro-PE), a decisão foi tomada porque o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado (Sinepe) não considerou nenhuma das reivindicações apresentadas pelos professores. Segundo os educadores, os patrões negaram as proposições de hora atividade e de apoio técnico aos professores que trabalham em escolas com alunos com necessidades especiais, ticket alimentação, acesso a cultura e lazer e excluem qualquer cláusula que esteja relacionada à saúde dos professores.
Além disso, segundo o Sinpro, a instituição patronal sugeriu a retirada de direitos históricos conquistados pela categoria. Algumas das exigências são permissão para instalação de câmaras em salas de aula, mudança no recesso escolar dos professores, diminuição do percentual das horas extras de100% para 50% e a extinção da indenização de 50% garantindo ao professor dispensado durante o semestre letivo por mês não trabalhado.
“O lema dessa campanha é “Nenhum direito a menos. Só avanços”. A categoria irá reforçar atos e mobilizações em todas as escolas da Região Metropolitana do Recife e no interior do Estado. Nossa intenção é pressionar os patrões.Queremos avançar nas condições de trabalho e exigimos respeito para os professores. Não houvendo avanços nas negociações poderemos decretar greve por tempo indeterminado”, declarou o coordenador geral do Sinpro, Jackson Bezerra, conforme informações da assessoria de comunicação do Sindicato.
De acordo com o presidente do Sinepe, José Ricardo Dias, uma nova reunião está marcada para a próxima segunda-feira (13), no próprio sindicato patronal, no bairro das Graças, no Recife. “Vamos negociar. Queremos ouvi-los. Eu sempre acho que teremos um bom resultado”, disse o presidente.
O estado de greve é uma ação de cunho político, que deve ser considerada como medida de alerta. Os professores ainda vão definir quando será realizada uma nova assembleia para decidirem se a categoria entrará em greve.
Confira abaixo o histórico da campanha dos professores:
09/03 - Assembleia geral dos professores do ensino privado. A categoria aprovou a pauta reivindicatória a ser levada aos patrões em assembléia realizada no Sinpro.
22/04 – Primeira rodada de negociação Sinpro X Sinepe, sem avanços.
29/05 – Segunda rodada de negociação Sinpro X Sinepe, sem avanços.
08/05 – Terceira rodada de negociação Sinpro X Sinepe, sem avanços.
09/05 - Assembleia geral dos professores do ensino privado. A Categoria aprova estado de greve.