Um balanço sobre empregabilidade na RMR
Agência do Trabalho realizou cerca de 150 mil encaminhamentos para vagas de trabalho e a taxa de desemprego total foi de 12,1%
Todos os dias a história se repete para José Esdras Matias Pereira, de 29 anos. Desde o ano de 2005, o recifense, após ter finalizado o ensino médio, procura um emprego com carteira assinada, porém, até hoje, por incrível que pareça, o rapaz ainda não se firmou em uma vaga. A rotina de José Esdras é estar toda a semana a procura de emprego na Agência do Trabalho, órgão vinculado ao Governo de Pernambuco, localizado no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.
De tanto procurar oportunidades na agência, José Esdras já é bastante conhecido no local. Segundo ele, a falta de qualificação é o principal fator que o impede de ingressar no mercado. “Eu acho que está faltando qualificação. Várias vagas aparecem, porém eu não sou capacitado para assumir as funções e acabo perdendo a chance de deixar de ser desempregado”, comenta.
Para sobreviver, o rapaz conta que tenta fazer pequenos serviços, conhecidos popularmente como “bicos”. “Moro com meus pais e um irmão e, por isso, preciso ajudar de alguma forma. Faço alguns bicos, arranjo certos serviços, mas não é nada certo. Vou vivendo como posso”, exclama. “Fico triste porque até agora não apareceu nada. Procuro, venho todos os dias na Agência do Trabalho, e não consigo trabalho”, finaliza José Esdras, com ar de tristeza.
José Esdras é um cidadão que está no percentual de 12,1% da taxa de desemprego total do Recife e Região Metropolitana. De acordo com um estudo realizado pela Agência Condepe/Fidem e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômico (Dieese), o índice corresponde ao mês passado e é considerado a menor taxa desde o mês de novembro de 1997.
Ainda segundo a pesquisa, em outubro deste ano, o percentual foi de 12,2%, e o indicador que aponta a proporção de pessoas com dez anos ou mais inseridas ao mercado de trabalho como ocupadas, ficou em mais de 56%. Assim, de uma forma geral, houve um aumento de 0,7% na taxa de ocupados, o que pode ser um reflexo dos 12 mil postos de trabalho criados em novembro. Ainda em outubro, o contingente de desempregados era de 224 mil pessoas, e o total de ocupados conseguiu um crescimento de 35 mil pessoas, chegando assim ao número de 1,61 milhão de trabalhadores.
Principais setores com vagas
De acordo com gerente geral do trabalho da Agência do Trabalho, Celso Miranda, não é possível destacar os setores que neste ano ofereceram mais vagas de trabalho de uma forma geral, uma vez que depende de cada região. “Cada região tem suas atividades econômicas. No Recife, por exemplo, se destacam os setores de serviços e comércio, no Cabo de Santo Agostinho, o segmento industrial é muito forte, lá em Goiana, há destaque para a indústria”, explica.
Segundo Miranda, até o momento, a Agência do Trabalho realizou aproximadamente 150 mil encaminhamentos, resultado que ficou acima do previsto para o órgão. Desses encaminhamentos, de acordo com o gerente, ainda não é possível saber quantos trabalhadores foram aproveitados. “Só depois de janeiro do próximo ano será possível divulgarmos esses números. Temos que aguardar os relatórios das cartas de encaminhamentos”, explana o gerente.
Sobre o índice de desempregados ter sido o menor desde 1997, Miranda opina que o desenvolvimento econômico pelo qual Pernambuco vem passando é um dos fatores que ajudou no resultado. "O Estado está passando por um período nunca visto. São vários setores que impulsionam a economia, o que resulta na geração de empregos. A realização da Copa do Mundo em Pernambuco é outro fator que contribui bastante”, explica.
Perspectiva para 2013
Para Miranda, o próximo ano deve continuar com bons números de geração de empregos em Pernambuco. “Nossa perspectiva é que o Estado continue num elevado pico de crescimento”, comenta.
Entretanto, não é possível que se realize um estabelecimento de metas para 2013, no que diz respeitos aos números da Agência do Trabalho. “Precisamos fechar todos os resultados de 2012, para só depois começarmos a estabelecer as nossas metas para o próximo ano”, diz.