Pensando no futuro? Faça uma Iniciação Científica
A área de pesquisa pode trazer ao aluno um olhar diferente da graduação
Pesquisa. Essa é a palavra de comando em uma Iniciação Científica (IC). Alunos das várias graduações, que não pensam em se dedicar à prática da profissão, podem mergulhar de cabeça em linhas de pesquisa durante o curso.
O programa, cujo o objetivo é iniciar os estudantes em campos mais teóricos e um pouco fora do mercado de trabalho tradicional, está atraindo cada vez mais alunos às coordenações de pesquisa das instituições de ensino superior. O processo funciona assim: um docente qualificado propõe um projeto científico no seu campo de trabalho e solicita à instituição a “ajuda” de alunos daquela determinada graduação que irão ser orientados pelo professor para realizar a pesquisa.
Entre as várias opções do programa dentro das instituições, existem as bolsas de Iniciação Científica do CNPq e da CAPES, que são destinadas apenas às Universidade, através do famoso Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Mas existem outras fontes de fomento que incluem as faculdades. Os alunos interessados em participar do projeto recebem uma bolsa com valor determinado pela entidade para realizar a pesquisa no período de um ano. A coordenadora geral de pesquisa da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Edilene Freire de Queiroz, explica que todos os alunos de todas as graduações podem participar. “O PIBIC é aberto para todos os cursos e é muito procurado pelos alunos”, afirma.
O desafio das universidades hoje é formar indivíduos capazes de buscar conhecimentos e de saber utilizá-los. Mas principalmente dominar o conteúdo e saber o diferencial. A professora Edilene afirma que a pesquisa pode sim ser utilizada no emprego tradicional. “Mesmo você estando em um trabalho, as vezes você se depara com uma situação que só uma visão de um pesquisador poderá ajudar. Pois o profissional deve saber buscar o conhecimento pertinente e, quando não disponível, saber encontrar, ele próprio, as respostas por meio de pesquisa”, comenta a coordenadora.
Além de oferecer uma formação mas científica para os estudantes, a iniciação científica pode ser muito útil no futuro. Foi com esse pensamente que Layla Mahnke, aluna do 8° período de Ciências Biológicas da Unicap decidiu ingressar no PIBIC. A estudante explica que participar de pesquisas e conseguir uma públicação em uma revista da área com esse projeto já é um grande passo para depois que acabar a graduação. “Estou pensando no mestrado. Têm muitas pessoas que entram em uma pós sem nenhuma experiência nessa área mais científica e eu vou ter esse diferencial”, frisa. Ela conta que pôde escolher um PIBIC com o tema em ciências ambientais, assunto que lhe atrai e isso a incentivou a continuar.
As iniciações funcionam como um estágio, só que sobre a supervisão de um professor. Os alunos comparecem à instituição em um horário oposto ao das aulas e permanecem trabalhando por quatro ou seis horas por dia, cinco vezes por semana, o que torna mais fácil conciliar o estudo com o projeto científico. O estudante Daniel Mesquita, aluno do 2° período de Arquitetura da Faculdade de Ciências Humanas (ESUDA), não quer saber de perder tempo e assim que ingressou na faculdade já procurou saber sobre as IC. Ele diz que essa é a hora de opter conhecimento. “Decidir fazer logo no começo do curso por que agora consigo me dedicar. Além de lá na frente me sentir mais preparado para enfrentar uma banca de avaliação no final da graduação”.
Ao término do projeto, a pesquisa leva o nome de todos os participantes que contribuiram para a sua realização, do orientador, que concebeu a ideia, até os bolsista da iniciação científica. O trabalho pode ser usado como referência mais pra frente e como um “q” a mais em um futuro mestrado. A inserção precoce do aluno de graduação em projetos de pesquisa se torna um instrumento valioso para um profissional de nível superior, bem como para estimular e iniciar a formação daqueles mais vocacionados para a pesquisa.