Professores protestam no Centro do Recife
Grupo formado por cerca de 800 professores pretendem seguir até o Palácio do Campo das Princesas
Na tarde desta quarta-feira (14), professores das redes pública e privada continuam a mobilização em favor do cumprimento da Lei do Piso e do aumento do investimento público em educação. Depois de um protesto pacífico em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco, cerca de 800 docentes saíram em passeata pelas ruas do Centro do Recife e pretendem seguir até o Palácio do Campo das Princesas.
Pela manhã, boa parte dos professores não compareceu às escolas da rede pública, onde o movimento foi fraco. Na Escola de Referência em Ensino Médio Sizenando Silveira, em Santo Amaro, algumas turmas tiveram aula normal. Outras salas ficaram vazias. Já na Escola Sílvio Rabelo, as aulas foram suspensas. Segundo a diretora Simônica Rodrigues, nenhum professor apareceu. De acordo com o Sintepe, 85% dos professores aderiram à paralisação no Estado, deixando cerca de 700 mil estudantes sem aulas nas escolas estaduais. Ainda segundo o sindicato, os professores cruzaram os braços em outros 28 municípios.
O secretário de Educação de Pernambuco, Anderson Gomes, assumiu que o salário do professor ainda é baixo, mas que a paralisação é “inconcebível”, já que o Governo do Estado confirmou o reajuste de 22,22% (conforme determinado pelo Ministério da educação) a partir de março, com o retroativo de janeiro e fevereiro. “O governador Eduardo Campos já confirmou o aumento. Não há motivo real para uma paralisação”, frisou. Segundo ele, os grevistas terão os dias descontados na folha de pagamento.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Pernambuco (Sintepe), Heleno Araújo, a luta nacional não é unicamente pelo piso, mas pelo repasse de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para a educação.
Ele destaca que a categoria também luta para que a correção salarial continue adotando como base de cálculo o custo aluno/ano do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb). "Há um movimento de governadores, que inclui Eduardo Campos, de Pernambuco, e prefeitos, para que esta correção seja feita com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)", afirmou ele, ao frisar que isso seria prejudicial ao professor. "Em 2011, o reajuste do piso foi de 22,22%, mas teria sido de 6,5% caso a base fosse o INPC".
Segundo ele, a manifestação também é para pressionar os municípios que ainda não pagam o piso salarial. “A Prefeitura do Cabo ainda não se pronunciou sobre o assunto. Queremos o reajuste estabelecido pelo MEC”, reclamou a professora Elisabete Estevão da Silva, que atua há 22 anos em sala de aula.
* Com informações da Agência Estado e do repórter Nathan Santos.