UE aprova aquisição de Activision Blizzard por Microsoft
O órgão executivo da UE colocou como condição que a Microsoft respeite medidas para garantir a concorrência neste mercado de jogos online
A Comissão Europeia aprovou nesta segunda-feira (15) a aquisição da gigante americana de videogames Activision Blizzard pela Microsoft, que pagará 69 bilhões de dólares (339,6 bilhões de reais), três semanas depois que um veto britânico suscitou incertezas sobre a compra.
O órgão executivo da UE colocou como condição que a Microsoft respeite medidas para garantir a concorrência neste mercado de jogos online, segundo um comunicado da Comissão.
Estes compromissos "solucionam plenamente os problemas de concorrência levantados pela Comissão", afirmou o comunicado.
A Microsoft, que já possui o Xbox, começou há mais de um ano a operação de aquisição da Activision Blizzard, fabricante de jogos icônicos como "Call of Duty", "World of Warcraft" e "Candy Crush".
Se a operação se concretizar, a Microsoft se tornará a terceira maior empresa de videogames em faturamento, atrás da Tencent e da japonesa Sony, fabricante do PlayStation.
A Comissão Europeia, que vela pela aplicação da regulamentação sobre concorrência em todo o bloco europeu, iniciou em novembro uma análise sobre esta aquisição.
No entanto, apesar da luz verde da Comissão, o futuro da aquisição continua incerto.
A Autoridade Britânica da Concorrência e Mercados (CMA) anunciou em 26 de abril sua decisão de bloquear a aquisição, com o argumento de que afetaria a concorrência no setor.
No entanto, a Microsoft apelou. "Esta decisão reflete uma incompreensão deste mercado e de como funciona a tecnologia na nuvem", declarou o grupo.
A luz verde de Bruxelas deveria lhe dar argumentos de peso para impugnar a decisão da CMA ante o Tribunal de Apelação de Concorrência (CAT) no Reino Unido.
"Se a Microsoft não vencer ou for reprovada ante o CAT, não poderá seguir adiante com a compra, ainda que a Comissão Europeia a aprove", explicou Anne Witt, especialista em direito de concorrência da EDHEC (Francia).
"A menos que a Microsoft decida abandonar o mercado britânico, mas isso parece pouco provável", acrescentou.