Spotify é acusada de criar artistas para fugir de royalty
Músicos que figuram na plataforma acumulam milhões de reproduções, mas não possuem agenda de shows ou produção
O site Vulture se juntou ao Music Business Worldwide para criticar o Spotify no que eles estão chamando de “burlar” royalties. Segundo os dois portais especializados em música, a empresa está utilizando artistas de menor expressão com covers de hits de sucesso para gerar maior receita. Outra prática apontada pelas publicações é a de que produtores são pagos para elaborar versões de músicas no nome de artistas que sequer existem, para que as playlists fiquem preenchidas.
Como exemplo, o Vulture cita a canção do rapper Kendrick Lamar chamada “Humble”, que tem quase 250 milhões de reproduções na plataforma. Ao executar a pesquisa, muitos desavisados são direcionados para a desconhecida “Sit Down, Be Humble”, do rapper King Stitch, que já catalisou mais de 300 mil reproduções, alavancadas pelo mecanismo de pesquisa do Spotify. A forma com que os mantenedores tratam os artistas já foi alvo de ações judiciais e provocaram o rompimento com as três maiores gravadoras: Universal, Warner e Sony, que agora mantém apenas contratos mensais com a plataforma.
O jornal The Guardian publicou dados que mostram que um artista chamado Enno Aare tem mais de 17 milhões de reproduções. O que mais chama a atenção é que ele parece não existir fora da plataforma digital. Outro artista (ou banda) que faz sucesso é o Deep Watch, que lançou um EP cinco meses atrás e já tem 4,5 milhões de reproduções, porém, não pode ser encontrado em lugar nenhum fora do Spotify, não tem agenda de shows e nem produção.