Máquinas do Google criam método próprio de comunicação
Dois computadores do projeto Google Brain conseguiram se comunicar sem que ninguém, além dos dois envolvidos, soubesse o que foi dito
O Google Brain, projeto do Google para intensificar e melhorar o uso da inteligência artificial, anunciou hoje (28) que suas criações desenvolveram uma criptografia própria. Após 15 mil tentativas seguidas, duas máquinas conseguiram desenvolver uma codificação de suas mensagens que só elas podem “ler”. Isso, na prática, quer dizer que os dois computadores usados no desenvolvimento da linguagem podem se comunicar entre si, sem que nenhum humano possa saber o conteúdo das mensagens.
No experimento, foram utilizados Alice, Bob e Eva, nomes dados as redes neurais utilizadas. Os computadores não tiveram nenhum “aprendizado” anterior. O trabalho deles era desenvolver uma criptografia por meios próprios, com base nas informações que tinham disponíveis. O processo foi elaborado da seguinte forma: Alice teria que enviar uma mensagem para Bob, que só ele compreendesse. Eva foi encarregada de “bisbilhotar” a mensagem e tentar decifrá-la. Alice conhece Bob e Eva e, com base nessa familiaridade, ela conseguiu enviar uma mensagem que Bob entendeu, mas Eva, não.
Os cientistas Martín Abadi e David Andersen relataram que, nas primeiras tentativas, a criptografia poderia ser facilmente quebrada mas, com a capacidade de compreensão aumentando conforme as repetições dos testes, as chaves tornaram-se tão complexas que nem mesmo os criadores das redes neurais puderam decifrar. Como não é possível desvendar o código, a tecnologia empregada não poderá ser utilizada, ou seja, essa é uma conversa em que só as máquinas saberão o que foi dito.