Campanha pede a realização da Campus Party Recife 2016
Falta de investimentos do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife dificultam a realização do evento
Crise, prazo apertado e falta de diálogo. São muitos os entraves que dificultam a realização da 5ª edição da Campus Party no Recife. O evento, que já faz parte do calendário de Pernambuco, pode não acontecer neste ano, deixando aproximadamente quatro mil campuseiros órfãos. Na tentativa de fazer a feira tecnológica ser confirmada a todo custo, alguns jovens criaram a campanha #QueremosCPRecife.
A ideia dos campuseiros é sensibilizar o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife (PCR) para viabilizar o evento pela quinta vez consecutiva. A estudante Patrícia Moura, de 25 anos, é uma das jovens que encabeçam a campanha nas redes sociais com a hashtag #QueremosCPRecife.
“Participei da Campus Party no ano passado e me apaixonei pelo evento. Não podemos deixar de ter um evento como esse. A ideia é justamente trazer o zika vírus como tema principal nesse ano, reforçando a importância do evento em Pernambuco”, explica.
O criador da Campus Party, o espanhol Paco Ragageles, havia afirmado que o mês de fevereiro seria decisivo para que a feira tecnológica fosse viabilizada novamente no Recife. Ele chegou a revelar que a feira traria como tema a aplicação da ciência e tecnologia no combate às emergências epidemiológicas.
Nas redes sociais, a campanha ganhou reforço do criador do blog Não Salvo, Mauricio Cid. “Muito chateado com a possibilidade de não ter Campus Party em Recife esse ano! Galera do Nordeste que vai em peso tem que pressionar! #QueremosCPRecife”, escreveu no Twitter.
Quem também apoia a causa é o deputado estadual Edilson Silva (PSOL). O parlamentar levou o tema à Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), lendo uma carta dos campuseiros que encabeçam a campanha em plenária. “A Campus Party é o mais importante evento de tecnologia do Brasil. É sempre um ganho muito grande hospedar durante uma semana no ano esse evento que discute inovação, entretenimento, ciência e que ajuda a fomentar em nossos jovens uma cultura digital”, ressalta.
Em reunião na sede do Governo de Pernambuco nesta quinta-feira (10), o parlamentar discutiu a realização do evento com o secretário-executivo de Relações Institucionais, André Campos. O objetivo, segundo Edilson Silva, é criar um diálogo entre o Governo do Estado, a Prefeitura do Recife e o Instituto Campus Party – responsável pela organização da feira tecnológica.
“A Campus Party Recife tem um custo de R$ 2,5 milhões. Precisamos que o poder público invista R$ 1,5 milhão no evento e que também ceda o Centro de Convenções de Pernambuco para a realização”, explica o deputado, que avaliou a reunião com o Governo do Estado como positiva.
“Avalio que o retorno que Pernambuco tem com a Campus Party torna o investimento necessário quase nulo”, complementa. Apesar dos diálogos, a realização da feira ainda é incerta. Um posicionamento oficial deverá ser dado na próxima terça-feira (15), quando o secretário André Campos terá uma nova reunião sobre o tema. Até lá, a dúvida será a única certeza dos campuseiros.
Em 2015, o evento chegou a sua 4ª edição com recorde de público e foco em empreendedorismo, característica enraizada no campuseiro pernambucano. A feira tecnológica contou com mais de 250 atividades e 224 palestrantes, que foram responsáveis pelas mais de 300 horas de conteúdo.