Análise: The Wolf Among Us conclui 1ª temporada com louvor
Primeira temporada oferece uma narrativa recheada de personagens bem escritos
Com o lançamento do quinto e último episódio, “Cry Wolf”, na última terça-feira (8), foi concluída a 1ª temporada do jogo The Wolf Among Us, desenvolvido pela Telltale Games com base nos quadrinhos “Fábulas” da DC Comics/Vertigo. O jogo foca na história de Bigby, o Lobo Mau, que é xerife das fábulas, onde ele precisa resolver um caso estranho que vai colocar em risco à vida de diversos cidadãos.
Além disso, o jogo apresenta mais personagens de contos de fadas, em suas vidas após o “final feliz”. O Lobo Mau, por exemplo, é um xerife amigo de um dos Três Porquinhos. A Branca de Neve, por sua vez, é vice-prefeita de Fabletown, enquanto Nerissa (nome que a Telltale dá para Ariel) é uma prostituta.
Eles conseguem viver entre os humanos através do Glamour, uma magia forte que os disfarça com uma aparência normal. A mitologia do jogo é vasta e cada elemento do mundo é bem pensado.
Igualmente espetacular é o visual do jogo. Os gráficos são possivelmente o elemento de maior destaque. As texturas apresentam uma característica de cartoon, assim como The Walking Dead: The Game, outro jogo de sucesso da Telltale.
A cereja do bolo é a temática noir aplicada a todo o momento. Também é necessário dar destaque ao design dos personagens. Fábulas como o Lobo Mau, Jersey Devil e Bloody Mary são apresentadas de forma fantástica e até assustadora.
O gameplay é baseado em escolhas feitas pelo usuário. A maneira com a qual a história de Bigby é contada pode ser totalmente diferente da de outros jogadores. Os próximos passos são dados de acordo com as decisões tomadas ao longo dos episódios. Duas pessoas podem encontrar personagens diferentes ou ir a locais distintos, dependendo do quão diferentes suas escolhas foram.
Isso significa que The Wolf Among Us, em todo momento, passa o sentimento de controle. “Essa é minha história, meu jogo”. É extremamente satisfatório e, ao mesmo tempo, frustrante, porque uma decisão que não for aprovada por um dos personagens secundários pode voltar para causar dores de cabeça posteriormente.
Quando o gamer não está tomando decisões, The Wolf Among Us gira em torno de duas coisas. Os chamados quick-time events (QTEs), sequências de botões que devem ser pressionados na ordem certa e da maneira correta, e a exploração de certos cenários.
Os QTEs funcionam muito bem e mostram que a Telltale já evoluiu a forma com a qual seus jogos desafiam o gamer em relação à primeira temporada de The Walking Dead: The Game. A exploração, no entanto, não é tão satisfatória. O sistema usado - analógico controlando um cursor e botões realizando cliques - é cansativo e pode causar confusão.
Além disso, The Wolf Among Us também apresenta problemas técnicos. Durante a jogatina, aparecem travamentos, slow-downs, tempos de carregamento grandes e alguns bugs.
O maior mérito de The Wolf Among Us é fazer com que todos os seus defeitos sejam coisas mínimas. A narrativa e os personagens são extremamente bem escritos e a Telltale, assim como em The Walking Dead, se estabelece como uma das melhores contadoras de histórias no mundo dos games. Fica a torcida por uma segunda temporada.