Vivo avalia que leilão de 4G de agosto pode ser adiado
As dificuldades técnicas para evitar interferências entre o sinal de emissoras de radiodifusão e operadoras de telefonia na faixa de 700 megahertz (MHz) pode adiar a realização do leilão, previsto para agosto, do sinal de quarta geração (4G), conforme indicou o presidente da Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente.
"Eu não diria que é inviável, mas é um desafio ter o leilão em agosto com testes ainda em andamento e apresentando situações que precisam ser endereçadas sob o ponto de vista técnico", afirmou o executivo em entrevista, após participar de um fórum sobre inovação empresarial. "Infelizmente, ainda tem uma série de informações técnicas que precisam ser divulgadas", completou.
Atualmente, a faixa de 700 MHz é ocupada por algumas emissoras de rádio e televisão, cujas operações precisarão ser realocadas, de modo a evitar interferências com o sinal do celulares de 4G, que passarão a ocupar a mesma faixa. Em paralelo, o governo discute se os custos dessa limpeza da faixa serão repassados às operadoras que vencerem o leilão.
No último mês, também ganhou força uma discussão entre o Tesouro Nacional e o Ministério da Comunicação para elevar o valor das outorgas em leilão, com o objetivo de aumentar a arrecadação do governo e dar um suporte extra às metas de superávit fiscal. Em contrapartida, haveria menos exigências às operadoras, cenário que desagrada o ministério, pois pode levar a uma redução dos investimentos das empresas para melhora da qualidade dos serviços de telefonia.
Questionado sobre o assunto durante a entrevista, Valente se limitou a dizer que é prematuro falar de valores e prazos e reforçou que a principal preocupação da empresa é que haja disponibilidade de informações técnicas para poder se planejar para o leilão. "Quando houve o leilão de 2,5 GHz, em maio (de 2012), nós começamos a nos planejar em outubro do ano anterior. Isso nos permitiu preparar um bom lance e garantir o sucesso da expansão do 4G para a 75 cidades que estamos hoje".