Qual a relação dos recifenses com o e-commerce?
De acordo com a pesquisa realizada pelo IPMN, 74,7 % deles não compram algum produto divulgado no comércio eletrônico
O Brasil já é considerado o terceiro país que mais movimenta a área de e-commerce no mundo, no entanto, os recifenses não são muitos fãs deste tipo de serviço. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), 74,7 % deles não compram algum produto divulgado no comércio eletrônico.
O levantamento também revela quais são os principais produtos comprados pelos habitantes do Recife, em primeiro lugar ficaram os celulares, com 32,7%, em segundo, aparecem cinco itens empatados, televisores, roupas, notebooks, ingressos rápidos e câmeras digitais, com 5,8%. Em compensação à baixa procura por lojas online, as reclamações estão em alta, os 25,3% que afirmaram realizar este tipo de serviço estão cada vez mais insatisfeitos com o setor.
Como por exemplo, o caso da estudante Dayanne Aquino, 24 anos, que pela primeira vez que fez uma compra na web sofreu com um erro da empresa. “Estava precisando de um notebook e fiz a compra pela internet, mas não passou uma semana e o produto já apresentava problemas, entrei em contato com a loja e eles me disseram que era necessário eu procurar a assistência técnica, que demorou mais de três meses para resolver o meu problema”, revela a estudante.
De acordo com o especialista e diretor de uma empresa de tecnologia, João Mário Fernandes, a maioria das empresas tem dificuldade em conhecer os dados sobre o processo de entrega, o que gera problemas com os prazos de entrega, com produtos incorretos ou problemas com extravio. “Enquanto aguarda a confirmação da compra o consumidor consegue obter algumas informações sobre o andamento da compra, mas depois disso enfrenta uma espécie de nuvem negra que engloba desde o envio para a transportadora até a entrega. As empresas encontram dificuldades no controle dos produtos fora do ambiente interno, resultado de um sistema de gestão corporativo ineficiente que não fornece dados precisos e, na maioria dos casos, informações tardias”, explica.
Entre os recifenses que não realizam o e-commerce por algum motivo está o professor Rodrigo Oliveira, de 27 anos, que não confia nos sites online e também nos de compra coletiva. “Eu nunca me interessei em comprar pela internet, prefiro às lojas físicas, pagar e receber o produto na hora, mesmo que seja um pouco mais caro. Esses tipos de sites não me passam confiança nenhuma, tenho medo de ser enganado e depois não resolverem o problema”, diz Rodrigo.
Ao contrário do professor, o cinegrafista Frankley Lourenço, 32 anos, se considera um viciado em realizar compras via web, quase toda semana está comprando alguma coisa, uma capa de celular, roupas ou equipamentos digitais. “Na internet não existe vendedores, gerente, aluguel de loja, então o valor fica muito mais baixo, por isso prefiro comprar online”, diz. Flankley nunca teve um problema sério depois das compras, apenas uma vez que o celular veio com defeito, mas foi resolvido rapidamente, sem burocracia. “Sei que posso ter problemas, mas procuro sempre me prevenir antes da compra, sempre vejo a localização do vendedor, os comentários feitos pelos clientes e suas avaliações, se estiver tudo certo, faço a compra”, relata o cinegrafista.