Tópicos | setembro 2014

A inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou 7% em três regiões metropolitanas no mês de setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Rio de Janeiro, alcançou 7,63%. No Recife, a taxa ficou em 7,16%, enquanto em Curitiba foi de 7,13%.

"Quando a gente olha as regiões pesquisadas, a maioria apresentou em setembro resultado acima do de agosto. O IPCA em Salvador, Brasília e Vitória ficou perto de 1%, então essas populações foram mais sacrificadas", apontou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. Segundo ela, os alimentos exerceram papel preponderante para a aceleração da inflação nas regiões metropolitanas.

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"Em setembro, os alimentos pararam de cair e tiveram pressão forte sobre a taxa (do IPCA). Os alimentos respondem por maior parcela das despesas dos consumidores", afirmou a coordenadora do IBGE. "O segundo semestre se caracteriza por período de entressafra, então não é novidade que exerçam alguma pressão no segundo semestre do ano", completou.

Os Estados Unidos se tornaram o principal comprador de produtos manufaturados do Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em setembro, enquanto os argentinos compraram US$ 9,8 bilhões, os norte-americanos importaram US$ 10,9 bilhões do Brasil.

O Ministério explicou que contribuiu para esse avanço dos Estados Unidos a perda de fôlego econômico na Argentina, que levou a uma redução expressiva da compra de veículos e outros produtos brasileiros. Houve ainda, neste ano, uma seca na Argentina que levou a uma redução expressiva, de quase 50%, da compra de trigo.

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O MDIC ainda informou que o déficit na balança comercial entre Brasil e Estados Unidos recuou de US$ 8,5 bilhões no acumulado de 2013 até setembro, para US$ 6,6 bilhões em 2014.

O diretor do departamento de estatística e apoio à exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Roberto Dantas, afirmou nesta quarta-feira (1°) que o governo mantém a previsão de um saldo pequeno, mas positivo, na balança comercial brasileira ao fim de 2014. Segundo ele, a expectativa se deve em grande parte à perspectiva de melhora da conta petróleo. "É o que estamos apostando para ter um efeito mais acentuado", disse.

Segundo Dantas, a expectativa se deve à perspectiva de aumento da produção interna de petróleo. "Terá aumento da produção devido às novas plataformas. A produção está crescente", disse. De janeiro a setembro, a exportação na conta petróleo subiu 24%, de US$ 15,744 bilhões em 2013 para US$ 19,422 bilhões em 2014. Do lado das importações, ocorreu uma alta de 0,7% no período, de US$ 32,254 para US$ 32,311 bilhões.

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Questionado sobre as medidas de estímulo à indústria, como a volta do Reintegra, Dantas afirmou que os efeitos só devem ser sentidos na economia em 2015. "Isso permitirá reduzir custos, porque você será recompensado", disse.

Recorde

O volume exportado de minério de ferro deve bater recorde ao fim de 2014, segundo Dantas. De janeiro a setembro, a exportação do produto já é recorde: 249,3 milhões de toneladas, ante 234,4 milhões nos nove primeiros meses de 2013. A alta é de cerca de 15 milhões de toneladas.

No acumulado de janeiro a setembro, a quantidade exportada de minério de ferro subiu 6,9% e o preço caiu 17%. Os principais mercados são China, Japão, Coreia do Sul e Países Baixos.

Celulose

De acordo com os dados do MDIC, as exportações de celulose alcançaram 911,7 mil toneladas em setembro, crescimento de 16,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando os embarques somaram 782,2 mil toneladas. Houve um aumento de 7,2% no volume exportado em relação a agosto.

Em receita, a celulose exportada chegou a US$ 439 milhões no mês passado, uma alta de 5,3% na comparação anual. Em setembro de 2013, o Brasil vendeu o equivalente a US$ 417 milhões em celulose. Com relação ao mês anterior, houve um avanço de 7,4%.

Já o preço médio das exportações caiu 9,7%, de US$ 533,1 por tonelada em setembro de 2013 para US$ 481,5 no mês passado. Na comparação mensal, houve uma leve alta de 0,1% no preço praticado. Colaborou Thiago Moreno

As importações brasileiras caíram 2,2% no acumulado de janeiro a setembro de 2014 ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A importação média por dia útil foi de US$ 927,3 milhões nos nove primeiros meses deste ano, ante US$ 948,5 milhões no mesmo período de 2013. De janeiro a setembro, houve queda de 5,7% nas compras de bens de capital e de 2,7% nos bens de consumo. As matérias-primas e intermediários apresentaram redução de 1,2% e os combustíveis e lubrificantes, retração de 0,1%.

As compras vindas do Oriente Médio apresentaram alta de 4,6%, devido a petróleo em bruto, óleos combustíveis, ureia, entre outros. A maioria dos mercados fornecedores, entretanto, apresentou queda. A redução das importações do Mercosul foi de 10,7%, sendo que a queda para a Argentina foi de 15,9%, devido a automóveis de passageiros, veículos de carga, autopeças, entre outros. No caso da União Europeia, a queda foi de 4,8%. Da Ásia, a redução foi de 0,9%, sendo que para a China houve crescimento de 1,3%. As compras vindas dos Estados Unidos caíram 0,8% no período, devido a aparelhos de medida, adubos, gasolina, veículos para vias férreas, gás natural entre outros.

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O MDIC anunciou hoje que a balança comercial do País fechou setembro com um déficit de US$ 939 milhões. Com esse resultado, o saldo acumulado do ano voltou a ficar negativo (US$ 690 milhões), depois de, em agosto, a balança comercial ter ficado superavitária para o período acumulado no ano pela primeira vez em 2014. Até agosto, o superávit de 2014 era de US$ 249 milhões.

Petróleo e derivados

O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Roberto Dantas, atribuiu o desempenho da balança comercial no mês de setembro ao aumento da importação de petróleo e derivados. Houve alta de 46,4% nas importações de petróleo e derivados no mês passado em relação a setembro de 2013. "Esse é um movimento que não é linear: tem meses em que é maior ou menor, dependendo do embarque", disse, acrescentando que, no ano, o crescimento dessas importações é de 0,7%.

Dantas disse que essa oscilação depende de "uma série de fatores" e citou a demanda interna, a produção e a reposição de estoques. Ele disse, ainda, que o aumento da importação de petróleo em setembro foi puxado pela quantidade, e não pelo preço, dado que o preço caiu 2,5% de agosto para setembro. Segundo o governo, a importação de petróleo alcançou 583 mil barris/dia em setembro. Em agosto, foram 319 barris/dia e, em julho, 541 barris/dia.

Argentina

Segundo informações do MDIC, a balança comercial foi afetada em setembro pela queda do petróleo, pela queda de vendas de soja e minério de ferro para a China e por um tombo nas exportações para a Argentina. A redução do número de negócios com o País vizinho, na avaliação de Dantas, é um dos principais problemas para a balança comercial do País. Apenas as vendas para os argentinos respondem por 77% das quedas das exportações no ano.

No caso da China, a queda do preço de minério de ferro afetou a balança. O técnico do MDIC lembrou que na comparação entre setembro de 2013 e setembro de 2014 o preço do minério caiu 30%. Segundo ele, o aumento de volume exportado compensou parcialmente a redução de preço. "Queda para China é minério de ferro e soja. No ano passado ocorreu uma antecipação de soja e, agora, neste ano, estamos com um volume menor", disse Dantas.

As exportações acumuladas em 2014, até setembro, registraram retração em relação a igual período de 2013, e os produtos manufaturados, os que mais sofreram, apresentaram retração de 7,1% no período. Os semimanufaturados também estão em queda no ano e registraram, até o mês passado, recuo de 4,2%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram divulgados nesta quarta-feira (1°).

No grupo de manufaturados, a queda foi puxada por automóveis de passageiros, cujas vendas encolheram 39,2% no ano. O segmento, no entanto, não é o único no vermelho. Outros itens também apresentaram queda: plataforma para extração de petróleo (-29,1%), açúcar refinado (-28,4%), veículos de carga (-25,5%), autopeças (-24,6%), motores para veículos e partes (-15,3%), pneumáticos (-5,1%) e aviões (-3,3%).

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Alguns segmentos, em contraponto, apresentaram expansão, a exemplo de tubos de ferro fundido (+94,3%), óxidos e hidróxidos de alumínio (+28,0%), máquinas para terraplenagem (+11,6%), motores e geradores elétricos (+10,0%), óleos combustíveis (+6,6%), medicamentos (+6,2%), polímeros plásticos (+5,5%) e bombas e compressores (+2,8%).

Os principais destinos para as exportações brasileiras em 2014, até o momento, foram China (US$ 34,6 bilhões), Estados Unidos (US$ 20,2 bilhões), Argentina (US$ 11,0 bilhões), Países Baixos (US$ 10,5 bilhões) e Japão (US$ 5,0 bilhões).

As exportações brasileiras em setembro atingiram US$ 19,617 bilhões. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a média de exportação por dia útil ficou em US$ 891,7 milhões, depois de recuar 10,2% ante igual mês do ano passado e cair 8,5% frente a agosto.

Os produtos básicos atingiram, no mês, US$ 9,338 bilhões, resultado 15,1% menor que o registrado em setembro do ano passado; os manufaturados, US$ 6,948 milhões (queda de 8%), e os semimanufaturados (-2,9%) ficaram em US$ 2,718 bilhões.

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Entre os mercados compradores, houve queda nos principais parceiros econômicos do País: Argentina (-39,7%), Oriente Médio (-13,2%), Ásia (-11,7%), China (-32.3%) e EUA (-4,5%).

Com relação à queda das exportações para Argentina, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, o tombo foi puxado pela venda de automóveis de passageiros, autopeças, polímeros plásticos, veículos de carga, motores para veículos, laminados planos, pneumáticos e outros. Em contraponto, as importações vindas do nosso vizinho aumentaram 7,4% no mês em comparação a setembro de 2013.

As importações de combustíveis e lubrificantes cresceram 49,1% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, segundo os dados da balança comercial divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta quarta-feira (1°). Segundo o governo, o crescimento ocorreu devido ao aumento dos preços e das quantidades embarcadas de petróleo, gás natural e óleos combustíveis.

As compras de bens de consumo caíram 4,2% no período, devido, principalmente à redução na importação de máquinas e aparelhos de uso doméstico, automóveis de passageiros, móveis, objetos de adorno, partes e peças para bens de consumo duráveis e produtos alimentícios.

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As importações de matérias-primas e intermediários também tiveram queda, de 2,7%. O governo atribui essa redução à queda nas compras de acessórios de equipamento de transporte, partes e peças de produtos intermediários, produtos alimentícios e produtos químicos e farmacêuticos.

Os bens de capital tiveram sua importação reduzida em 2,2% no período, devido a itens como acessórios de maquinaria industrial e máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico.

Mercados fornecedores

O aumento da importação de petróleo em bruto, querosenes, óleos combustíveis, ureia e inseticidas levou a um avanço de 102,8% na importação de produtos vindos do Oriente Médio. As compras vindas do Mercosul cresceram 8,2%, sendo que só da Argentina o crescimento foi de 7,4%, devido a veículos de carga, naftas, polímeros plásticos, trigo em grão, ônibus, celulose, entre outros. A importação da Ásia subiu 1,6% no período, sendo 7% de crescimento nas compras vindas da China, devido a aparelhos transmissores/receptores, laminados planos, partes e acessórios de máquinas automáticas, entre outros.

Por outro lado, houve queda de 6,8% nas importações vindas da União Europeia, por conta de autopeças, inseticidas, aparelhos de medida, gasolina, entre outros. A queda da importação dos Estados Unidos foi de 5,3% - neste caso, devido a adubos e fertilizantes, carvão, trigo em grão, motores e turbinas para aviação, entre outros.

A balança comercial brasileira fechou setembro com um déficit de US$ 939 milhões, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC). Com esse resultado, o saldo acumulado do ano voltou a ficar negativo (US$ 690 milhões), depois de, em agosto, a balança comercial ter ficado superavitária para o período acumulado no ano pela primeira vez em 2014. Até agosto, o superávit de 2014 era de US$ 249 milhões.

O resultado é o pior para o mês desde 1998, quando o resultado de setembro havia sido um déficit de US$ 1,203 bilhão. A última vez que a balança do mês havia apresentado resultado deficitário foi em 2000 (-US$ 326,7 milhões).

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O resultado de setembro ficou dentro do intervalo das expectativas levantadas pelo AE projeções, de déficit de US$ 1,1 bilhão a superávit de US$ 122 milhões, mas pior do que a mediana negativa de US$ 600 milhões.

Em setembro, as exportações somaram US$ 19,617 bilhões e as importações totalizaram US$ 20,556 bilhões. No ano até setembro, as exportações somaram US$ 173,635 bilhões e as importações, US$ 174,325 bilhões.

Na quarta semana de setembro houve um déficit de US$ 325 milhões. Na quinta semana, a balança teve um saldo positivo de US$ 142 milhões. O superávit da balança comercial brasileira acumula um valor de US$ 3,469 bilhões em 12 meses, de outubro de 2013 até setembro de 2014, segundo dados divulgados pelo MIDC.

Pela primeira vez desde quando o Brasil sentia os efeitos da crise financeira mundial de 2008 há mais empresas da indústria de transformação que projetam uma piora na situação futura dos negócios do que empresas que estimam uma melhora, disse Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para ciclos econômicos da FGV/IBRE. Campelo acrescentou que isso pode conter os investimentos e que o mês de setembro foi marcado por uma certa frustração com a atividade. Outro destaque negativo do levantamento foi a piora da percepção de estoques, o que pressupõe baixa demanda mesmo após a Copa.

Em conversa com jornalistas, o superintendente da FGV/Ibre esclareceu que a última vez em que havia mais empresas projetando uma piora no cenário de seis meses foi em maio de 2009. Em setembro, o indicador marcou 95,9, de 103,5 em agosto. Leituras abaixo de 100 significam que o número de empresas pessimistas superam o de empresas otimistas.

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Campelo reforçou que o índice de confiança da indústria de transformação está "extremamente baixo" e que houve uma certa frustração com o ritmo de atividade neste trimestre. Ele explicou que dados como a piora do Índice de Situação Atual e do Nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) sugerem que a produção industrial de setembro não deve registrar aumento. "Se houver uma alta, vai ser muito baixa, parecido com o que aconteceu em agosto", afirmou.

O superintendente da FGV afirmou que a pesquisa conduzida com as empresas captou alguma frustração com o acúmulo de estoques. Isso está relacionado com o descompasso entre o nível de produção planejado e a demanda inferior ao esperado, disse. "Passado o período da Copa do Mundo, a indústria saiu um pouco mais otimista do que efetivamente a demanda se mostrou no terceiro trimestre, e isso provocou um espalhamento maior da percepção de que os estoques estão excessivos", disse.

Na passagem de agosto para setembro houve pouca variação no indicador de estoques excessivos, mas o índice continua a mostrar que o nível de estoques no maior nível desde 2009. Neste mês, dos 14 segmentos da indústria de transformação acompanhados pela FGV, 8 registraram alta nos estoques, três mostraram queda e outros três permaneceram estáveis. O índice marcou uma leitura de 112,7 em setembro. "O nível é alto em termos históricos, e há mais segmentos aumentando estoques que diminuindo, então ainda está bastante espalhado", acrescentou.

Para o mercado de trabalho, ele lembrou que o saldo de empregos medidos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) está no terreno negativo há quatro meses, sendo que a última vez em que isso aconteceu foi no período de 2008/2009, quando a fase era muito ruim para a indústria. "A intensidade é menor, mas está persistindo, e continuamos sem sinais de melhora no curto prazo", afirmou. "O momento do mercado de trabalho é delicado. Pode haver uma piora ou até uma intensificação da piora."

Em meio a esse cenário, Campelo reforçou que o cenário para investimento produtivo também não é favorável. Ele explicou que, para haver uma expansão dos investimentos, o Nuci deveria indicar uma utilização elevada da capacidade somada a uma confiança de que a economia vai acelerar e uma percepção de que o investimento terá retorno positivo. "Mas nenhum desses três itens está favorável", afirmou.

No entanto, ele lembrou que a incerteza política também é um fator relevante e que, passadas as eleições, pode haver uma melhora na confiança com mais definição sobre as políticas do próximo governo. Campelo explicou que desde o segundo trimestre muitas das empresas ouvidas na pesquisa relataram uma percepção de que a margem de manobra do governo havia diminuído por conta do processo eleitoral.

Campelo disse que, para a retomada da confiança, o item mais importante a ser abordado pelo próximo governo seria garantir a estabilidade da política econômica, em vez de priorizar medidas para determinados segmentos da indústria. Isso, somado a uma potencial desvalorização cambial, seriam dois fatores potencialmente favoráveis para a indústria de transformação no próximo ano, avaliou.

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