As importações brasileiras caíram 2,2% no acumulado de janeiro a setembro de 2014 ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A importação média por dia útil foi de US$ 927,3 milhões nos nove primeiros meses deste ano, ante US$ 948,5 milhões no mesmo período de 2013. De janeiro a setembro, houve queda de 5,7% nas compras de bens de capital e de 2,7% nos bens de consumo. As matérias-primas e intermediários apresentaram redução de 1,2% e os combustíveis e lubrificantes, retração de 0,1%.
As compras vindas do Oriente Médio apresentaram alta de 4,6%, devido a petróleo em bruto, óleos combustíveis, ureia, entre outros. A maioria dos mercados fornecedores, entretanto, apresentou queda. A redução das importações do Mercosul foi de 10,7%, sendo que a queda para a Argentina foi de 15,9%, devido a automóveis de passageiros, veículos de carga, autopeças, entre outros. No caso da União Europeia, a queda foi de 4,8%. Da Ásia, a redução foi de 0,9%, sendo que para a China houve crescimento de 1,3%. As compras vindas dos Estados Unidos caíram 0,8% no período, devido a aparelhos de medida, adubos, gasolina, veículos para vias férreas, gás natural entre outros.
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O MDIC anunciou hoje que a balança comercial do País fechou setembro com um déficit de US$ 939 milhões. Com esse resultado, o saldo acumulado do ano voltou a ficar negativo (US$ 690 milhões), depois de, em agosto, a balança comercial ter ficado superavitária para o período acumulado no ano pela primeira vez em 2014. Até agosto, o superávit de 2014 era de US$ 249 milhões.
Petróleo e derivados
O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Roberto Dantas, atribuiu o desempenho da balança comercial no mês de setembro ao aumento da importação de petróleo e derivados. Houve alta de 46,4% nas importações de petróleo e derivados no mês passado em relação a setembro de 2013. "Esse é um movimento que não é linear: tem meses em que é maior ou menor, dependendo do embarque", disse, acrescentando que, no ano, o crescimento dessas importações é de 0,7%.
Dantas disse que essa oscilação depende de "uma série de fatores" e citou a demanda interna, a produção e a reposição de estoques. Ele disse, ainda, que o aumento da importação de petróleo em setembro foi puxado pela quantidade, e não pelo preço, dado que o preço caiu 2,5% de agosto para setembro. Segundo o governo, a importação de petróleo alcançou 583 mil barris/dia em setembro. Em agosto, foram 319 barris/dia e, em julho, 541 barris/dia.
Argentina
Segundo informações do MDIC, a balança comercial foi afetada em setembro pela queda do petróleo, pela queda de vendas de soja e minério de ferro para a China e por um tombo nas exportações para a Argentina. A redução do número de negócios com o País vizinho, na avaliação de Dantas, é um dos principais problemas para a balança comercial do País. Apenas as vendas para os argentinos respondem por 77% das quedas das exportações no ano.
No caso da China, a queda do preço de minério de ferro afetou a balança. O técnico do MDIC lembrou que na comparação entre setembro de 2013 e setembro de 2014 o preço do minério caiu 30%. Segundo ele, o aumento de volume exportado compensou parcialmente a redução de preço. "Queda para China é minério de ferro e soja. No ano passado ocorreu uma antecipação de soja e, agora, neste ano, estamos com um volume menor", disse Dantas.