Em time que está ganhando não se mexe. Em time que está na zona de rebaixamento e precisando reagir para não ir para Série B, sim. O técnico Sérgio Guedes tem tido trabalho em repetir a mesma escalação em dois jogos seguidos. Ainda não conseguiu. Lesões, suspensões e questões técnicas tem gerado o rodízio de atletas. Com isso, o número de jogadores que já começaram entre os titulares do Leão aumenta a cada rodada.

Ao todo, 22 jogadores já foram utilizados pelo treinador. Ao que tudo indica o 23º da lista deve ser o volante Milton Júnior, que estava encostado no elenco. Após um estadual apagado, Milton foi preterido por outros atletas da posição. A disputa dele é com Tobi, Renan Menezes, Rithely, Moacir e Rivaldo. Sua última partida foi contra o Cruzeiro, na longínqua quarta rodada do Brasileirão.

Treinando entre os titulares por dois dias seguidos, a tendência é que o jogador entre em campo no próximo domingo (4), contra o Vasco. Com Tobi e Renan lesionados, e com as atuações irregulares de Moacir e Rivaldo, Milton Júnior é a aposta de uma cabeça de área de mais toque de bola. “Ele vem se destacando nos treinamentos e isso tem me agradado bastante”, revelou Sérgio Guedes.

Jogadores utilizados por Sérgio Guedes

Goleiros – Magrão e Saulo

Laterais – Cicinho, Reinaldo, Renato e Renê

Zagueiros – Ailson, Bruno Aguiar, Diego Ivo

Volantes - Tobi, Renan, Moacir, Rithely, Rivaldo (Milton Junior)

Meias – Hugo e Willians

Atacantes - Henrique, Gilsinho, Felipe Azevedo, Marquinhos Gabriel, Sandrinho e Gilberto

O técnico do Sport, Sérgio Guedes, que foi goleiro quando jogava futebol, procurou não responsabilizar o arqueiro Saulo, que falhou feio no segundo gol do São Paulo. Na ocasião, ele defendeu o cruzamento e soltou a bola nos pés do atacante Lucas. O Tricolor paulista acabou vencendo por 4x2, de virada, neste sábado, na Ilha do Retiro.

“Saulo é um menino de caráter e não vamos transferir a culpa da derrota para ele. Mas é uma conta que ele vai ter que assimilar. Ainda não conversei com o jogador, mas senti que ele está muito incomodado, por gostar do clube. São lances isolados, circunstanciais, mas temos que dar apoio. Isso serve para amadurecimento. Talvez a boa atuação no último jogo tenha dado uma autoconfiança, mas isso faz parte da profissão”, disse o técnico Sérgio Guedes.

Saulo assumiu a titularidade com a contusão do titular Magrão, que tem uma lesão na coxa direita. O jovem goleiro estava invicto até a derrota para o São Paulo, que fez com que o Sport permanecesse pela 17ª rodada na zona de rebaixamento.

Diferente do técnico Waldemar Lemos, que focava seus treinos em trabalhos físicos, Sérgio Guedes adotou outra postura para por fim aos problemas do Leão nesta Série A. Com o pior ataque da competição, o time encontrou nas bolas paradas um subterfúgio para vencer a barreira dos adversários.

Nesta última quinta (18), contra a Ponte, dois gols surgiram de bola parada. Tobi aproveitou escanteio e cabeceou no ângulo de Edson Bastos. Já Gilsinho caprichou na cobrança de falta e marcou o primeiro tento leonino neste fundamento no Brasileirão. Desempenho elogiado por Guedes e creditado ao trabalho diário dos atletas.

“No primeiro gol, foi ação, não sorte. E no de Gilsinho, teve sorte? Ele passou a semana treinando falta. Isso não foi sorte, foi dedicação. Precisamos enfrentar esses limites e acreditar no nosso potencial. Sorte no futebol é consequência da imposição, da sua entrega. Se você está sempre perto, próximo, vai conseguir decidir num detalhe”, observa o treinador.

A vitória por 3x1 trouxe também o ânimo que faltava na Ilha do Retiro. “A expectativa era muito grande diante do resultado positivo. Enfrentamos uma equipe que joga no erro do adversário e que não me lembro de ter tomado tantos gols. O Sport teve uma postura muito comprometida hoje. Estávamos feridos e abatidos com a situação e a vitória trouxe um alento. O Sport está vivo na competição e vai pressionar os times que estão em cima”, afirmou.

Com a vitória, os pernambucanos voltaram a 17ª posição, com 30 pontos. O próximo embate do Leão será contra o lanterna Atlético-GO, no domingo (21), às 18h30, no Serra Dourada.

Após a derrota em plena Ilha do Retiro por 3x1 para o Grêmio, jogadores e comissão técnica do Sport se reuniram no gramado. Cena interpretada como uma “discussão de relacionamento” pós-jogo. Na entrevista coletiva, o técnico Sérgio Guedes explicou o que foi conversar com os atletas.

“ Perguntei ao elenco se eles acreditavam (fuga do rebaixamento) e eles disseram que sim, porque não queria vim aqui na entrevista e falar algo que eles não acreditassem .O que é preciso fazer agora é achar a melhor maneira de jogar. Agredindo, fazendo gol e não sendo envolvido”, analisou Guedes.

A cada pergunta o treinador gastava todo seu vocabulário para procurar a melhor resposta sobre a péssima fase que se encontra o Leão. Nas explicações, ele sempre enfatiza três pontos. Primeiro, que todos do clube ainda confiam numa reviravolta e na saída da zona de rebaixamento. Segundo, enfatizou a grande do clube, em termos de tradição e lembrou até o alto investimento feito para esta temporada. Terceiro, disse que não iria transferir responsabilidade para nenhum jogador. Afirmou que o ideal é resgatar a autoestima de todos.

Com tudo isso, era de se crê que a o treinador não pensa em jogar a toalha, mesmo com o tempo correndo contra o Leão. “Já vim sabendo que não há tempo. Desistir ou achar que não dá é assumir uma posição de incompetência. Precisamos de conversa e ação. Temos que ter uma entrega organizada, não aleatória. Permitimos que o grêmio jogasse tranquilo”, lamentou o treinador.

Treino é treino, jogo é jogo

“O treino foi bom, o trabalho tático foi bom. Isso me deu a confiança que as coisas funcionariam. Começamos e terminamos a maior parte das jogadas de um lado. A equipe não se preparou para isso. Ela pode mais do que isso. Faltou tranquilidade para fazer essa transição”, tentou se explicar Guedes, sobre a postura diferente do time quando a bola rolou para valer. “Vamos nos entregar de corpo e alma para reverter isso”, conclui.

Num dos primeiros coletivos realizados no Sport, o técnico Sérgio Guedes modificou o esquema de três volantes, utilizado pelo ex-comandante leonino Waldemar Lemos, e apostou novamente na entrada de três atacantes, tática usada por Vagner Mancini, outro treinador que passou recentemente na Ilha do Retiro.

Porém, no esquema proposto por Guedes, a função de um dos atacantes será diferente. Felipe Azevedo jogará mais recuado, ao lado de Hugo, auxiliando na armação das jogadas para os atacantes Gilsinho e Gilberto. Sendo assim, o Sport ensaia um quarteto de ataque para furar o bloqueio do Grêmio nesta quinta (11), às 21h, na Ilha do retiro.

“É um jogo decisivo como todos os outros que jogamos. O Sérgio Guedes vem com uma equipe bem ofensiva. Ele pediu que o nosso time tivesse a cautela e não se jogasse no desespero para evitar atacar da forma errada”, confessou Felipe Azevedo. Além da partida, os rubro-negros ficarão ligados no duelo entre Palmeiras e Coritiba, dois times que também brigam para fugir do rebaixamento.

“ Nossa equipe precisa primeiro pensar na gente, em vencer. Depois pensamos na partida do Coritiba e Palmeiras. Temos que fazer nossa parte e depois torcer para poder diminuir essa vantagem  deles e sair da zona”, analisou. O Sport é o 17º, com 27 pontos. O Coxa é o 16º, com 32 e o Palmeiras o 18ª, com 26. Para o Leão, um empate no confronto entre os alviverdes seria o melhor resultado.

Na matemática do Sport ainda há muitas equações a serem resolvidas. Uma delas é encontrar um comandante que possa organizar a equipe da melhor forma para evitar o risco do rebaixamento. Vagner Mancini e Waldemar Lemos falharam e o nome da vez agora é Sérgio Guedes. Uma rotatividade no comando que preocupa o lateral Cicinho.

 “É um fato que nunca vivenciei na carreira. Fico triste, porque criamos um vínculo com ele. É uma cultura do Brasil, mas não temos que nos adaptar a isso. Precisamos procurar melhorar o rendimento e conseguir os resultados”, desabafou o jogador.

A pressão pela vitória no Sport foi vista sobre duas óticas pelo jogador, que na hora de se explicar deu a entender que, pelo menos no momento, o Sport não tem se comportado como uma equipe grande. “O jogador de futebol vive a pressão dia a dia. Se você está numa equipe considera pequena, você tem que sempre estar concentrado para sair de situações desfavoráveis. A equipe grande tem que manter a concentração para não sair da ponta da tabela”, concluiu.

Contratado para ser o "salvador da pátria" do Sport e evitar que o clube seja rebaixado para a Série B, o treinador Sérgio Guedes já trabalha na Ilha do Retiro. O novo comandante, que chega para o lugar de Waldemar Lemos, demitido no último sábado (6), teve uma conversa com a diretoria e com o elenco. 

Sérgio Guedes tem 49 anos e estava no XV de Piracicaba-SP, onde começaria a preparação da equipe para a disputa do Paulistão 2013. Seu melhor trabalho foi na Ponte Preta, o vice-campeonato Paulista em 2008. Como goleiro, Sérgio Guedes obteve maior destaque no Santos.

O novo técnico já tem sua primeira dor de cabeça para montar o Sport contra o Grêmio, na próxima quinta (11), às 21h, na Ilha do Retiro. E ela será em dobro, com dois desfalques na defesa. Tobi e Diego Ivo receberem o terceiro cartão amarelo na partida contra a Portuguesa, onde o Leão foi goleado por 5x1.  Além disso, Willian Rocha continua se recuperando de uma lesão no joelho direito e não deve ser utilizado.

No primeiro contato com o elenco, na manhã desta segunda (8), na Ilha, Sérgio Guedes armou um time mais ofensivo, com três atacantes: Magrão; Cicinho, Bruno Aguiar, Aílson e Renê; Rithely, Moacir e Hugo; Felipe Azevedo, Gilberto e Gilsinho. O Sport é o 17º colocado do Brasileirão, com 27. O Grêmio é o terceiro colocado, com 53. 

"Identificamos que Sérgio Guedes conhecia boa parte do elenco e acreditamos que ele vai dar o resultado que precisamos. Foi uma decisão de diretoria e vamos para frente, chamar a torcida para o jogo contra o Grêmio, fazendo, inclusive, uma promoção no preço dos ingressos", disse o diretor de futebol Guilherme Beltrão. Sobre a demissão de Waldemar Lemos, o cartola não concordou que foram usados dois pesos e duas medidas, já que a direção teve mais paciência com Vágner Mancini.

"Não se trata de ter tido mais ou menos paciência. Com Vágner Mancini era início de campeonato, tinha tempo para mudar. Fomos gratos pelo trabalho de Waldemar, mas teríamos que tomar uma atitude pelo momento do Sport no campeonato", complementou Beltrão.