Mesmo faltando apenas um dia para a Páscoa, consumidores ainda aproveitam a manhã deste sábado (19) para comprarem o peixe e o ovo de Páscoa. O comércio informal acaba virando uma opção para quem quer fugir do grande movimento das lojas.
A Lojas Americanas da Rua Sete de Setembro, no bairro da Boa Vista, está cheia. Filas longas são formadas por clientes interessados nos preços, que constantemente caem com os anúncios do gerente. A diarista Lenilda Soares, de 46 anos, levou as filhas para comprarem os ovos. "Eu ainda achei caro, mas todo o ano eu compro", relata Lenilda. A filha Jane Alexandre, de 23 anos, esclarece o motivo para comprarem o produto em cima da hora: "Faltava tempo e dinheiro". O cliente Wellington de Arruda também saiu do supermercado com as sacolas repletas de chocolate. "Eu não tive tempo para comprar os presentes das crianças antes. E eu costumo comprar, pois tenho duas famílias e a cobrança é maior", brinca Wellington.
##RECOMENDA##Na própria calçada da loja, comerciantes aproveitam para vender cestas de chocolates, caixas de bombons e os próprios ovos de Páscoa. Rosineide Nascimento da Cruz, de 25 anos, é uma dessas comerciantes, e sempre vende cestas de chocolate em datas especiais. "Eu monto essa barraca no Dia das Crianças, Dia das Mães, no Natal... mesmo assim o movimento está fraco", comenta a vendedora. Quem aparenta estar com melhores lucros é Clóvis Ramos de Santana Filho. Há dez anos ele vende ovos de chocolate no local durante a Semana Santa. "A vantagem de comprar a mim é que as pessoas não precisam enfrentar as filas. O preço que vendo é o mesmo da loja", comenta, apesar que é só passar um possível freguês que Clóvis exclama: "Não tem fila e é mais barato que lá dentro".
Para quem está em busca do peixe a realidade já é diferente. No Mercado São José, os balcões estão vazios e muitos peixeiros não foram trabalhar. Segundo o comerciante Joel Gomes, 55 anos, a baixa procura já era esperada. "Nós já sabemos que os melhores dias são terça, quarta e quinta-feira. Sexta-feira e sábado são dias bem vazios, as pessoas só pegam o que sobrou", explica. A vendedora Regiares da Silva, 45 anos, destaca a vantagem destes dias mais calmos: "Hoje dá mais tempo de limpar o peixe e os balcões e de dar mais atenção ao cliente, porém já não há muitas opções". Esta era a realidade do pintor Petrônio Marques, 29 anos. "Estou procurando o peixe albacora, mas todo mundo diz que acabou. Só tem corvina", lamenta. O professor Alceu Joventino, 45 anos, na falta de opção de peixes, optou pelo camarão. "Não tive oportunidade de comprar, só agora. E é melhor no mercado pela praticidade e também porque estão sempre frescos", destaca.