Tópicos | Michele Bolsonaro

Por Guilherme Gusmão

Na noite da última sexta-feira (3), através do stories do Instagram, Michelle Bolsonaro compartilhou uma "fake news" que ganhou repercussão em grupos bolsonaristas. A ex-primeira dama compartilhou um vídeo de Flávio Dino falando sobre cloroquina, gravado em 2020. No entanto, comenta o discurso como se tivesse sido feito em 2023.

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"Depois de deixarem morrer milhões pelo não uso (da cloroquina) agora já pode usar remédios preventivos", diz a legenda da postagem. "Antes não podia", publicou Michelle.

Na verdade, o vídeo é de uma entrevista concedida por Dino em maio de 2020, dois meses após o início da pandemia do coronavírus. Na época, a eficácia desses medicamentos no tratamento contra a doença era estudado. Os remédios vinham sendo utilizados por alguns médicos em caráter experimental.

Poucos meses depois, a comunidade médica e científica mundial, após inúmeros testes em laboratórios, constatou que essas medicações não possuem qualquer eficácia contra a doença e, por isso, não constam nos protocolos de combate a pandemia

Michele Bolsonaro - que está envolvida em confusão com joias de R$ 16,5 milhões apreendidas em aeroporto - compartilhou o vídeo do perfil do cantor João Netto, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Novas mensagens encontradas no celular do cabo da Polícia Militar Luis Paulo Dominguetti, que está em poder da CPI da Pandemia, insere novos personagens na obscura negociação de vacinas superfaturadas da Davati com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo informações divulgadas nesta terça-feira (13) no site da revista Veja, a primeira-dama Michele Bolsonaro e o próprio presidente teriam tratado da compra dos supostos imunizantes.

Sem nenhum registro na agenda oficial ou anúncios por parte do Planalto ou do Ministério da Saúde, o chefe do Executivo teria recebido, no início de março deste ano, o reverendo Amilton Gomes de Paula. O objetivo do encontro, já que o reverendo é apontado como um dos principais interlocutores da venda superfaturada, era viabilizar a operação milionária.

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De acordo com as mensagens de Dominguetti, o presidente cobrou pessoalmente documentos que dariam continuidade ao processo de compra. A movimentação fica evidente em uma troca de mensagens do cabo com um contato de nome “Rafael Compra Deskartpak”.

“Manda o SGS (O SGS é um certificado que garante a procedência do produto). Urgente. O Bolsonaro está pedindo. Agora” escreveu o representante da Davati a Rafael. Em seguida, o contato responde: “Dominguetti, agora são 5 da manhã no Texas. E outra. Jamais será enviado uma SGS sem contrato assinado”.

“O reverendo está em uma situação difícil neste momento. Ofereceu a vacina no ministério. Presidente chamou ele lá”, Dominguetti continuou o diálogo. “O presidente está apertando o reverendo. Ele está ganhando tempo. Tem um pessoal da Presidência lá para buscar o reverendo”, complementa.

A equipe, como hoje se sabe, não tinha como garantir as 400 milhões de doses do imunizante contra a Covid-19 Astrazeneca. O laboratório assegurou não usar atravessadores para negociar com governos.

“Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”

Em outra conversa datada em 3 de março, Dominguetti conversa com o mesmo interlocutor (Rafael Compra Deskartpak) sobre a operação em curso. Além da ajuda do reverendo Amilton Gomes, que atuou para a finalização do golpe por ser próximo do gabinete presidencial, mensagens apontaram que a primeira-dama Michele Bolsonaro também esteve no “circuito”.

Assustado com os avanços feitos pelo reverendo, o cabo da PM comenta: “Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”, escreveu. A resposta demonstra ares de surpresa: “Quem é? Michele Bolsonaro?”

E Dominguetti confirma: “Esposa sim”. A partir deste momento, Rafael orienta o policial a ligar para Cristiano Carvalho, CEO da Davati no Brasil, que comandava a operação: “Pouts. (sic) Avisa o Cris”.

A troca de mensagens não deixa claro que tipo de participação a primeira-dama pode ter no caso. Os senadores da CPI devem avançar no assunto para entender se Michele Bolsonaro foi usada para que os supostos vendedores chegassem até o presidente.

“Últimos dias de pobre (sic)”

A Veja divulgou ainda que as mensagens em poder da CPI da Pandemia revelam diálogos nos quais os golpistas já comemoravam a chegada de uma vida de luxo, com carros importados e mansões em Brasília. No dia 15 de março, por exemplo, em plena negociação com  Planalto e com o Ministério da Saúde, os parceiros do policial militar Luiz Paulo Dominguetti enviavam mensagens ao operador da Davati já celebrando a chegada do dinheiro advindo da operação milionária com o governo.

“Bora reservar o jaguar e uma casa em Brasília. kkkkk…”, escreveu o próprio Dominguetti a um contato identificado como “Amauri Vacinas Embaixada”. Em seguida, o contato responde: “Já te falei que não quer Jaguar”, disse, compartilhando uma foto de outro carro importado de luxo na sequência.

Em outra troca de mensagens com o cabo, dessa vez com uma pessoa identificada como “Andrei Compra Vacina”, a mudança de vida pare através do golpe parece mais próxima que nunca: “Últimos dias de pobre! kkk”.

A compra das vacinas por parte do governo, contudo, não foi concluída.

 

O ministro Paulo Guedes recebeu, nesta segunda-feira (05), a primeira-dama Michele Bolsonaro para promover uma campanha de doação de agasalhos. Ao todo, foram arrecadados 148 itens entre cobertores, agasalhos e calçados pela ação.

O número de doações recebidas, no entanto, fez com que a frase CENTO E QUARENTA E OITO ficasse entre os assuntos mais comentados do Twitter no início da noite. Vários usuários da rede brincaram com a quantidade de cobertores, agasalhos e calçados arrecadados, considerada pequena.

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A arrecadação faz parte do programa Pátria Voluntária, comandado pela primeira-dama, que organizou a campanha com o objetivo de contemplar as pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade. 

Após a repercussão negativa, o Ministério da Economia atualizou a postagem do encontro, informando que a quantidade arrecadada se referia apenas as doações voluntárias de servidores do Ministério da Economia e que o incentivo a doação se estendeu por outros órgãos. 

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Os famosos estão usando suas redes sociais para demonstrar sua indignação com o presidente Jair Bolsonaro. Após o chefe de estado agredir verbalmente um jornalista ao ser questionado sobre uma quantia de dinheiro que sua esposa, Michele Bolsonaro, teria recebido de Fabrício Queiroz, vários atores, atrizes e cantores se manifestaram pela internet. 

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Nomes como Anitta, Bruna Marquezine, Paulo Vieira, Bruno Gagliasso, Laerte Coutinho, Jão, Fábio Porchat, Leandra Leal, Felipe Neto e Camila Pitanga, entre outros, publicaram a pergunta do jornalista. “Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”. 

Já o cantor Lulu Santos foi além e disse que sua vontade de dar um murro era o dobro da do presidente, que disse que esmurraria o repórter quando questionado por ele. “Enquanto cidadão sinto me preso numa relação abusiva que não escolhi”.

De forma sutil, a primeira-dama Michelle Bolsonaro começa a desempenhar o papel de aproximar o governo do marido, Jair Bolsonaro, de entidades sociais. A fase é de testes. Na semana passada, ela esteve em quatro eventos para promover ações de entidades que cuidam de pessoas com doenças raras e deficiências. Mas evitou acionar a máquina de publicidade do Planalto. A equipe de cerimonial do palácio não fez até agora objeções à postura e aos movimentos da mulher do presidente.

Michelle não viajou com Bolsonaro a Washington. Ela estará, no entanto, na comitiva do presidente a Santiago, no Chile no fim da semana.

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Um dos próximos desafios da primeira-dama será um leilão de dez vestidos, dois deles costurados pela estilista Marie Lafayette, que custam pelo menos R$ 4 mil. O pregão vai incluir o branco fluído com detalhes em renda e cristais usado no casamento com Bolsonaro em 2013 e o rosé acetinado da posse. Foi depois de o presidente receber a faixa no parlatório do palácio que a primeira-dama fez um discurso em Libras, a Língua Brasileira de Sinais. A iniciativa arrancou aplausos da multidão na Praça dos Três Poderes e empolgou aliados do governo, preocupados com a imagem "machista" do presidente.

Ela sinalizou que não pretende entrar na disputa por cadeiras, mesas e cargos no Palácio. Por enquanto, apenas ajudantes de ordem, entre eles, uma capitã do Exército, acompanham a primeira-dama em deslocamentos pela capital federal.

Michelle não quis também ocupar a sala que antes era de Marcela Temer, mulher do ex-presidente Michel Temer. O espaço virou gabinete do assessor Célio Faria Júnior, que comanda um grupo que atua nas redes sociais do presidente. Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morta em 2017, chegou a desalojar Frei Betto, ligado à família, de uma sala próxima do gabinete presidencial, no terceiro andar.

Atuação

A internação prolongada do presidente, no Hospital Albert Einstein, entre janeiro e fevereiro, a reestruturação do governo e a própria adaptação da família ao Palácio da Alvorada tornaram mais lentas as investidas de Michelle junto a grupos ligados ao atendimento de deficientes físicos e pessoas com doenças raras.

A primeira agenda pública de Michelle como primeira-dama, no fim de fevereiro, foi uma sessão no plenário da Câmara para discutir doenças raras. Na cerimônia, discursou por menos de cinco minutos, posou para fotos e conversou com alguns convidados, entre eles, Graça Goltara, mãe de Isabella, que é portadora da síndrome de cri-du-chat. Graça conheceu a primeira-dama no fim do ano passado, quando viajou cerca de oito horas de Vitória ao Rio de Janeiro até a casa dos Bolsonaro, na Barra da Tijuca, para apresentar a filha.

Após o encontro, Michelle convidou as duas para irem a Brasília. "Sou muito grata a ela porque já bati na porta de muita gente e nunca fui atendida. Minha intenção é divulgar essa doença", afirmou Graça.

Além dos eventos, Michelle tem mantido reuniões com os ministros da Cidadania, Osmar Terra, da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Uma delas ocorreu no gabinete de Bolsonaro.

Evangélica, Michelle não deu sinais até agora se pretende ajudar na interlocução do presidente com a bancada da Bíblia, que tem demonstrado insatisfação com o governo. Na semana passada, setores no Congresso viram a influência da primeira-dama na indicação de Iolene Lima, ligada à igreja que Michelle frequenta, para assumir a secretaria executiva do Ministério da Educação. A bancada evangélica, no entanto, buscou se desvencilhar da nomeação de Iolene para o cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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