Quando o time não vai bem, logo se multiplica pelas arquibancadas a seguinte frase: “Troca o treinador!”. Muitos creditam toda a responsabilidade a apenas um: o comandante. De certa forma, tem até sentido tudo isso. Ele é quem treina os atletas, sabe da condição de cada um, organiza o sistema defensivo, criativo e ofensivo. Enfim, ele tem culpa sim... Mas não toda, vale lembrar.
No Sport, a situação merece ser estudada. Essa fórmula antes citada parece não fazer mais efeito. O Leão iniciou o ano dando continuidade a Geninho, que fez campanha razoável na série B de 2010. Após tropeços, erros e falta de rendimento da equipe, ele saiu para a chegada de Hélio dos Anjos, o salvador (sem trocadilho) da pátria rubro-negra.
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A equipe melhorou aos poucos, é bem verdade, mas nada de encher os olhos, muito menos fez uma campanha que se compare à passagem anterior de Hélio pela Ilha, em 2003, quando conquistou o pernambucano, foi semifinalista da Copa do Brasil e terceiro lugar na Série B do mesmo ano.
Ele cumpriu uma parte da promessa. Chegou até a final. Não fez o principal: conquistar o hexa. A situação foi se complicando, se complicando... Até o elenco, dizem as más línguas, estava contra o treinador. Não deu outra: Hélio foi demitido.
Se a culpa nunca é do time, então vamos procurar alguém que possa resolver, pensaram. Eis que surge a opção de Mazola, treinador dos juniores e que tinha acabado de conquistar um título com a equipe de base.
Assim foi feito.
Bons resultados de início. Só em casa. Fora, o torcedor já sabe de toda a história.
Ao todo, Mazola conquistou: quatro vitórias (ABC, Ponte Preta, Salgueiro e Náutico), dois empates (Criciúma, na sua estreia, e São Caetano fora de casa, melhor resultado longe da Ilha sob seu comando) e outras cinco derrotas. Tudo isso resulta em um pífio aproveitamento de pouco mais de 42%. Pífio para a maior folha salarial da competição e para um time que tem pretensões maiores do que o 12º lugar.
Se as coisas não vão bem, grita o outro: “Então, troca o treinador!”.
Assim foi feito (de novo).
Mazola não foi bem “demitido”, foi rebaixado à condição de interino novamente, ou seja, uma “quase dispensa”.
Tudo isso é um sinal de que a diretoria escuta o torcedor e a Imprensa. Pelo menos nesse sentido, que é o mais fácil, claro. Já quando todos pedem dois meias e dois atacantes, formação simples e bastante usada, mas que os treinadores que passam pela Ilha parecem temer, ninguém escuta. Afinal de contas, os torcedores não são os “professores”.
Mas, como se diz no Twitter, #FicaaDica: a melhor defesa é o ataque. E essa receita é antiga.
A culpa é de Mazola? A resposta é: também. No entanto, independente de quem seja o próximo culpado, digo técnico, do time, é preciso que a diretoria se volte mais para o elenco para conhecer as dificuldades e, principalmente, onde realmente é necessário mudar. Vale lembrar, o novo técnico (maior probabilidade para Gallo, Carpegianne e PC Gusmão) não vai conseguir resolver o problema sozinho.
Agora é aguardar, torcedor.