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O nível dos reservatórios das hidrelétricas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do País, está em 37,42%, segundo dados disponibilizados nesta segunda-feira, 02, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), referentes à última sexta-feira, 30. No dia anterior, esse porcentual estava 0,02 ponto porcentual maior, em 37,44%.

Na Região Sul, o nível dos reservatórios subiu para 53,27%, ante 52,99% na véspera. No Nordeste, a situação atual é de 40,94% da capacidade, abaixo dos 41,03% do dia anterior. Já na Região Norte, o índice está em 93,06%, pouco acima da verificada anteriormente, que era de 92,96%.

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O nível dos reservatórios das hidrelétricas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do País, está em 37,42%, segundo dados disponibilizados nesta quinta-feira (29) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), referentes à quarta-feira (28). No dia anterior, esse porcentual estava 0,3 ponto porcentual menor, em 37,39%.

Na Região Sul, o nível dos reservatórios também subiu e está em 52,46%, ante 51,67% na véspera. No Nordeste, a situação atual é de 41,15% da capacidade, abaixo dos 41,27% do dia anterior. Já na Região Norte o índice está em 92,93%, pouco acima da verificada anteriormente, de 92,89%.

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A Justiça Federal de Rondônia anunciou, na quinta-feira (27), que mantém a condenação das empresas Santo Antônio Energia (SAE), Usina de Santo Antônio e Energia Sustentável do Brasil (ESBR), responsável pela usina de Jirau, em Ação Civil Pública por danos à população na enchente do Rio Madeira. O juiz federal Herculano Nacif, que no último dia 10 deu liminar contra as empresas, agora concedeu prazo de cinco dias para as hidrelétricas se manifestarem no processo.

Trabalhando no prédio do tribunal federal de Porto Velho, que também está alagado, o juiz determinou que as empresas protejam o patrimônio histórico e a BR-364, que foram afetados pelas águas dos reservatórios, abrindo caminhos alternativos para evitar mais danos às comunidades. A ação do Ministério Público Federal pede ainda novos estudos de impacto ambiental (EIA/Rima) nas barragens e avaliação da vazão do rio, além de levantamento dos prejuízos de flora e fauna.

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Ontem, às 15h, o nível das águas da enchente recorde na bacia do Rio Madeira chegava a 19,66 metros em Porto Velho. Na pior enchente registrada no Madeira, em 1997, o rio atingira 17,52 metros. Desta vez, avançou à montante, ou seja, antes das barragens, provocando interrupção da BR-364, principalmente na altura de Jaci Paraná, principal ligação rodoviária com o vizinho Estado do Acre. À jusante, ou seja, abaixo de Porto Velho, que tem uma dezena de bairros submersos, vilas inteiras foram inundadas, como São Carlos, no Baixo Madeira, a duas horas de barco da Capital.

A cidade de Porto Velho, que sofre com a cheia desde janeiro, está sob estado de calamidade pública e a Defesa Civil calcula em aproximadamente 4 mil o número de pessoas que tiveram de sair de casa por causa da enchente. Os prejuízos, segundo fontes do governo local, já alcançam os R$ 400 milhões, com impacto no comércio. O porto da cidade também opera no limite de sua capacidade.

Contestação

Em nota, a Santo Antônio Energia disse estar preparada para contestar todos os pontos da ação na Justiça, já que todos os estudos utilizados para elaboração do EIA/Rima foram analisados, avaliados e aprovados pelos órgãos licenciadores. "Todos os empreendimentos hidrelétricos do País seguem rigorosamente as normas estabelecidas pelos órgãos licenciadores e fiscalizadores do setor elétrico que estão altamente capacitados para tal avaliação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 600 projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) com capacidade para gerar 6 mil megawatts (MW) estão emperrados na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) há cerca de cinco anos. Para serem construídas, as usinas precisam ser analisadas e aprovadas pela agência reguladora. E só depois disso o empreendedor entra com o pedido de licenciamento ambiental.

"O órgão ambiental diz que não pode conceder a licença sem que a Aneel aprove o projeto. A Aneel diz que só pode aprovar depois que o órgão ambiental conceder a licença. Virou a história do que vem primeiro, o ovo ou a galinha", afirma o representante da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Pigatto.

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Segundo ele, até o ano passado, o governo praticamente havia esquecido as PCHs, que dão grande contribuição ao sistema por estarem próximas dos centros de consumo. No último leilão, no entanto, o preço melhorou e 16 projetos venderam energia. "Estamos confiantes de que agora elas possam deslanchar."

Medidas de incentivo. Além de projetos menores, como as PCHs, especialistas avaliam que o governo precisa incluir no planejamento medidas simples, como o incentivo à conservação de energia, geração própria (cogeração) e troca de equipamentos velhos por outros mais modernos e eficientes, como os smart grids. "O governo precisa começar a se mexer. Não dá pra esperar a chuva chegar", afirma o professor da PUC-Rio David Zylbersztajn. Na opinião dele, pequenas medidas poderiam fazer toda a diferença num momento delicado como o atual.

Em São Paulo, por exemplo, há grandes centros de consumo, como as Avenidas Paulista e Berrini, que poderiam adotar geração própria, diz o professor. Além disso, o gás natural tem de ser usado para diversificar a matriz elétrica. Roberto Pereira D'Araujo, do Ilumina, concorda tanto com a necessidade de se adotar medidas de conservação quanto com a do papel do gás. Segundo ele, o governo precisa reorganizar o setor e definir, por exemplo, a prioridade do gás natural. Para David Zylbersztajn, para sorte do setor, a atividade econômica do País está fraca. "Se estivesse crescendo 4% ao ano, a situação agora seria crítica."

As usinas hidrelétricas continuarão como carro-chefe do sistema de energia do País, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, durante o 14º Encontro de Energia, promovido pela Fiesp, em São Paulo.

Neste ano, haverá quatro leilões para contratação de energia: um de reserva exclusivo para eólicas, dois A-5 (para entrega em 2018) e um A-3 (para entrega em 2016). Tolmasquim defendeu o modelo e explicou que fontes alternativas estão sendo contempladas.

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A energia solar, por exemplo, estreará nos certames neste mês, no leilão A-3. Na avaliação do presidente da EPE, a fonte ainda é "pouco viável", mas foi contemplada por ser uma reivindicação de empresários. "Além disso, as eólicas começaram assim e hoje são um sucesso", afirmou. Ele explicou que muitas regiões do País têm forte incidência de sol durante o dia e muito vento à noite. "Investidores eólicos estão olhando muito atentamente para esse binômio eólica/solar na mesma área, até porque há infraestrutura instalada", relatou.

Reivindicação de empresários de outras fontes concorrentes, a eólica terá leilão exclusivo neste ano, o de contratação para energia reserva, dada sua alta competitividade. No entanto, só poderão participar da disputa as usinas que tenham transmissão assegurada. Sobre usinas que não têm a infraestrutura exigida, Tolmasquim disse que, paralelamente, a EPE trabalha em um estudo sobre expansão de linhas em áreas onde há projetos cadastrados de eólica. Segundo ele, o material foi enviado ao Ministério das Minas e Energia para avaliação ambiental. O projeto conectaria mais 6 mil MW, que poderiam ser contemplados nos próximos leilões.

No evento, Tolmasquim também disse que a EPE espera que a Usina São Manoel participe do 2º Leilão A-5, marcado para dezembro. A hidrelétrica, a ser construída no Rio Teles Pires, com capacidade instalada de 700 MW, enfrenta problemas de licenciamento ambiental.

As usinas hidrelétricas que foram licitadas antes de 2004 e que nunca saíram do papel não devem ser leiloadas pelo governo federal neste ano. "Acho pouco provável, porque é preciso passar pelo processo de reverter e rescindir o contrato de concessão, e tem que se conseguir o licenciamento ambiental prévio, condição necessária para habilitar as usinas nos leilões", afirmou nesta terça-feira, 16, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.

A tarefa, segundo ele, cabe à Empresa de Pesquisa Energética (EPE). "A EPE vai analisar a habilitação do empreendimento e, para que seja habilitado, tem que ter a licença ambiental prévia. Depois, entra no rito normal." Somente após esse processo o leilão pode ser organizado pela Aneel.

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O governo estabeleceu regras para que as empresas que arremataram os empreendimentos, que nunca obtiveram licenciamento ambiental, devolvam a concessão até o dia 9 de agosto. O objetivo é licitá-las novamente, mas pelas regras do modelo atual, em que vence a proposta de menor tarifa de energia.

Em troca, a União oferece anistia às dívidas das companhias relacionadas à taxa de Uso de Bem Público (UBP), devolução das garantias depositadas para participar da licitação e ressarcimento dos custos que tiveram com estudos para o projeto e o licenciamento.

Rufino afirmou que algumas das oito usinas que podem ser devolvidas estão muito próximas de obter o licenciamento. Ele disse ainda que boa parte das empresas já queria devolver as concessões. "É difícil porque a concessão, no regime anterior, tinha outra lógica. Vencia quem pagava maior valor de UBP e não tinha contrato no ambiente regulado", observou.

"É claro que o poder concedente não poderia impor isso, mas boa parte deles já queria devolver mesmo, porque tem valor de UBP alto", disse. "Decorrido boa parte do período de concessão, eles nem viabilizaram o empreendimento. Então, daqui a pouco, eles constroem a usina, mas o prazo de usufruir a concessão seria muito curto, e aí ficaria inviável. Então, eu acho que esse desenho de solução foi interessante."

Com o objetivo de captar US$ 9,9 bilhões em venda de ativos para financiar seu plano de investimentos, a Petrobras está conduzindo um processo de venda de seus ativos de geração hidrelétrica, reunidos na empresa Brasil PCH. A estatal detém 49% na companhia, que possui 13 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Hoje, a estatal mineira Cemig informou ao mercado que tem interesse na aquisição dos ativos. "A Cemig ... está participando do respectivo processo competitivo", informou a empresa.

Também circula no mercado que outra estatal, a Copel, teria interesse nos ativos. A Brasil PCH apurou lucro líquido de R$ 59,2 milhões no ano passado.

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As 13 usinas da Brasil PCH estão localizadas no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás. O principal atrativo dos projetos são os contratos de venda de energia no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), cujos preços são mais elevados que os praticados nos leilões de energia. Isso torna os ativos bastante atrativos para as empresas que investem energia renovável. A capacidade instalada dos empreendimentos é de 291,52 MW.

A venda da Brasil PCH pela Petrobras foi antecipada em março pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Em apresentação de divulgação do plano de negócios 2013-2017, a presidente da estatal, Graça Foster, havia dito que a companhia tinha interesse em se desfazer dos ativos que não tinha sinergia com o seu portfólio atual. À ocasião, a executiva disse que, embora rentáveis, as PCHs eram ativos menos importantes no contexto da empresa, indicando a intenção de venda.

Dentro da estratégia de gerar caixa para investimentos, fontes do mercado dizem que a Petrobras teria colocado a venda as suas participações nos ativos de energia eólica e em térmicas a óleo combustível.

Até 2017, a estatal tem como meta investir US$ 236,7 bilhões. No fim de abril, a empresa vendeu a sua participação em seis blocos no Golfo do México por US$ 110 milhões.

Na manhã desta sexta-feira, após assembleias nos canteiros de obras das Usinas Hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, em Porto Velho/RO, os operários aceitaram a proposta das empresas e decidiram encerrar a greve que teve início este mês. Os consórcios ofereceram um reajuste salarial de 11% e um aumento no valor da cesta básica, que passou de R$ 270,00 para R$ 350,00. A princípio os operários pediam 18% de reajuste sobre os vencimentos brutos, a elevação dos valores da cesta básica para R$ 400 reais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), entre outras reivindicações.

"O movimento de greve terminou com um bom resultado para ambas as partes. Os operários ficaram bastante satisfeitos e já retornaram às suas atividades normalmente" relatou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil (Sticcero), Raimundo Soares da Costa.

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Não haverá desconto no salário dos trabalhadores pelo tempo em que eles permaneceram parados. De acordo com as concessionárias das usinas, os prejuízos gerados pela paralisação dos operários ainda não foram contabilizados.

Em nota a Central Única dos Trabalhadores (CUT) parabenizou os trabalhadores e o Sindicato por mais uma conquista histórica em Acordo Coletivo de 2013, que superou o melhor acordo até então já firmado no Brasil este ano, que era o dos operários da obra do Maracanã no Rio de Janeiro.

O primeiro circuito da linha de transmissão Porto Velho (RO) - Araraquara 2 (SP), que permitirá o escoamento da energia das usinas do Rio Madeira (RO), será concluído em 30 de abril deste ano. Essa é a previsão que consta no balanço do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), divulgado nesta sexta-feira pelo governo. A operação dessa linha é fundamental para que as hidrelétricas Santo Antônio (já em operação) e Jirau (prevista para entrar em funcionamento em maio) comecem a disponibilizar suas ofertas para o resto do País.

O governo informou que 96% das obras da linha de transmissão já foram concluídas pela IEMadeira, a concessionária que irá operar o empreendimento. O estágio das obras relativas às estações conversoras, por sua vez, já alcançou 98%. Caso essa previsão de 30 de abril se confirme, isso significará que a linha entrará em operação com mais de um ano de atraso. Isso porque o contrato de concessão estabelecia que o projeto estaria operando desde o dia 26 de fevereiro de 2012. A IEMadeira tem como acionistas a Cteep (51%) e as estatais federais Furnas (24,5%) e Eletrosul (24,5%).

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No balanço do PAC, o governo também informou o status do projeto da linha de transmissão Porto Velho (RO) - Araraquara 2 (SP), circuito nº2, em construção pela concessionária Norte Brasil Transmissora de Energia. Esse empreendimento, previsto originalmente para entrar em operação em fevereiro de 2012, só deve ser concluído em abril de 2014, ou seja, com mais de dois anos de atraso. Apesar dessa situação, o cronograma de implantação dessa linha de transmissão é classificado como "adequado" pelo governo federal.

De acordo com o balanço do PAC, 53% das obras do empreendimento já foram realizadas. A previsão é de que a concessionária conclua 80% das obras da linha até o fim deste ano. Além disso, as estações conversoras têm previsão de conclusão até o final de agosto deste ano. A concessionária Norte Brasil Transmissora de Energia tem como sócios a Andrade Gutierrez (25,5%), a Abengoa (25,5%) e as estatais federais Eletrosul (24,5%) e Eletronorte (24,5%).

Novos projetos

No documento, o governo também mostrou algumas informações preliminares sobre os projetos em estudo que devem ser objeto de leilão futuramente. Três troncos de transmissão de grande porte estão em avaliação. São eles: a Interligação Tapajós (PA) - Sudeste, para escoar a oferta das usinas do Rio Tapajós (PA); Interligação Norte-Nordeste e Norte-Sudeste, que escoará a energia de usina Belo Monte (destaque para o fato de que o ponto final desse tronco é no Estado do Rio de Janeiro, após cruzar o Estado de São Paulo); e a Interligação das hidrelétricas do Rio Teles Pires (MT) com o Sudeste.

A presidente Dilma Rousseff acompanha nesta quarta-feira (9) a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - que avalia o suprimento de energia no país -, pois o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas tem preocupado o governo. A reunião está marcada para as 14h30. A expectativa é que sejam discutidas as questões de expansão das obras em curso no país e de segurança.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que os reservatórios do Nordeste operam com 31,61% da capacidade, e os do Norte, com 41,24%. Para suprir a demanda de consumo, todas as termelétricas estão em funcionamento.

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A previsão é que participem da reunião hoje o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, integrantes do ONS, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Agência Nacional do Petróleo (ANP), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel). Também foram convidados dirigentes da Eletrobrás e das associações do setor elétrico.

Pelos dados da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste estão no mais baixo nível para o mês de janeiro desde 2001, ano do último racionamento de energia elétrica no país. A capacidade armazenada atual nos lagos das usinas é 28,9%.

Nessa terça (8), Dilma se reuniu com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, para atualizar os dados sobre a situação do sistema elétrico brasileiro. Após a conversa, Zimmermann afastou a ameaça de racionamento e disse que o sistema opera de acordo com o equilíbrio estrutural para o qual foi planejado.

As usinas hidrelétricas gastaram R$ 2,2 bilhões no ano passado com arrecadações de royalties e de compensação financeira pela utilização de recursos hídricos (Cfurh) para geração de energia elétrica a municípios, estados e à União, segundo a Aneel.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que o Brasil  tem condições estruturais que dão segurança e tranquilidade ao setor elétrico e permitem descartar a possibilidade de um racionamento de energia. Segundo ele, a situação atual é diferente da que ocorreu em 2001 no país, quando houve blecaute.

Tolmasquim disse ainda que em 2001 não havia uma quantidade de usinas térmicas de reserva suficiente para funcionar como uma espécie de seguro ou “colchão” do sistema elétrico. Em relação às tarifas de energia, ele observou que a queda de 20%, que entrará em vigor em fevereiro, poderá ser afetada por fatores conjunturais, levando a redução a ser maior ou menor. Para ele, as avaliações feitas pelo governo sobre o cenário atual e as séries históricas dão tranquilidade ao setor.

O elevado endividamento das empresas de energia elétrica é um importante indicador de como o setor perderá capacidade de investimentos com a renovação das concessões. De acordo com dados da Economática, a dívida das seis principais companhias com vencimentos entre 2015 e 2017, e que têm ações negociadas em Bolsa, soma R$ 77,2 bilhões ante uma geração de caixa de R$ 23,1 bilhões - valor que sofrerá forte redução com as novas tarifas propostas pelo governo federal.

Na avaliação de especialistas, os números ainda não representam um problema de liquidez no setor, mas refletem como a vida das companhias será apertada daqui pra frente, especialmente para o Grupo Eletrobrás - cujas ações caíram 52,94% neste mês. Quase dois terços das dívidas totais pertencem à estatal, que está presente em projetos bilionários, como as Hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio e Teles Pires.

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A geração de caixa do grupo hoje está na casa de R$ 16,6 bilhões, mas a estatal já anunciou que terá uma queda drástica de receitas de R$ 9,6 bilhões com a renovação das concessões. Segundo a agência de classificação de risco Fitch Ratings, que reduziu a nota da estatal para negativa, as medidas do governo devem pressionar a geração de caixa e ter severas implicações para a capacidade de investimentos dos participantes do setor, em especial para a Eletrobrás.

O analista do Itaú BBA, Marcos Severine, acredita que a empresa precisará de um aporte de recursos do Tesouro entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões para honrar compromissos futuros. Mas, na avaliação dele, não adianta mais ficar discutindo a MP 579 já que a empresa anunciou que vai aderir ao programa de renovação das concessões. "Agora é preciso saber que tipo de ações a estatal vai adotar para evitar uma destruição maior de valor da empresa", avalia Severine.

Segundo ele, o mercado quer saber se a Eletrobrás vai adotar regras mais rígidas de gestão, redução de despesa e qual o destino que vai dar para as distribuidoras do Grupo. "Com a venda dessas concessionárias, por exemplo, o caixa da estatal poderá ter um alívio de R$ 1,5 bilhão. Isso pode ser algo bastante positivo no atual momento." Pelos cálculos dele, as receitas da Eletrobrás vão despencar 70% com a renovação das concessões.

Na avaliação da Fitch Rating, a nota das empresas poderá ser rebaixada em vários graus se as companhias aceitarem a proposta do governo, "sem usar parte dos recursos do pagamento recebido para fortalecer suas estruturas de capital, a fim de compensar o precipitado declínio de sua capacidade de geração de fluxo de caixa".

A preocupação tem fundamento. Segundo os dados da Economática, o índice Ebit/dívida, que mede a capacidade das companhias de pagarem os juros da dívida, é de apenas 7 - ou seja, a empresa gera apenas R$ 7 de lucro para cada R$ 100 de dívida. "Esse índice é péssimo", destaca o gerente de relacionamento institucional da Economática, Einar Rivero, responsável pelo levantamento.

Considerando que a taxa básica de juros está em 7,25% ao ano, qualquer redução no caixa poderia deixar a empresa em situação delicada. O índice da estatal é o pior entre as demais companhias. O indicador da Taesa, empresa de transmissão da Cemig, também não é confortável. Está em 8,4, segundo a Economática. Cesp, Cteep, Copel e Cemig têm números bem mais satisfatórios: 30,1, 21,4, 17,9 e 14,9, respectivamente.

Na avaliação do diretor de Project Finance do HSBC, Sergio Monaro, o principal risco da MP 579 é a sinalização que o governo passa para os investidores. A medida, avalia ele, traz uma série de incertezas regulatórias em relação ao setor elétrico que pode resultar em aumento de custo da energia. Um investidor que antes aceitava entrar num empreendimento com uma taxa de retorno menor, agora vai querer um pouco mais para compensar o risco, analisa o executivo. Na prática, isso significa energia mais cara, diz.

Desde a publicação da MP 579, os investidores estão numa campanha pesada para tentar mudar as bases do plano do governo. Eles não concordam com a queda brusca de receitas das usinas e com a perda de valor das empresas. Alguns ameaçam entrar na Justiça para evitar prejuízos. Mas a presidente Dilma Rousseff não tem demonstrado disposição para fazer qualquer alteração na MP.

Na semana passada, em entrevista ao Estado, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, disse que mesmo que algumas empresas decidam não renovar as concessões, o governo vai garantir ao consumidor a queda média de 20% no valor das tarifas. "Nosso esforço é manter os 20% de redução. Há outros mecanismos, como encargos e impostos, que estamos estudando." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

As chuvas que caíram nas últimas semanas não foram suficientes para recuperar o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Pelo contrário. O porcentual de armazenamento continuou caindo na semana passada para níveis próximos ao do pré-racionamento, em 2000. No sistema Sudeste/Centro-Oeste, o nível dos reservatórios está em 34,6%; no Norte, 39,6%; e no Sul, 40,7%.

A Região Nordeste vive a pior situação, com um nível de reservatório em 32,3%, apenas 5,8 pontos acima do limite de segurança para o abastecimento do mercado - um mecanismo de alerta criado pelo governo federal após o racionamento de 2001.

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Trata-se do pior nível desde 2003, quando o volume de água nas represas caiu para 18,97%. A esperança é que as chuvas do final de novembro e de dezembro sejam mais consistentes e consigam recompor os lagos das hidrelétricas. Mas, pelas previsões dos institutos de meteorologia, no Nordeste, as chuvas virão apenas em janeiro, e ainda assim abaixo do previsto. Só em novembro, o nível dos reservatórios da região recuou 1,8 ponto porcentual.

Nesse quesito, no entanto, o sistema Sudeste/Centro-Oeste teve uma depreciação mais rápida de seus lagos, de 2,6 pontos. Foi para evitar esse desgaste que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acionou os cerca de 11 mil megawatts (MW) de energia das térmicas. Mas nem todas estão conseguindo gerar o volume total programado pelo operador, o que continua pressionando o nível de água nas represas.

Para completar o cenário, vários parques eólicos que poderiam estar poupando água nos reservatórios estão parados no meio do Nordeste por falta de linha de transmissão. No total, são 32 usinas prontas e sem gerar um único MW. Em alguns casos, o sistema de transmissão só ficará pronto dentro de um ano, na melhor das hipóteses. O problema é que a estatal Chesf, responsável pela construção das linhas, não conseguiu concluir - em alguns casos, nem começar - as obras dentro do prazo previsto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A população atingida por novos empreendimentos de geração de energia hidrelétrica passará a ser cadastrada para poder receber compensações, de acordo com portaria interministerial publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União. O cadastro será acompanhado pelo Comitê Interministerial do Cadastro Socioeconômico, que reúne os ministérios de Minas e Energia, Meio Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca. As informações serão obtidas por meio de questionários, entrevistas, fotos, informações gráficas, órgãos públicos, organizações não governamentais e entidades de classe da região, entre outras.

A portaria prevê que o cadastro será de responsabilidade da empresa autorizada pelos órgãos públicos a elaborar o estudo de viabilidade técnica e econômica do empreendimento. Também de acordo com a portaria, o cadastro deverá ser feito preferencialmente durante a etapa de licença prévia da usina. Caberá à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) incluir, nos contratos de concessão e editais de leilão, uma cláusula específica de responsabilidade aos concessionários.

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As usinas hidrelétricas ainda são uma das mais importantes fontes de energia do mundo. De acordo com o Renewables Global Status Report 2006, no ano de 2005, elas produziram 19% da eletricidade consumida pela população mundial. A energia produzida pelas usinas hidrelétricas também equivale a cerca de 5 bilhões de barris de petróleo.

Sabe-se que por possuir inúmeros rios em toda sua extensão territorial, o Brasil investe maciçamente  nas hidrelétricas e está entre os cinco maiores produtores mundiais dessa forma de energia, possuindo atualmente 158 usinas hidrelétricas de grande porte. Em 2011, o governo brasileiro autorizou a construção da terceira maior central hidrelétrica do mundo, no meio da Amazônia, a hidrelétrica de Belo Monte, parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além desta, a previsão é que, entre 2016 e 2020, sejam construídas dez novas usinas na Amazônia, utilizando rios importantes da região, como o Tapajós e Jamanxim, no Pará.

A título de informação, Belo Monte será a maior hidrelétrica em território nacional e utilizará as águas do rio Xingu, afluente do Amazonas e a obra, que inicialmente custaria 19 bilhões de reais, já está estimada em 35 bilhões. As águas serão represadas em dois lagos artificiais com superfície de 668 Km², o que equivale ao lago suíço de Constança. Mas, antes de pensar nos benefícios resultantes de uma obra como esta, é preciso avaliar os impactos ambientais que serão causados.

No caso de Belo Monte, mais de 20 mil pessoas serão removidas da área a ser inundada. Mas, o comum a todas as hidrelétricas é o grande impacto sofrido pelo ecossistema da região, principalmente na fauna e a flora. O grande volume de represamento da água contribui bastante para esta destruição, visto que diversas espécies morrem ao ficarem submersas e aqueles animais que conseguem fugir acabam precisando se adaptar em novos lugares, saindo de seu habitat natural.

É fato que a produção de energia é um fator essencial para o desenvolvimento sócio-econômico de qualquer país, mas os impactos sócio-ambientais causados por essas, normalmente não são visíveis para a sociedade, que na maioria das vezes desconhece os projetos e as principais consequências de obras dessa magnitude.

Uma alternativa dos países desenvolvidos para produção de energia elétrica com menos impacto que os trazidos pelas hidrelétricas, são as usinas eólicas, que transformam a energia cinética dos ventos em energia elétrica. Ilustrativamente, existe cerca de 20.000 turbinas eólicas de grande porte em operação no mundo, grande parte está concentrada nos Estados Unidos. Na Europa, há projetos para gerar 10% da energia elétrica a partir da eólica, até o ano de 2030.

Apesar de pouco utilizada aqui, o Brasil produz e exporta equipamentos para usinas eólicas. Talvez essa seja a hora de pensarmos como um país desenvolvido e investir em tecnologias que não destruam nosso ecossistema.

 

 

 

Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram uma nova alta de desmatamento na Amazônia, nas proximidades das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em construção no rio Madeira. A movimentação das motosserras levou o Estado de Rondônia ao topo do ranking do desmatamento.

A informação foi divulgada hoje pelo instituto pouco antes de o Senado adiar em mais um dia a votação final da reforma do Código Florestal. À noite, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) impediu a votação de um pedido de urgência para o projeto, que deverá entrar em pauta na quinta-feira. Uma nova concessão à produção de camarão em manguezais estava sendo acertada para garantir um acordo em plenário.

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Segundo a negociação, a produção de pescado e crustáceos passará a ser considerada atividade de interesse social e, como tal, permitida em Áreas de Preservação Permanente. A produção de camarão foi um dos principais lobbies na reta final do debate sobre as regras de proteção das florestas e demais tipos de vegetação nativa.

O desmatamento de outubro é o segundo maior do ano na Amazônia, depois de abril, quando o governo lançou um gabinete de crise para conter o novo avanço sobre a floresta. O diretor de combate do desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, disse que os 90 quilômetros de floresta que desapareceram em Porto Velho estavam na área de influência das hidrelétricas do Madeira. "O aquecimento da economia local por conta das usinas fez aumentar o preço das terras e o desmatamento", disse.

Os satélites do Inpe registraram o corte de 385 quilômetros quadrados de floresta em outubro. Foram 132 quilômetros a mais do que no mês anterior. Neste ano, outubro só perde para abril, quando o desmatamento em áreas superiores a 25 hectares, detectado pelos satélites, alcançou 477 quilômetros quadrados.

A versão da reforma do Código Florestal que irá à votação provavelmente na quinta-feira não permite regularizar o desmatamento ilegal ocorrido depois de 22 de julho de 2008, data da primeira edição de decreto que regulamentava a lei de crimes ambientais. Mas o texto permite que proprietários de terras até 4 módulos fiscais (de 20 a 400 hectares, dependendo do município) não precisem recuperar a reserva legal, fatia do imóvel reservada à proteção da vegetação nativa, de 20% a 80%, de acordo com o bioma.

Esse ainda é um dos pontos mais criticados por ambientalistas, que levaram ao Palácio do Planalto hoje 1,5 milhão de assinaturas contrárias à anistia a desmatadores, a desproteção de áreas próximas a rios e a novos desmatamentos. Cerca de 200 crianças levaram balões verdes biodegradáveis para a manifestação. O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) indicou que a presidente Dilma Rousseff honrará a palavra de vetar dispositivos que permitam o aumento do desmatamento.

Segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a reforma do Código Florestal deve ser aprovada sem maior oposição no Senado. "O que gostaríamos de aprovar era a consolidação da produção em Áreas de Preservação Permanente, mas a recuperação parcial das APPs acabou se impondo", disse Assuero Veronez, presidente da comissão de meio ambiente da CNA.

O movimento de Organizações Não-Governamentais (ONGs) contra a construção de grandes hidrelétricas foi duramente criticado ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão."Somos atropelados a cada dia por gênios que querem nos impedir, a todo custo, de construir as hidrelétricas, que são a energia mais limpa e renovável do mundo", afirmou Lobão, na abertura do seminário "A Lei do Gás e o Planejamento da Expansão da Malha de Transporte", realizado ontem no Ministério de Minas e Energia.

O ministro destacou que a construção de hidrelétricas, com a usina de Belo Monte, evita o uso de outras fontes energéticas mais poluentes, como o carvão e o óleo, e que há "desinformação a respeito do assunto". Segundo Lobão, há representantes de ONGs que "se infiltram" entre os estudantes universitários para "denegrir" a imagem desses empreendimentos.

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O ministro estima que, das cerca de 340 mil ONGs que atuam no mundo, 300 mil "não defendem nossos interesses". As críticas às grandes hidrelétricas brasileiras, segundo Lobão, também são fruto da "inveja" que muitos países lá fora têm do Brasil, que hoje ocupa a posição de sétima economia mundial e "caminha rapidamente" para subir para a quarta ou quinta posição. "Essa gente lá fora odeia isso, mas nós chegaremos lá", afirmou Lobão.

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