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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou um documento científico recomendando a vacina contra a dengue produzida pelo laboratório japonês Takeda como escolha preferencial para imunizar crianças e adolescentes. A Anvisa deu o aval para o registro da Qdenga em território brasileiro em março.

Esse imunizante está liberado para ser aplicado em crianças com mais de 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade - são duas doses, com intervalo de três meses entre elas. Em estudos clínicos, ele demonstrou 80% de eficácia contra a dengue.

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A SBP lembra que a Qdenga é uma vacina composta por vírus vivos atenuados que ajuda na prevenção da dengue causada por qualquer um dos quatro sorotipos existentes (1, 2, 3 e 4). Ela pode ser administrada independente de exposição anterior do paciente à doença e sem necessidade de teste pré-vacinação.

Há outra vacina contra a dengue licenciada no Brasil: é a Dengvaxia, da farmacêutica Sanofi. Ela é recomendada no esquema de três doses para crianças, adolescentes e adultos, contemplando a faixa etária dos 6 aos 45 anos. Só que deve ser usada somente em que já teve a confirmação de uma infecção prévia por dengue.

Daí porque a entidade médica aconselha a escolha pela Qdenga. "A SBP sugere o uso preferencial da vacina Qdenga pelo esquema posológico mais conveniente (menor número de doses e término do esquema vacinal em menor tempo) e pela não necessidade de comprovação de infecção prévia pela dengue para sua administração", resume, em documento.

A SBP recomenda a vacinação para todas as crianças e os adolescentes a partir dos 4 anos, independente de já ter enfrentado a doença. Diante da escassez de dados sobre segurança e imunogenicidade, no momento, "não é recomendado realizar intercâmbio de doses entre as diferentes vacinas", acrescenta o documento.

Quem não deve se vacinar

A SBP reforça que ambas as vacinas são contraindicadas para gestantes, mulheres que amamentam e imunocomprometidos e para indivíduos com hipersensibilidade a substâncias contidas no imunizante.

"A vacinação com Qdenga deve ser adiada em pacientes que apresentem doença febril aguda. A presença de uma infecção leve, como um resfriado, não deve resultar no adiamento da vacinação", aponta o documento.

Onde encontrar

A vacina contra a dengue da Takeda é oferecida em clínicas particulares. Segundo levantamento feito em julho pelo Estadão com quatro estabelecimentos da capital paulista, o valor da dose varia entre R$ 425 e R$ 478 - o esquema completo de vacinação é feito com duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. O valor pode variar de acordo com o Estado por causa das diferentes cargas tributárias.

O Ministério da Saúde acompanha o crescimento dos casos de dengue no Brasil, mas não deve oferecer imunizantes estrangeiros na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo sem data para autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina Butantan-DV será priorizada pelo governo. 

Um dos principais eixos do Ministério da Saúde do governo Lula (PT) é o fortalecimento da indústria nacional de insumos hospitalares e medicamentos. Nessa política, a decisão é esperar a entrega do imunizante do Butantan, que é desenvolvido desde 2009 e deve ficar pronto em 2024, com expectativa de autorização para 2025, de acordo com O Globo

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O Brasil sofreu com o aumento de casos de dengue no primeiro semestre de 2023. De janeiro ao início de junho foram registrados 1,38 milhões de casos prováveis da doença, equivalente ao aumento de 22% em relação ao ano passado. Do total, 15.519 casos foram considerados graves e com sinais de alarme, enquanto 635 pessoas morreram pela arbovirose. 

Do Japão, o laboratório Takeda produziu a "Qdenga" e promete 80,2% de eficácia contra todos os sorotipos da dengue. A fabricante ainda indica que a vacina pode ser aplicada em crianças com mais de quatro anos e adultos até 60. 

A Qdenga já foi aprovada pela Anvisa, mas ainda não passou pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Ela deve ficar disponível para a compra do setor privado ano início deste mês, por valores entre R$ 400 e R$ 500.  

A vacina japonesa se junta ao imunizante Dengvaxia, produzido na França e comercializado no Brasil. Entretanto, ela é indicada apenas para quem já teve a doença e quer evitar a reinfecção. 

A aposta do governo brasileiro, a Butantan-DV, possui 79,6% de eficácia e pode ser aplicada no público entre 4 e 59 anos, tanto para já teve dengue quanto para quem nunca foi contaminado. Diferente da japonesa, ainda não há dados sofre sua eficácia para os sorotipos 3 e 4. 

A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou que uma nova vacina contra a dengue deve chegar ao Brasil na próxima semana. Composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, a Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda., foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março. De acordo com o órgão regulador, a dose confere ampla proteção contra a dengue.

Em nota, a ABCVAC informou que o preço da vacina, disponível inicialmente apenas em laboratórios particulares, deve variar entre R$ 350 e R$ 500 para o consumidor final, dependendo do estado. Em São Paulo, por exemplo, o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) autorizado pela Anvisa para as clínicas é R$ 379,40.

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“As clínicas devem utilizar esse parâmetro na composição da sua precificação final, que também inclui o atendimento, a triagem, a análise da caderneta de vacinação, as orientações pré e pós-vacina, além de todo o suporte que os pacientes necessitam para se informar corretamente sobre a questão da vacinação”, destacou a ABCVAC.

Indicação

De acordo com a Anvisa, a vacina é indicada para crianças acima de 4 anos de idade, adolescentes e adultos até 60 anos de idade. A Qdenga, portanto, é a primeira dose aprovada no Brasil para um público mais amplo, já que o imunizante aprovado anteriormente, a Dengvaxia, só pode ser utilizado por quem já teve dengue.

A nova vacina estará disponível para administração via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.

“A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, contudo, segue sujeita ao monitoramento de eventos adversos, por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da empresa”, informou.

A eficácia contra a dengue para todos os sorotipos combinados entre indivíduos soronegativos (sem infecção anterior pelo vírus) foi de 66,2%. Já para indivíduos soropositivos (que tiveram infecção anterior pelo vírus), o índice foi de 76,1%.

“A demonstração da eficácia da Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, a segurança e a imunogenicidade da vacina”, informou a Anvisa.

 

A cidade de São Paulo já registra 7.230 casos de dengue este ano, com a confirmação de quatro mortes, segundo os dados do boletim de arboviroses da prefeitura da cidade, divulgado na quarta-feira (18). No mesmo período do ano passado, houve 10.292 casos confirmados e no ano inteiro foram 11.920, com dois óbitos.

De acordo com as informações da prefeitura, todos os casos de morte são de pessoas residentes na zona norte da capital.

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Uma morte é de uma mulher, de 19 anos de idade, sem comorbidades, moradora de Santana, com início dos sintomas em 18 de abril e internação em um hospital privado no dia 22 do mesmo mês. Ela morreu no dia seguinte.

Outro óbito é de um idoso de 94 anos de idade, com comorbidades, também residente em Santana, com início dos sintomas em 9 de abril, sendo internado em um hospital privado no dia 13 do mesmo mês, e morrendo no mesmo dia.

Também foi registrada a morte de uma mulher de 47 anos, com comorbidades, residente na região da Casa Verde/Cachoeirinha, com início dos sintomas em 16 de janeiro e data do óbito no dia 24 de janeiro. A outra morte foi de uma mulher de 31 anos, moradora da Vila Maria, que apresentou sintomas em 5 de abril, foi internada em um hospital privado e morreu cinco dias depois.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), disse, por meio de nota, que tem investido continuamente no Programa Municipal de Combate à Dengue e demais Arboviroses. Uma das ações teve início em abril com a instalação de 20 mil armadilhas de autodisseminação de larvicidas, inicialmente em distritos específicos da cidade com histórico de maior incidência de casos de dengue.

“Mais de 14 mil armadilhas já foram instaladas. Os equipamentos são montados para que as fêmeas do Aedes aegypti, responsáveis pela disseminação da doença, distribuam o produto em seus criadouros após contato com o larvicida das armadilhas, a fim de eliminar o mosquito ainda em estágio larval”, informou a secretaria.

Ações

No dia 10 de maio, a Secretaria de Saúde realizou uma ação para intensificação de combate ao mosquito com visitas em 7 mil imóveis. No dia 18 de maio, a secretaria reforçou a frota de combate ao mosquito com mais sete picapes leves com equipamentos de dispersão dos inseticidas, dobrando a capacidade operacional na região.

No sábado (20), a prefeitura realizou o segundo mutirão de combate à dengue, com mais de 95 mil ações, entre visitas casa a casa, para identificação e eliminação de criadouros, nebulização com inseticida e orientações à população local sobre cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

“Simultaneamente aos movimentos, a SMS reforça que o apoio da população é fundamental para combater os focos do mosquito, com medidas como: guardar pneus em locais cobertos, lavar os potes de águas dos animais com esponja e sabão, duas vezes por semana; eliminar ou furar os pratinhos dos vasos de plantas; furar, tampar ou guardar em local protegido da chuva os demais recipientes que possam acumular água, tampar ralos, vasos sanitários, barris, tambores, tanques e caixas d’água; limpar calhas e lajes, manter as saídas de água desobstruídas; deixar latinhas, potinhos e outros recipientes recicláveis em local coberto”, recomenda a secretaria.

Com brigadas sanitárias que fumigam casa por casa, o Peru busca erradicar o mosquito transmissor da dengue, em uma tentativa de controlar um surto da doença que já deixou 79 mortos e 73.159 infectados neste ano, cifra mais alta desde 2017.

Desde cedo, milhares de moradores do distrito de San Juan de Lurigancho, o mais populoso de Lima, com 1,5 milhão de habitantes, saíram de casa para permitir a fumigação. Segundo o Ministério da Saúde, foram reportados 73.159 casos neste ano, 79 óbitos e 671 internações.

A ministra da Saúde, Rosa Gutiérrez, afirmou que a cifra é a mais alta desde 2017, quando houve 68.290 mil casos e 89 mortos após o fenômeno meteorológico El Niño. “Este novo surto está relacionado a um fator meteorológico”, afirmou a ministra.

Departamentos do norte do Peru e da Amazônia, onde houve chuvas intensas entre fevereiro e abril, são os mais afetados pela doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os brigadistas usam um inseticida potente à base de fosfatos orgânicos, segundo autoridades sanitárias.

"Nunca se viu assim tão forte. Em quase todos os bairros de Lima se está registrando a doença", destacou Erika Toribio, de 41 anos, que esperava na rua com um bebê enquanto sua casa era desinfetada. "A dengue está matando muita gente. A gente se salvou da covid, agora vem esta doença", comentou a comerciante Leslie Llontop, de 26 anos.

A fumigação também gerou críticas entre alguns médicos. “Nenhuma epidemia de dengue foi controlada com fumigação. Nesta fase, é necessária uma resposta hospitalar e evitar as mortes", ressaltou o médico Juan Celis, presidente da Sociedade Peruana de Doenças Infecciosas e Tropicais, em sua conta no Twitter.

"A situação que enfrentamos é muito grave. O aumento dos casos começou no fim do ano passado e cresce violentamente", declarou o ex-ministro da Saúde Víctor Zamora à rádio RPP.

A dengue foi detectada no Peru pela primeira vez em 1984. Desde então, tornou-se uma doença endêmica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou em abril que esta e outras doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos se propagam muito mais e por uma distância maior sob o efeito das mudanças climáticas.

Segundo a OMS, a dengue é endêmica em 100 países, mas representa uma ameaça para outros 29. O número de casos aumentou exponencialmente nos últimos anos, passando de meio milhão em 2000 para 5,2 milhões em 2019.

Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), coordenado pela Fiocruz Amazônia e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), mostra o ressurgimento recente do sorotipo 3 do vírus da dengue no Brasil, que há mais de 15 anos não causa epidemias no país, o que faz acender o sinal de alerta quanto ao risco de uma nova epidemia da doença causada por esse sorotipo viral.

A pesquisa apresenta a caracterização genética dos vírus referentes a quatro casos da infecção registrados este ano, três em Roraima, na Região Norte, e um no Paraná, no Sul do país. Segundo a Fiocruz, a circulação de um sorotipo há tanto tempo ausente preocupa especialistas.

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"Nesse estudo, fizemos a caracterização genética dos casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus dengue. É um indicativo de que poderemos voltar a ter, talvez não agora, mas nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo", alerta, em nota, o virologista Felipe Naveca, chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados da Fiocruz Amazônia e pesquisador do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz, que atua como referência regional para dengue, febre amarela, chikungunya, Zika e vírus do Nilo ocidental.

O vírus da dengue tem quatro sorotipos. Segundo a Fiocruz, a infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente. O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo.

Para compartilhar rapidamente as informações, os resultados da análise foram divulgados em artigo preprint na plataforma medRxiv, sem o processo de revisão por pares. O trabalho foi submetido para publicação em periódico científico. A pesquisa contou com a parceria dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) de Roraima e do Paraná, além da participação de especialistas de diversas instituições de pesquisa.

Segundo o virologista Felipe Naveca, as análises indicam que a linhagem detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, no período entre 2018 e 2020, provavelmente no Caribe. "A linhagem que detectamos do sorotipo 3 não é a mesma que já circulou nas Américas e causou epidemias no Brasil no começo dos anos 2000. Nossos resultados mostraram que houve uma nova introdução do genótipo III do sorotipo 3 do vírus da dengue nas Américas, proveniente da Ásia. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos. Agora, identificamos que chegou ao Brasil".

Dos quatro casos analisados, três são referentes a casos autóctones de Roraima, ou seja, correspondem a pacientes que se infectaram no estado e não tinham histórico de viagem. Já o caso no Paraná foi importado, diagnosticado em uma pessoa vinda do Suriname.

Os casos foram inicialmente identificados pelos Lacens de Roraima e Paraná, respectivamente. Segundo o pesquisador, foram as equipes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos de Porto Rico e do Departamento de Saúde da Flórida, que identificaram os casos vindos de Cuba e nos EUA. “Assim, esse é um alerta válido não só para o Brasil, mas para toda a região das Américas. Tendo em vista estarmos vivendo um grande número de casos de arboviroses esse ano no Brasil, a detecção de um novo sorotipo do vírus da dengue não é uma boa notícia", disse.

A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam); da Rede Genômica de Vigilância em Saúde do Amazonas; da Rede Genômica Fiocruz; do Inova Fiocruz (Inovação Amazônia); do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde do Brasil; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Um grupo que tem em sua gênese o ímpeto de  homenagear os grandes da música nacional e mundial. Este é o Los Sebosos Postizos (LSP), projeto paralelo da Nação Zumbi, banda formada por músicos não menos renomados do que aqueles que escolhem para render honrarias. Após dedicar duas décadas à obra de Jorge Ben Jor, o grupo resolveu passear por outros ares e dar sua pegada própria ao repertório de Bob Marley & The Wailers, com direito a registro em álbum e apresentações pelo país. O Recife recebe esse show nesta sexta (21), no Clube Português, pelo selo ‘Bailinho Tropical’.

O Los Sebosos Postizos estreou fazendo releituras de clássicos de ninguém menos que Jorge Ben Jor. Nada mais justo, sendo esse um grande mestre da música popular brasileira e que já figurava como uma das maiores referências da Nação Zumbi. Duas décadas mais tarde, após o lançamento do álbum ‘Los Sebosos Postizos Interpretam Jorge Ben Jor’, a banda decidiu se debruçar sob outra seara, a do reggae, escolhendo a obra de Bob Marley & The Wailers para dar sua cara revestida de homenagem.

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Passar do suingue de Ben Jor para a cadência do reggae não foi tarefa árdua. Em entrevista ao LeiaJá, o baixista do grupo, Dengue, apontou similaridades entre os dois músicos para explicar que o processo, iniciado em 2019, foi feito com naturalidade. “(Jorge Ben Jor e Bob Marley) são de países do terceiro mundo que têm a África muito presente, assim como LSP. São artistas que perpetuaram músicas lindas, com mensagens de amor e justiça. Não sentimos que houve uma transição”, disse.  

O repertório foi escolhido a partir das músicas que Jorge Du Peixe, vocalista da banda, “se sente à vontade” para executar. Canções como ‘Kinky Reggae’, ‘Slave Driver’ e ‘Rastaman Vibration’, integram esse setlist que resultará também em um álbum, ‘Los Sebosos tocam Bob Marley & The Wailers’, com lançamento previsto ainda  no primeiro semestre de 2023. 

No show desta sexta (21), o público recifense vai poder curtir uma mistura musical, com os clássicos de Jorge e algumas faixas de Bob Marley & The Wailers, desse novo trabalho. Para aqueles que gostam tanto da obra do pai do Reggae, quanto das releituras do LSP, podem se preparar para muita ‘pedrada’ vindo por aí pois, segundo Dengue, o grupo aportou na Jamaica e não sairá tão cedo. “Ainda não sentimos essa vontade (de homenagear outro nome da música). Estamos apenas começando o trabalho de Bob Marley, pode ser que demore. Ficamos apenas no repertório de Ben Jor por mais de 20 anos”.  

Serviço

Bailinho Tropical - com Los Sebosos Postizos, Academia da Berlinda e Conde Só Brega

Sexta (21) - 21h

Clube Português

R$ 75 a R$ 155 (open bar)

Vendas na Loja Avesso, no bar Carranca, na Ingresso Prime (quiosques dos shoppings e site) e também online através do site Bilheteria Digital. 




 

O Brasil registrou 183 mortes por dengue este ano, média de dois óbitos por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. O número pode ser maior, já que ainda há 231 óbitos em investigação no País. Os dados, apurados até o dia 6 deste mês, apontam 592.453 casos prováveis de dengue em todos os Estados. A incidência é de 278 casos por 100 mil habitantes. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.230 já tiveram ao menos um caso positivo de dengue este ano.

A maior incidência dessa doença entre a população ocorre no Espírito Santo, com taxa de 1.568 casos por 100 mil habitantes. O Estado teve 1.742 casos no primeiro trimestre de 2022 e agora registra 64.422, segundo boletim do ministério. Em número, o maior aumento aconteceu em Minas Gerais. O Estado somou nos primeiros três meses deste ano 170.164 casos, enquanto em 2022 foram 23.256. Mato Grosso do Sul também registrou alta de 4.248 casos para 24.048 nos mesmos períodos.

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Em São Paulo, embora o Ministério da Saúde aponte alta no número de casos prováveis, de 98.080 para 131.807, a Secretaria de Saúde do Estado afirma que a doença já incide menos. "São Paulo registra neste ano redução de 23,8% nos casos de dengue e 32% nos óbitos em todo o Estado, em comparação com o ano passado", disse em nota.

Segundo a pasta, foram confirmados até o momento 88,8 mil casos e 70 mortes pela doença. No mesmo período de 2022, foram 116,6 mil casos e 103 óbitos. A diferença se deve ao fato de que, enquanto o ministério contabiliza casos prováveis, a secretaria estadual só soma os casos depois de confirmados por exames.

No interior, chama a atenção a morte de crianças devido à doença. A cidade de Osvaldo Cruz, com 33 mil habitantes, no oeste paulista, está em situação de emergência devido à epidemia. Nesta segunda-feira, 10, foi confirmada a morte de uma criança de 7 anos por dengue.

A vítima foi internada no dia 19 de março e morreu no dia seguinte; o exame do Instituto Adolfo Lutz confirmou a causa. Foi a quarta morte por dengue este ano no município, que contabiliza 2.893 casos positivos de dengue e tem outros 277 em investigação.

Em Junqueirópolis, de 21 mil habitantes, uma menina de 7 anos morreu no dia 29 de março com sintomas de dengue. Ela deu entrada no pronto-socorro municipal durante o dia e morreu à noite. Enquanto aguarda o laudo do Adolpho Lutz, a prefeitura realiza fumacês (nebulização com inseticida) nas ruas e no interior das casas.

Em Lins, a Secretaria da Saúde investiga a morte de uma menina de 4 anos com sintomas de dengue. O óbito foi registrado no último dia 7 e, se confirmado, será o segundo na cidade. Uma idosa de 77 anos morreu com dengue no dia 4.

Baixa saturação

A funcionária pública Lorena Aparecida Gomes apresentou os sintomas da doença na terça-feira de carnaval, 21 de fevereiro. Ela contou ter passado mal em um supermercado e foi levada para a Santa Casa de Oswaldo Cruz, onde foi diagnosticada a dengue.

"Cheguei com baixa saturação, quase sem pulsação e estava roxa. Se eu tivesse ido para casa, desidratada como estava, provavelmente teria morrido", contou. Lorena passou a pedir que as pessoas não subestimem a dengue. "Tive covid duas vezes e pensei que a dengue não era nada, mas é muito pior. A dengue mata, eu quase fui embora", disse.

Outras cidades paulistas em situação de epidemia devido à dengue são Itápolis (2.396 casos), Taquaritinga (3.815) e Presidente Prudente (6.849). Em Prudente, já são sete mortes pela doença este ano. A prefeitura transformou o Centro Cultural Matarazzo, espaço de artes e cultura, em um Centro de Combate, unidade exclusiva para pacientes com sintomas de dengue.

Já a prefeitura de Campinas confirmou na segunda-feira, 10, a primeira morte por dengue do ano - o último óbito tinha sido em abril de 2022. A cidade, com 1,2 milhão de habitantes, registra 2.467 casos positivos este ano, bem menos do que municípios de menor porte. Os números, no entanto, cresceram 72% em uma semana e causaram alerta.

O coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto Marinho Neto, disse que os meses de janeiro e fevereiro deste ano tiveram um aumento de 200% nos casos confirmados. Ele lembrou que mais de 4 mil casos suspeitos ainda estão em investigação.

Quais as melhores maneiras de evitar a proliferação do mosquito?

Encha os pratos dos vasos de plantas com areia até a borda

Troque a água e lave o vaso das plantas aquáticas com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana

Troque a água dos animais de estimação e lave as vasilhas constantemente

Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre fechada

Caixas d’água também devem permanecer fechadas e todos os objetos que acumulam água, como embalagens usadas, devem ser jogados no lixo

Folhas e tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas também precisam ser removidos

Garrafas e recipientes que acumulam água devem ser sempre virados para baixo

Brasil teve mais de mil mortes em 2022

Em 2022, o Brasil registrou o maior número de mortes por dengue desde que a doença voltou ao cenário nacional na década de 1980. Foram 1.016 mortes, superando o recorde anterior de 2015, quando houve 986 óbitos.

Em São Paulo, foram confirmados 332.139 casos de dengue em 617 dos 645 municípios paulistas. Houve ainda 287 mortes. Já este ano, de 20 a 25 de março, o Estado realizou a Semana Estadual de Mobilização Social contra o mosquito Aedes aegypti. São Paulo está no período de maior transmissão da doença - entre o final da primavera e o início do outono -, mas os casos tendem a diminuir no inverno.

Diante do alerta de aumento da incidência no País, o Ministério da Saúde informou ter instalado o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses para atuar no controle e redução de casos graves de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Para apoiar Estados e municípios que sinalizaram crescente aumento nos casos, a pasta tem enviado equipes técnicas para reforçar as ações de vigilância epidemiológica, controle vetorial e assistência. Segundo o ministério, todos os Estados estão abastecidos com três tipos de inseticidas para controle do mosquito.

Perguntas e respostas sobre a dengue

O que é dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus que pertence à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus. O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Também são classificados como arbovírus, ou seja, são normalmente transmitidos por mosquitos.

Como a dengue é transmitida?

No Brasil, os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e podem causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a forma considerada hemorrágica, conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, o período do ano com maior transmissão ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença.

Que remédios é possível tomar contra a dengue?

Toda medicação deve ser tomada só após a indicação de um médico. Mas é importante reforçar que alguns remédios são contraindicados em caso de suspeita da doença, entre eles, Ácido acetilsalicílico (aspirina) e Prednisolona, pois podem agravar o quadro clínico em caso de confirmação da dengue.

Como é o mosquito da dengue?

Apesar de ser muito parecido com o pernilongo, o mosquito da dengue tem algumas características que servem para diferenciá-lo. Além das listras brancas e pretas, ele é silencioso e costuma picar durante o dia. Igualmente considerada vetor da febre amarela urbana, a fêmea do mosquito Aedes aegypti é a principal transmissora da dengue no Brasil.

Conforme a Fiocruz, o Aedes tem se caracterizado como um inseto de comportamento estritamente urbano, sendo raro encontrar amostras de seus ovos ou larvas em reservatórios de água nas matas.

Quais são os sintomas da dengue?

A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Na dengue clássica, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tontura, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

Os principais sintomas:

Febre alta acima de 39°

Dor no corpo e articulações

Dor atrás dos olhos

Mal estar

Falta de apetite

Dor de cabeça

Manchas vermelhas no corpo

Aumento progressivo do hematócrito (medida da proporção de hemácias no sangue)

O que é dengue hemorrágica?

No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.

"Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade", alerta a Fiocruz.

Grávidas, crianças e idosos têm mais riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos da dengue, de acordo com o Ministério da Saúde.

Quais são os sinais de alerta?

Dor abdominal intensa e contínua

Vômitos persistentes

Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)

Hipotensão postural e/ou lipotímia (perda de sentidos)

Letargia e/ou irritabilidade

Sangramento de mucosas

Como diferenciar a dengue da covid-19?

A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, enquanto a transmissão pela covid acontece por meio de partículas que se espalham pelo ar, secreções de pessoas infectadas ou superfícies contaminadas.

Sintomas comuns entre as doenças: febre, dores no corpo e de cabeça, cansaço e mal-estar.

No entanto, tosse, dor no peito, falta de ar - principalmente - e alteração do olfato, por exemplo, são sintomas apenas da covid-19. Já no caso da dengue a diferença é que a pessoa pode apresentar manchas na pele e problemas gastrointestinais.

Posso pegar dengue mais de uma vez?

Quando uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectada.

Caso volte a ter dengue, com um dos outros três tipos do vírus que ainda não contraiu, poderá apresentar ou não uma forma mais grave. A maioria dos casos de dengue hemorrágica ocorre em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos de vírus.

Depois que o mosquito da dengue pica, quanto tempo aparecem sintomas?

Geralmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia depois da picada do inseto, com uma média de cinco a seis dias.

Como o mosquito da dengue se contamina?

O mosquito fêmea se torna infectado quando suga o sangue de alguém doente, no curto período em que esta pessoa tem várias partículas do vírus circulando em seu sangue. Neste momento, o mosquito terá o vírus em seu estômago, mas ainda não é capaz de transmiti-lo.

"Entre 10 e 12 dias depois, as partículas do vírus dengue se disseminam pelo organismo, multiplicam-se e invadem suas glândulas salivares: neste momento, o mosquito fêmea se torna infectivo e, somente a partir daí, poderá transmitir o vírus a outra pessoa", acrescenta a Fiocruz.

Existe vacina contra a dengue?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no começo de março de 2023 uma nova vacina contra a dengue, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda. O produto, batizado de Qdenga, teve eficácia de 80% nos estudos clínicos. É o segundo imunizante contra a doença a receber registro no Brasil, mas o primeiro que poderá realmente mudar o curso das epidemias da doença. Isso porque a primeira vacina, do laboratório Sanofi Pasteur e aprovada no País em 2015, foi descartada pela maioria dos países como estratégia de prevenção por ser recomendada apenas para quem já contraiu algum sorotipo da dengue, já que aumenta a ocorrência da forma grave da doença em pessoas nunca antes infectadas pelo vírus. Ela tem ainda como limitação a faixa etária para qual é indicada: 9 aos 45 anos.

Ainda não há previsão de quando a vacina estará disponível no mercado. Antes, ela precisará passar pelo processo de precificação junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que costuma durar meses. Também não é possível dizer ainda se o produto será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para ser oferecido em campanhas nacionais de vacinação.

O número de casos de dengue registrados até agora na cidade de São Paulo cresceu 47% em relação ao mesmo período do ano passado e já é o maior desde 2019 para o período, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) referentes às nove primeiras semanas epidemiológicas do ano (até 4 de março).

Foram 938 infecções confirmadas em 2023, ante 637 no mesmo período de 2022. O número real de casos deve ser ainda maior já que, pelo atraso na notificação de infecções pelos serviços de saúde, os registros das últimas duas semanas costumam estar incompletos. Se analisadas as primeiras quatro semanas do ano, cujos dados já estão mais consolidados, a alta entre um ano e outro foi de 110%.

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Distritos da região central, zona oeste e zona norte da capital paulista registram as maiores taxas de incidência até o momento. A Barra Funda ocupa o topo da lista, com 42,2 casos por 100 mil habitantes, seguida por Pari (41,4), Tremembé (25,1), Perdizes (20,1) e Pinheiros (19,8).Nenhuma morte pela doença foi registrada neste ano até agora.

EPIDEMIA

Embora o coeficiente de incidência acumulado do ano ainda seja considerado baixo, o cenário preocupa a Prefeitura e especialistas por indicar antecipação do período de alta de casos e, consequentemente, risco maior de uma epidemia.

De acordo com Luiz Artur Caldeira, coordenador da Vigilância em Saúde, a equipe técnica do órgão observou um adiantamento do aumento de casos de dengue, que tradicionalmente ocorre entre março e maio. A hipótese é de que, com um verão com elevadas temperaturas e alto volume de chuvas, as condições climáticas favoreceram a reprodução do mosquito Aedes aegypti ainda mais cedo.

"Os indicadores nos mostram que a curva de casos registrada em janeiro e fevereiro deveria estar acontecendo somente em março ou abril. Pode ser somente um adiantamento da sazonalidade e, se tivermos um adiantamento de frentes frias também, essa sazonalidade vai terminar mais cedo. Só que, se isso prevalecer (calor intenso e chuvas), teremos dois meses a mais nesse cenário", afirma Caldeira.

HISTÓRICO

O fato de a capital não registrar grande epidemia de dengue desde 2015 também ajuda a explicar a alta de casos, de acordo com o virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. "As epidemias surgem, em média, a cada três ou quatro anos. Costumam vir quando muda o sorotipo ou a linhagem circulante do vírus", explica. Entre 2018 e 2019, uma nova linhagem do sorotipo 2 da dengue, associado a quadros de maior gravidade, entrou no Brasil e pode levar à alta de casos em algumas localidades. "Ele não atingiu grandes capitais, mas, quando atingir, deverá causar grandes epidemias", diz.

De acordo com Caldeira, da Vigilância da capital paulista, até agora mais de 90% dos casos de dengue registrados na cidade são do sorotipo 1, o mais comum no Brasil.

De acordo com Caldeira, algumas medidas vem sendo tomadas desde o ano passado pela Prefeitura. Pela primeira vez, diz ele, a administração municipal internalizou o processo de compra de inseticida usado nos fumacês, dobrou o número de equipamentos usados para aplicação do produto (nebulizadores) e ampliou o número de servidores que atuam nas ações de prevenção e combate ao mosquito. De acordo com a secretaria, foram realizadas em 2023 mais de 623 mil ações de prevenção ao Aedes aegypti, contando 209.231 visitas casa a casa, 6.693 vistorias a imóveis especiais e pontos estratégicos, e 378.847 ações de bloqueios de criadouros e nebulizações, entre outras atividades.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova vacina contra a dengue. O imunizante Qdenga, produzido pela empresa Takeda Pharma, é indicado para população entre 4 e 60 anos. A aplicação é por via subcutânea em esquema de duas doses, em intervalo de três meses entre as aplicações.

Segundo a Anvisa, a nova vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, o que garante uma ampla proteção contra ela. No ano passado, o Brasil registrou mais de mil mortes por complicações da dengue no país.

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No mês passado, a Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio) aprovou a segurança da vacina Qdenga, que aguardava agora o aval da Anvisa.

Uma outra vacina contra a dengue já aprovada no país, a Dengvaxia, só pode ser aplicada por quem já teve a doença.

A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária europeia (EMA), de quem também recebeu aprovação. A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, no entanto, seguirá sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da própria empresa.

A Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio) aprovou esta semana a segurança da vacina contra a dengue da empresa Takeda Pharma. De acordo com a Lei Geral de Biossegurança, cabe à comissão avaliar a segurança ao meio ambiente, a animais e humanos de produtos e tecnologias que contenham organismos geneticamente modificados.

A aprovação aconteceu após dois anos de discussão. Durante a análise, a CTNBio encomendou estudos que demonstraram a segurança do produto no Brasil, onde há maior prevalência do mosquito Aedes aegypti. Após a apresentação dos resultados, a comissão concluiu sobre a biossegurança e determinou que sejam monitorados os efeitos do uso da vacina no país.

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De acordo com a CTNBio, as análises de eficácia e uso da vacina, agora, serão feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O cantor Lucas Lucco foi diagnosticado com dengue, nessa terça-feira (17). Nas redes sociais, a assessoria emitiu um comunicado explicando que os shows seriam cancelados por conta do exame positivo.

"A equipe de Lucas Lucco informa que devido ao diagnóstico positivo para dengue, as participações e shows que o cantor realizaria essa semana estão sendo cancelados", escreveu.

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E continuou falando sobre o estado de saúde do artista: "Lucas encontra-se em recuperação e, por recomendação médica, permanecerá em repouso. Agradecemos ao carinho e compreensão de todos".

O Brasil chegou a 987 mortes por dengue este ano, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo Ministério da Saúde. O número é o novo recorde anual de óbitos pela doença, superando o maior patamar anterior, de 986 mortes, registrado em 2015. Desde a década de 1980, quando a dengue ressurgiu no País, não se registraram tantas mortes em um único ano. Como o levantamento considerou os casos registrados até o último dia 17 e ainda há 100 óbitos em investigação, o País ainda pode fechar o ano de 2022 com mais de mil mortes por dengue.

As mortes este ano já superam em mais de 400% as registradas em todo o ano de 2021, quando houve 244 óbitos. O Estado de São Paulo se mantém à frente em número de mortes, com 278 óbitos registrados, seguido por Goiás, com 154. Em uma evidência de que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, está se adaptando aos climas mais frios, os Estados da Região Sul aparecem na sequência, completando a lista dos cinco com maior número de mortes: Paraná (108), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66).

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Mais casos

O número de casos prováveis de dengue chegou a 1.414.797, com taxa de incidência de 663,2 por 100 mil habitantes. Houve aumento de 163,8% em relação aos casos do mesmo período de 2021. A região Centro-Oeste teve a maior incidência até agora, com 2.028,4 por 100 mil habitantes. O município brasileiro com mais registros é Araraquara, no interior de São Paulo, com 8.716,1 casos por 100 mil moradores. Já em número absoluto, Brasília lidera com 68.654.

'Faltou ação em prevenção'

Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), os números indicam que houve descuido com a prevenção da doença. "Ainda nem acabou a contagem, pois tem dados represados e 100 óbitos em investigação, e já batemos o recorde histórico de mortes por dengue em um ano. Ultrapassamos também 1,4 milhão de casos. Com certeza é o pior ano da dengue em todos os aspectos e isso não aconteceu por acaso. Faltou ação do governo federal em prevenção", disse.

O número baixo de casos no ano passado, segundo ele, pode ter contribuído para que a população relaxasse nos cuidados básicos, como a eliminação de criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor. "Dengue é uma luta contínua, é preciso mostrar que a doença mata e isso se faz com campanhas. Em abril deste ano, nós da Sociedade Brasileira de Infectologia fizemos o primeiro alerta para o grande número de óbitos e a necessidade de retomar as campanhas. Não foi por falta de aviso."

Segundo ele, a condição climática também contribuiu para o aumento de transmissão. "Estamos vivendo um ano mais chuvoso por conta do fenômeno La Nina e o mosquito Aedes aegypti precisa de água e calor para se reproduzir. Outra questão é que, por conta do aquecimento global, o mosquito vai expandindo suas fronteiras, reproduzindo onde antes não aparecia. Não é à toa que temos um grande número de casos e de óbitos nos estados da Região Sul."

Mais chikungunya

O infectologista chamou a atenção para o aumento de casos e mortes por chikungunya, doença também transmitida pelo mosquito. "Isso indica que o Aedes ficou livre e solto para se reproduzir por falta de uma ação mais efetiva de controle." Até 17 de dezembro, foram confirmados 93 óbitos por chikungunya no Brasil, quase sete vezes mais que as 14 mortes de todo ano de 2021. O País já registrou 172.082 casos prováveis, 78% a mais do que no mesmo período de 2021.

O Ministério da Saúde informou que monitora de forma constante a situação epidemiológica da dengue e das demais arboviroses no Brasil. A pasta destacou que investe em ações de combate ao mosquito de forma permanente, como a promoção de campanhas que ajudam a orientar a população sobre a prevenção da doença, distribuição de inseticidas e larvicidas aos Estados e municípios, bem como a realização periódica de reuniões com gestores para avaliação do cenário nacional e estratégias de combate.

A dengue é uma realidade no Brasil, há décadas. Já sabemos quais são os sintomas da doença e como combater a reprodução do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, mas muitas pessoas ainda confundem os pernilongos normais com os transmissores da dengue. As diferenças são muitas e fáceis de identificar.

Para começar, o mosquito da dengue e o pernilongo são mosquitos de famílias diferentes. Enquanto o primeiro é o Aedes aegypti, o pernilongo é o Culex quinquefasciatus. É possível identificá-los tanto durante o voo, “em ação”, quanto em repouso. As cores são diferentes. O pernilongo tem uma coloração uniforme marrom e o Aedes aegypti tem o corpo preto com listras brancas. O tamanho também: o primeiro mede de 3 a 4 milímetros enquanto o segundo tem de 5 a 7 milímetros.

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As características e o hábito do voo de ambos também são diferentes. Enquanto o pernilongo tem um voo mais lento e ruidoso (gerando um zumbido), o Aedes aegypti é mais veloz e silencioso e costuma atacar de 9h às 13h. Os pernilongos, por sua vez, agem à noite, a partir das 18h.

Outra diferença está na picada. O pernilongo deixa um pequeno calombo avermelhado e essa marca provoca coceira. Já o mosquito da dengue não deixa marcas e não provoca coceira na picada. Vale lembrar ainda que o Aedes aegypti também é o transmissor da febre chikungunya, da febre amarela e do zica vírus.

Ambos colocam ovos em água parada, mas o mosquito da dengue prefere água limpa e deposita os ovos em vários locais, individualmente. Já o pernilongo coloca seus ovos juntos, em forma de jangada, em água suja, poluída.

A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan e em fase final de testes alcançou 79,6% de eficácia, segundo resultados iniciais do estudo clínico divulgados ontem pela instituição. Para essa análise preliminar, foram considerados os dados de dois anos de acompanhamento dos 16,2 mil voluntários que participam do estudo de fase 3 (a última antes do pedido de registro). Conforme o protocolo do teste, eles deverão ser seguidos por cinco anos e, por isso, a eficácia final do imunizante só será conhecida em 2024. Os dados parciais, porém, animaram os pesquisadores.

No estudo, que conta com a participação de 16 centros de pesquisa em 14 Estados do País, os voluntários foram divididos de forma aleatória em dois grupos: dois terços foram vacinados e um terço recebeu o placebo. De acordo com Fernanda Boulos, diretora médica do Butantan, foram registrados 135 casos da doença entre os participantes, dos quais 100 ocorreram entre os não imunizados e apenas 35, entre os vacinados. "Embora preliminar, é um resultado robusto, com significância estatística. E ainda de uma vacina em dose única e que poderá ser indicada para crianças, adolescentes e adultos. Estamos otimistas", afirmou. Os resultados deverão ser submetidos para publicação em revista científica no ano que vem.

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PROTEÇÃO

De acordo com o Butantan, foram incluídos na pesquisa participantes de 2 a 59 anos, com e sem exposição prévia ao vírus da dengue. Nos voluntários que já haviam sido infectados antes do estudo, a eficácia foi de 89,2%. Já naqueles que nunca tinham contraído a doença, a proteção foi um pouco inferior, de 73,5%.

Os pesquisadores também calcularam a eficácia para cada um dos quatro sorotipos do vírus da dengue: para o tipo 1, a taxa ficou em 89,5%. Para o tipo 2, ela foi de 69,6%. Ainda não há dados de eficácia contra os sorotipos 3 e 4 porque essas cepas não circularam amplamente no País no período da análise.

De acordo com o virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e um dos pesquisadores principais do estudo, os resultados obtidos indicam que a eficácia para os sorotipos 3 e 4 também seja alta. "Tradicionalmente, o sorotipo que responde pior às vacinas é o 2. O que se espera, pelo que a gente conhece da biologia do vírus, é que as eficácias para os sorotipos 3 e 4 fiquem mais próximas do que foi observado para o sorotipo 1", explica o pesquisador.

PROBLEMAS

Não foram registradas hospitalizações ou mortes entre os voluntários de nenhum dos dois grupos. Por isso, ainda não é possível saber a eficácia do produto para casos mais graves, mas os pesquisadores acreditam que, considerando a alta proteção geral contra infecções sintomáticas, a eficácia contra casos graves também deverá ser alta.

Sobre a segurança do imunizante, somente 3 (menos de 0,1%) dos 16,2 mil voluntários apresentaram eventos adversos graves. "As reações adversas foram comparáveis entre o grupo que recebeu placebo e o que recebeu a vacina, exceto por reações esperadas que aconteceram fora do local da aplicação, como febre e irritação na pele", informou o Butantan.

PARCERIAS

A vacina do Butantan foi desenvolvida a partir de antígenos licenciados dos Institutos Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês). Em 2018, a instituição brasileira firmou uma parceria com a farmacêutica MSD, que tem a licença do antígeno fora do Brasil. Em território nacional, o Butantan tem exclusividade e autonomia para comercializar o produto, caso ele futuramente receba a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Ter uma vacina desenvolvida e fabricada integralmente aqui no Butantan só reforça um dos nossos propósitos: mostrar que o Brasil tem capacidade produtiva para atender não só o território nacional, mas qualquer outro país que sofra com a dengue. Esse ano, especificamente, nós tivemos mais de 970 mortes pela doença. Nós temos a obrigação de salvar essas vidas", afirmou Dimas Covas, diretor executivo da Fundação Butantan.

CAPACIDADE

De acordo com Daniella Cristina Ventini Monteiro, gerente de produção do Butantan, a instituição terá capacidade para produzir até 50 milhões de doses da vacina por ano. "Podem ser utilizadas até três linhas de envase para que seja possível atender à demanda da saúde pública brasileira", declarou. A vacina é produzida com o vírus atenuado (enfraquecido).

O Brasil deve bater o recorde em mortes por dengue este ano e pode ultrapassar, pela primeira vez, o número de mil óbitos anuais. Até o dia 19 de novembro, quando foi divulgado o mais recente boletim do Ministério da Saúde, haviam sido registrados 975 óbitos, muito próximo das 986 mortes ocorridas em 2015, o maior índice desde que a doença ressurgiu no País, na década de 1980. O número já é quase quatro vezes maior que o total de mortes do ano passado, quando houve 246.

A maior incidência de dengue acontece em um momento em que o Brasil enfrenta também uma retomada da pandemia de Covid-19. Em algumas cidades, as prefeituras estão sendo obrigadas a readequar o sistema de saúde para atender as duas doenças. "Estamos tendo a confluência das duas, o que é consequência da má administração da saúde pública. No caso da dengue, é uma situação trágica, pois nunca matou tanto quanto agora", disse o infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

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Segundo os dados do ministério, o número de casos prováveis de dengue cresceu 175,1% este ano, em comparação com o mesmo período de 2021, com 1,39 milhão de casos, incidência de 651,9 por 100 mil habitantes. A Região Centro-Oeste é a mais crítica, com incidência de 1.977 casos por 100 mil moradores, seguida da Região Sul (1.041,2 por 100 mil). A cidade paulista de Araraquara tem a maior incidência por município - 8.754,4 por 100 mil habitantes -, seguida pela também paulista São José do Rio Preto - 4.199,1 por 100 mil.

Com 323,9 mil casos positivos da doença, o Estado de São Paulo detém o maior número de mortes por dengue, com 276 registros, segundo o ministério, seguido por Goiás (151), Paraná (108), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66). No País, outros 99 óbitos estão em investigação. Houve ainda 85 mortes por chikungunya. As duas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que se prolifera com mais facilidade em condições de calor e umidade, como ocorre atualmente.

ALERTA NACIONAL

O aumento nos casos de dengue levou a Sociedade Brasileira de Infectologia a divulgar um alerta nacional, lembrando que o quadro é preocupante e reforçando a necessidade da adoção de medidas preventivas contra a doença. "É urgente que tenhamos uma política de retomada efetiva para combater o vetor da dengue (o mosquito Aedes aegypti). A situação é crítica, por isso fizemos esse alerta nacional", disse Barbosa. Ele lembrou que, em junho deste ano, quando a letalidade já superava a casa das 500 mortes, a SBI avisou sobre a necessidade de reforçar a prevenção.

Outro aspecto observado, segundo ele, é que a dengue não está restrita a regiões quentes do Brasil, um sinal de que as mudanças climáticas têm afetado o risco de proliferação do mosquito. Os Estados do Sul, por exemplo, apresentam índices expressivos, seja no interior ou no litoral, o que expressa mais uma preocupação dos especialistas.

Além disso, segundo o infectologista, a atenção tem de ser permanente. "Precisamos de recursos para o controle da dengue, que é uma doença que pode ser grave e levar a óbito. Todas as pessoas estão suscetíveis e a conscientização é indispensável", disse.

Para o infectologista, embora sejam doenças distintas e sem um elo entre elas, tanto a Covid-19 quanto a dengue podem ser controladas com medidas preventivas. "No caso da Covid, é ter a população extremamente vacinada com dose de reforço, vacinar crianças de zero a 3 anos, ampliar o acesso à vacina bivalente e à medicação já disponível, e fortalecer as medidas preventivas, como máscaras, para a população mais vulnerável. No caso da dengue, é acabar com os criadouros do mosquito e acelerar a aprovação de vacinas."

APÓS DENGUE, COVID

Em Araraquara, líder nacional em incidência de dengue, os casos de Covid-19 explodiram, saltando de 97 na semana de 4 a 10 de novembro, para 916 na semana de 25 de novembro a 1 de dezembro. O índice de positividade saltou de 8,4% para 26,7%. Na sexta-feira, 14 pacientes estavam internados com a doença, sendo 11 em enfermaria e 3 em UTI. Houve duas novas mortes. Desde o dia 28 de novembro, o uso de máscaras voltou a ser obrigatório no transporte público, nos prédios públicos municipais e em todas as escolas. A partir de ontem a vacinação dos públicos infantil (a partir de 3 anos) e adulto foi levada à Praça Santa Cruz, das 17h30 às 20h30, aproveitando o horário especial do comércio de fim de ano.

Já para a dengue, a prefeitura informou que os números atuais foram influenciados pela epidemia registrada no primeiro semestre deste ano. Em julho, os números começaram a cair. "Mesmo tendo superado o movimento de epidemia, as equipes de controle de vetores não interromperam as ações de combate ao mosquito e de avaliação dos índices de larvas. São mantidas as vistorias de cada em casa todos os dias do ano", disse. Com a queda no número de casos, o "dengário" foi desativado e o atendimento é feito em todas as unidades de saúde, onde também são atendidos casos de Covid. A cidade registrou 21.058 casos e 19 mortes por dengue este ano.

APOIO A MUNICÍPIOS

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou ter liberado recentemente R$ 93 milhões para os municípios paulistas em apoio às ações de combate ao mosquito da dengue e para ampliar a vacinação contra a Covid-19. De 21 a 26 de novembro, foi realizada a semana estadual de mobilização de combate ao mosquito, envolvendo prefeituras e organizações públicas. A pasta lembrou que o enfrentamento ao mosquito da dengue é uma tarefa contínua e coletiva.

Quanto à Covid-19, a secretaria informou que monitora o cenário epidemiológico em todo o território estadual, reforçando a importância da população procurar os postos para tomar as doses de reforço da vacina, que evitam os casos mais graves da doença. Conforme a pasta, é grande o número de pessoas sem o reforço. "A quantidade de pessoas aptas a tomar a primeira e a segunda dose adicional do imunizante, mas que ainda não o fizeram, totalizam respectivamente, 10 milhões e 6,7 milhões no Estado", disse.

O Ministério da Saúde informou que monitora de forma constante a situação epidemiológica da dengue em todo o País. A pasta destacou que investe em campanhas que orientam sobre a prevenção e distribui inseticidas e larvicidas aos Estados, além de realizar periodicamente a avaliação do cenário nacional.

Ainda segundo a pasta, também em relação à Covid-19 são desenvolvidas estratégias de combate, o que inclui distribuição de vacinas, medicamentos, testes, habilitação de leitos e repasse de recursos para os municípios. Para garantir a continuidade da imunização e a máxima proteção contra a Covid, a estratégia de vacinação para o próximo ano já foi discutida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Também foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos para o tratamento da Covid-19.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Independentemente da estação do ano, as medidas de combate à dengue devem ser mantidas de forma contínua. Embora o período conhecido como de maior transmissão seja entre novembro e maio, as mudanças climáticas têm ampliado os riscos de proliferação do mosquito transmissor mesmo em outras estações do ano. Entre 2 de janeiro e 18 de junho de 2022, conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registrados 1.172.882 casos de dengue no Brasil, o dobro de notificações registradas ao longo de todo o ano passado: 534.743.

Até o último balanço foram confirmadas 585 mortes - aumento superior a 130% em relação aos 246 óbitos contabilizados em 2021. Entre os Estados que apresentaram o maior número estão: São Paulo (200), Santa Catarina (66), Paraná (60), Rio Grande do Sul (57) e Goiás (55).

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"Os casos de dengue estão estourando. Já temos, inclusive, mais óbitos, em apenas seis meses, do que os registrados ao longo de todo o ano passado. Estamos vivenciando uma das piores epidemias da doença. E há receio de termos um cenário pior que o registrado em 2015, quando houve uma das piores epidemias da doença, com 986 mortes", avalia o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Embora o Aedes aegypti não sobreviva por muito tempo em baixas temperaturas - ao contrário do verão, quando o ciclo de vida pode chegar a até 60 dias -, os ovos e as larvas depositados na água permanecem vivos, podendo se desenvolver e dar origem a novos mosquitos com a chegada de semanas quentes, em qualquer época do ano.

Segundo o Ministério da Saúde, o período do ano com maior transmissão ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, a maior disseminação da doença. No entanto, em anos com invernos chuvosos como o de 2022, o número de casos também tende a crescer, caso medidas de controle não sejam mantidas.

"Tivemos dois fatores. A questão toda é a chuva, mas no começo do inverno, no Sudeste e Sul, por exemplo, fez muito calor. Semanas com temperaturas maiores. Ou seja, as mudanças climáticas fazem com que a temperatura mais quente e mais chuva ofereçam uma condição perfeita para a proliferação do vetor", observa Barbosa.

O surgimento de outras doenças, como a covid-19, tende a reduzir o número de campanhas de conscientização, assim como provocar o relaxamento de ações preventivas por parte da própria população.

"As pessoas acabam relaxando mais com relação às medidas de controle de combate à doença. Essa falta de ação contínua de conscientização por parte das autoridades e o relaxamento da população impactam no aumento de casos. Precisam ser retomadas o quanto antes. Está circulando o genótipo 2, que fazia um tempo que não circulava, que não é o mesmo da epidemia de 2015, desta forma, as pessoas têm mais suscetibilidade ao vírus", acrescenta o médico infectologista da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

São Paulo é o Estado com mais óbitos no Brasil

Liderando o número de óbitos por dengue no País, o Estado de São Paulo registra 292,1 mil casos de dengue e 250 óbitos até agosto de 2022, número que já apresenta alta em relação aos dados registrados até junho pelo Ministério da Saúde. Em 2021, foram contabilizados 145,8 mil casos e 71 mortes em todo o ano.

Ainda de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, as cinco cidades com maior número de óbitos pela doença até o momento são: Araraquara (17), Franca (14), Santa Bárbara d’Oeste (13), São José do Rio Preto (7) e Americana (7).

Para ajudar no combate à doença, o governo paulista está investindo R$ 10,7 milhões para apoiar prefeituras no controle da dengue, zika e chikungunya. "Os 291 municípios beneficiados foram selecionados com base nos indicadores epidemiológicos e entomológicos. Os recursos serão utilizados em ações de combate à disseminação do mosquito transmissor e monitoramento dos casos notificados", disse, em nota.

A secretaria acrescenta que o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti é uma tarefa contínua e coletiva, cabendo aos municípios o trabalho de campo para combate ao transmissor de dengue.

Riscos na região do Cerrado

Como mostrou o Estadão, estudo de cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), divulgado na revista científica PLOS, demonstrou que o avanço da destruição do Cerrado está diretamente ligado ao aumento do número de casos de dengue na região. O trabalho mostra que, se o ritmo do desmatamento continuar semelhante ao atual, sem uma política pública específica e regionalizada, em 2030 toda a área do Cerrado terá um aumento considerável dos casos da doença, transmitida pelo mosquito.

O Estado de maior preocupação é Minas Gerais. Dos atuais 2,2 mil casos por 100 mil habitantes, os registros da doença pulariam para 4 mil por 100 mil habitantes. Para impedir que a projeção se concretize, alertam os cientistas, o País terá que controlar o desmatamento e adotar novas políticas ambientais e de saúde pública.

Doença infecciosa febril aguda causada por um vírus pertence à família

Flaviviridae, do gênero Flavivírus, o vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Geralmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia depois da picada do inseto, com uma média de cinco a seis dias.

É transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e pode causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a forma considerada hemorrágica, conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Sintomas da dengue

A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Na dengue clássica, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tontura, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

Os principais sintomas:

Febre alta acima de 39°

Dor no corpo e articulações

Dor atrás dos olhos

Mal estar

Falta de apetite

Dor de cabeça

Manchas vermelhas no corpo

Aumento progressivo do hematócrito (medida da proporção de hemácias no sangue)

No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.

"Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade", alerta a Fiocruz.

Quando uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectada.

No entanto, caso volte a ter dengue, um dos outros três tipos do vírus que ainda não contraiu, poderá apresentar ou não uma forma mais grave. A maioria dos casos de dengue hemorrágica ocorre em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos de vírus.

Grávidas, crianças e idosos têm mais riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos da dengue, de acordo com o Ministério da Saúde.

A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil.

Sinais de alerta da doença

Dor abdominal intensa e contínua

Vômitos persistentes

Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)

Hipotensão postural e/ou lipotímia (perda de sentidos)

Letargia e/ou irritabilidade

Sangramento de mucosas

Até o momento, não há remédio eficaz contra o vírus da dengue. O tratamento é realizado a base de analgésicos e antitérmicos e pode ser feito no domicílio, com orientação para retorno ao serviço de saúde. Deve ser mantido o repouso. Já o tratamento da dengue hemorrágica é realizado a partir de internação hospitalar do paciente.

Vacina contra a dengue

Ainda não está disponível para aplicação em larga escala uma vacina tetravalente, ou seja, que imuniza a população contra os quatro tipos de vírus dengue.

Na rede particular, só está disponível a vacina Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. Apesar de proteger contra os quatro sorotipos da dengue e prevenir contra casos grave da doença, a Dengvaxia não é indicada para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.

"Os ensaios clínicos demonstraram que pessoas que nunca tinha sido expostas ao vírus da dengue, após serem vacinadas, tinham chance maior de complicações e hospitalizações para formas de dengue clássica, por esse motivo, a recomendação é apenas para quem já teve contato ou exposição ao vírus da dengue na faixa etária entre 9 e 45 anos", afirma Karolina Barreto Marinho, integrante do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

Além disso, como é uma vacina atenuada, composta pelos quatro sorotipos vivos do vírus da dengue, também é contraindicada para gestantes, mulheres amamentando, pessoas com alergias graves aos componentes da imunização e pessoas imunocomprometidas.

Confira algumas dicas de prevenção

Encha os pratos dos vasos de plantas com areia até a borda.

Troque a água e lave o vaso das plantas aquáticas com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.

Troque a água dos animais de estimação e lave as vasilhas constantemente.

Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre fechada.

Caixas d'água também devem permanecer fechadas e todos os objetos que acumulam água, como embalagens usadas, devem ser jogados no lixo; limpeza também deve ser feita constantemente.

Folhas e tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas também precisam ser removidos.

Garrafas e recipientes que acumulam água devem ser sempre virados para baixo

Mantenha materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto.

Com o alerta para a incidência de arboviroses, principalmente na área que compõe a 1ª Gerência Regional de Saúde (I Geres), Pernambuco conseguiu reduzir as taxas de dengue, zika e chikungunya neste ano. De acordo com o último registro da Secretaria Estadual de Saúde (SES), 39 cidades estão em situação de risco de surto. 

A pasta informa que 42 mortes foram notificadas entre janeiro e o dia 23 de julho, com duas confirmadas por dengue e três por chikungunya, enquanto outras 12 foram descartadas. As ocorrências do mesmo período do ano passado indicam 40 notificações, sendo oito confirmadas e 32 descartadas.  

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A SES ressalta que o diagnóstico positivo não garante que a arbovirose foi a causa da morte. "Esta avaliação, para descarte ou confirmação, depende de minuciosa investigação domiciliar e hospitalar do óbito e da discussão de cada caso no Comitê Estadual de Discussão de Óbitos por Dengue e outras Arboviroses", acrescentou em nota. 

Conforme o levantamento, 43.359 casos suspeitos de dengue foram registrados em 2022, sendo 4.3991 já confirmados e 20.805 descartados. Em 2021, no mesmo período, foram notificadas 43.794 suspeitas, o que corresponde a diminuição de 1%. 

Em relação a chikungunya, 28.063 notificações foram feitas neste ano, com 6.408 casos confirmados e 8.333 descartados. No ano passado, 31.2495 pacientes levantaram suspeita, equivalente a redução de 10%. Contudo, apenas 170 dos 184 municípios do estado registraram a doença. 

Os casos suspeitos de zika totalizam 2.766, com três diagnósticos e 2.248 descartados. Para a doença, 91 municípios registraram a incidência. Comparado ao ano passado, a pasta aponta a queda de 25,4%, com 3.706 notificações.  

Casos confirmados para dengue até a semana epidemiológica 29, por regional de saúde: 

I Geres – 1.028 casos confirmados; 

II Geres – 409 casos confirmados; 

III Geres – 205 casos confirmados; 

IV Geres – 561 casos confirmados; 

V Geres – 254 casos confirmados; 

VI Geres – 351 casos confirmados; 

VII Geres – 194 casos confirmados; 

VIII Geres – 332 casos confirmados; 

IX Geres – 286 casos confirmados; 

X Geres – 235 casos confirmados; 

XI Geres – 361 casos confirmados; 

XII Geres – 175 casos confirmados. 

O último Índice de Infestação Predial do 4º ciclo do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti), realizado entre 9 e 13 de maio de 2022, concluiu que 39 municípios estão em situação de risco de surto. Outros 95 em situação de alerta, 47 em condição satisfatória e 3 municípios não enviaram informações. 

Em menos de seis meses, o Brasil já registrou bem mais que o dobro de mortes por dengue do que em todo o ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados na sexta-feira (24). Foram 585 óbitos de janeiro a 20 de junho de 2022, ante 246 nos 12 meses de 2021, aumento superior a 130%. O número já é maior também do que em todo o ano de 2020, quando a dengue matou 574 pessoas. Em 2019, houve 840 mortes. O número de casos este ano aumentou 196% em relação a igual período do ano passado, chegando a 1.143.041 em todo o País. A incidência é de 550 casos por 100 mil habitantes. A doença é transmitida pela picada do Aedes aegypti.

O Estado de São Paulo lidera em número de mortes, com 200 óbitos, segundo o ministério - a Secretaria de Saúde do Estado aponta 198. O número é quatro vezes maior que os 52 óbitos registrados no mesmo período do ano passado e quase o triplo do total de mortes em 2021, quando houve 71. São Paulo já teve 225 mil casos de dengue este ano. No mesmo período do ano passado, houve 130 mil, segundo a pasta estadual. Já o ministério aponta 297 mil casos em território paulista, incidência de 550 relatos por 100 mil habitantes. A pasta federal considera os casos prováveis de dengue, enquanto a paulista divulga aqueles já confirmados.

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Segundo Estado em número de mortes, Santa Catarina teve 66 registros. Por região, o Centro-Oeste tem a maior incidência, com 1.585,2 casos por 100 mil habitantes, seguido pela Região Sul, com 968,4 casos por 100 mil pessoas. O Estado de São Paulo tem o município com maior incidência de dengue no Brasil: Araraquara, com 13.765 casos, taxa de 5.722 casos por 100 mil habitantes.

Com 240 mil habitantes, Araraquara já registrou 17 mortes por dengue este ano. De acordo com o InfoDengue, sistema de monitoramento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a cidade está em alerta vermelho. A alta incidência levou a prefeitura a criar um centro de atendimento exclusivo para essa doença no Hospital de Campanha, que funciona diariamente, incluindo fins de semana e feriados, das 7 às 19 horas. Também foi criada uma sala de situação para acompanhar diariamente a evolução dos casos e traçar ações de combate ao mosquito transmissor. Em média, os agentes de combate a endemias visitam 30 mil casas por mês, em busca de criadouros. Também são feitos fumacês, nebulizações, além de mutirões para a retirada de entulhos e material inservível.

Equipes de educação do Controle de Vetores e da Vigilância em Saúde realizam ações educativas em escolas públicas e privadas, com palestras e exposições sobre a dengue. Todas as unidades de saúde estão focadas na identificação e tratamento dos casos, segundo a prefeitura.

Morte

Outras cidades paulistas com alta incidência são Bebedouro, que também está em alerta vermelho (o número de casos passou de 113 no ano passado para 1.303), Votuporanga (passou de 1.854 para 11.590), e Bauru (de 690 para 4.69).

Em Birigui, que passou de 1.108 casos de janeiro a junho do ano passado para 8.864 no mesmo período deste ano, foi confirmada a morte de um menino de 9 anos por dengue na tarde de quinta-feira. É o quarto óbito pela doença na cidade este ano. Há ainda um óbito em investigação.

Conforme a Secretaria da Saúde do Estado, o governo estadual está investindo R$ 10,7 milhões para apoiar prefeituras no controle dE dengue, zika e chikungunya, doenças também transmitidas pelo Aedes aegypti. Os 291 municípios beneficiados foram selecionados com base nos indicadores epidemiológicos e entomológicos. Os recursos serão utilizados em ações de combate à disseminação do mosquito transmissor e monitoramento dos casos notificados.

Prevenção

Ainda segundo a pasta, o enfrentamento ao mosquito é uma tarefa contínua e coletiva. As principais medidas de prevenção são: deixar a caixa d'água bem fechada e realizar a limpeza regularmente; retirar dos quintais objetos que acumulam água; cuidar do lixo, mantendo materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto; eliminar pratos de vaso de planta ou usar um pratinho que seja mais bem ajustado ao vaso; descartar pneus usados em postos de coleta da Prefeitura. Conforme diretriz do Sistema Único de Saúde (SUS), o trabalho de campo para combate ao mosquito transmissor de dengue compete primordialmente aos municípios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil registrou 504 mortes por dengue, no período de 1º de janeiro a 4 de junho. O número representa praticamente o dobro de mortes notificadas em todo o ano passado, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. 

O estado de São Paulo lidera a lista, com 180 óbitos. Em seguida aparecem Santa Catarina (60), Rio Grande do Sul (49), Goiás (44) e Paraná (43). Há ainda 364 óbitos em investigação. 

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Somente neste ano foram contabilizados 1,1 milhão de casos prováveis de dengue em todo o país, o que implica em uma taxa de incidência de 517,9 casos a cada 100 mil habitantes. A marca atingida em apenas seis meses já representa mais do que o dobro dos casos registrados em todo o ano de 2021 (544.460). 

A Região Centro-Oeste do país lidera a taxa de incidência, com a marca de 1.544,2 casos a cada 100 mil habitantes, mais alta que a média brasileira. É nessa região também que estão os municípios com o maior número de infectados: Brasília, com 51.131 casos; e Goiânia, com 41.637 casos. Em seguida no ranking aparecem Joinville (SC), com 23.058 casos; São José do Rio Preto (SP), com 16.005 casos; e Aparecida de Goiânia (GO), com 14.689. 

Chikungunya e Zika

De janeiro e junho, o Brasil contabilizou 108.730 casos prováveis de chikungunya, aumento de 95,7% em relação ao mesmo período de 2021. Segundo o boletim, até este momento, foram confirmados 19 óbitos para chikungunya, sendo 14 deles foram registrados no estado do Ceará. Outros 40 óbitos estão em investigação. 

Quanto aos dados de zika, o boletim informa que foram contabilizados 5.699 casos da doença, aumento de 118,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Nenhuma morte por zika foi notificada no país neste ano de 2022. 

Sintomas

Dengue, zika e chikungunya são doenças transmitidas pelo mesmo mosquito e seus sintomas são semelhantes: em geral, elas provocam febre, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. Mas alguns poucos sintomas as diferenciam. No caso da dengue costuma haver uma dor atrás dos olhos. Já a chikungunya pode provocar dor e inchaço nas articulações. A zika, por sua vez, pode causar febre baixa e vermelhidão nos olhos. 

Para combater o mosquito transmissor dessas três doenças, as pessoas devem manter os ambientes e recipientes limpos e sem acúmulo de água, que favorecem a sua proliferação. As principais medidas de prevenção são: deixar a caixa d’água bem fechada e realizar a limpeza regularmente; retirar dos quintais objetos que acumulam água; cuidar do lixo, mantendo materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto; e eliminar pratos de vaso de planta ou usar um pratinho que seja mais bem ajustado ao vaso.

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