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O Batalhão de Choque entrou nesta terça-feira (20), no Complexo Prisional do Curado, no Recife, onde o clima se mantém tenso após a rebelião que matou duas pessoas e deixou 29 feridos na segunda-feira (19). Dezenove presos já tiveram alta e os demais continuam internados em hospitais da região.
##RECOMENDA##Os presos voltaram a exibir nas lajes reivindicações de mais rapidez no julgamento de processos e pedidos de afastamento do juiz Luiz Rocha, da 1ª Vara das Execuções Penais. Em um dos cartazes, Rocha é chamado de assassino pelos reeducandos. Durante a tarde desta terça, uma pessoa saiu ferida das dependências do pavilhão. Os internos também alegam que quatro outros detentos foram mortos pelo Batalhão de Choque. Segundo eles, os policiais estariam usando munições para atingir os presidiários. Alguns dos internos chegaram a jogar do lado de fora da unidade prisional alguns cartuchos e embalagens de gás lacrimogêneo. Abaixo, veja o vídeo com o momento em que o Batalhão entra no Complexo:
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A última informação oficial sobre a rebelião foi divulgada no final da noite da segunda-feira (19) pela Secretaria de Ressocialização, identificando os mortos e informando que a situação estava sob controle. O delegado João Paulo Andrade, da 4ª Delegacia de Homicídios, foi designado para apurar as circunstâncias da morte do PM Carlos Silveira do Carmo, 44 anos. O outro morto foi o detento Edvaldo Barros da Silva Filho, de 33 anos.
Nesta manhã, o Secretário de Direitos Humanos, Pedro Eurico, tentou entrar em acordo com os detentos, mas a situação ainda permanece incerta nas unidades prisionais. A reportagem do Portal LeiaJá entrou em contato com um detento da Penitenciária Juiz Antônio Luiz de Barros (PJALB) e, segundo ele, a intenção dos presidiários é fazer um movimento pacífico.
Medidas emergenciais foram anunciadas na semana passada pelo governo estadual, depois que o secretário-executivo de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou ao cargo após a divulgação de imagens na TV Globo, no dia 7, de presos com facões e celulares no presídio, o maior do Estado. PMs fizeram uma revista e recolheram 121 armas brancas - facões, facas e foices -, 14 celulares, carregadores e pen drives. No complexo prisional, com capacidade para 350 presidiários, há 1,9 mil presos.
Há uma semana, o governo estadual anunciou a conclusão e entrega do Complexo de Tacaimbó, da Cadeia de Santa Cruz do Capibaribe e do presídio de Itaquitinga (todos no interior do Estado), além de reforma e ampliação do Complexo do Curado. O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, avaliou haver "uma crise instalada no sistema prisional nacional". Ele dividiu a responsabilidade da segurança pública com o governo federal.
"A área está renegada pelo governo federal", afirmou, ao destacar a superpopulação carcerária como um dos problemas a serem enfrentados por Pernambuco e pelo Brasil. Segundo ele, o Estado conta hoje com 12 mil vagas para 32 mil presos. Em 2007, a população carcerária era de "pouco mais de 10 mil."
Com informações de Marina Meireles e Agência Estado