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Não são só as ondas de Burle Marx em Copacabana que fazem as calçadas do Rio melhores que as de São Paulo. Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) revela que os passeios cariocas têm mais condições de receber cadeirantes. Das dez vias avaliadas na cidade, metade é boa ou muito boa. Já nas ruas e avenidas paulistanas, só as da Paulista seguem padrões ideais de segurança e conforto.

A Avenida Jabaquara, na zona sul, foi a via que recebeu a pior avaliação. Ali, só um dos sete critérios usados - acessibilidade dos cruzamentos - foi considerado bom. Os demais - presença de obstáculos permanentes, móveis, transversais ou temporários e indícios de buracos e desníveis - estavam ruins. Também visitada, a calçada da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste, foi considerada aceitável, mas só na parte que passou por reforma - o trecho a partir da Avenida Cidade Jardim não foi contemplado. No Rio, a Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, foi a mais bem avaliada.

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No caminho das cadeiras de rodas paulistanas, não faltam obstáculos, buracos e desníveis. Na Rua Tuiuti, no Tatuapé, na zona leste, o problema são as árvores atrapalhando a passagem. Na Rua Santa Efigênia, no centro, o que dificulta a circulação são os rebaixamentos inadequados para acessar as faixas de pedestres. Ali, foram contados dez cruzamentos irregulares. Além disso, em praticamente todas as vias o esforço para vencer rachaduras e pedras soltas, comuns no mosaico português malconservado, foi considerado elevado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Só quem está todos os dias nas ruas sabe dos problemas que a falta de manutenção de calçadas e rampas ocasionam. De acordo com uma pesquisa realizada pela Mobilize Brasil, portal sobre mobilidade urbana sustentável, as calçadas da capital pernambucana é considerada uma das piores do país para circular. Resolver esse dilema depende de conscientização. Em nota, a Emlurb comentou as queixas sobre as condições das calçadas da cidade, divulgadas na matéria Mobilidade deve ser para todos, publicada nesta quarta (5), dentro do especial Sem Limites do Portal LeiaJá.

Confira a nota na íntegra: 

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A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) esclarece que a conservação das calçadas, inclusive com a inclusão de rampas de acessibilidade, é de responsabilidade dos proprietários dos imóveis onde as mesmas se encontram. A Prefeitura do Recife é responsável pelos passeios que fazem parte da estrutura física da administração municipal, e vem demonstrando atenção com essa questão, com a inclusão e recuperação de rampas em todas as 50 praças requalificadas e entregues neste ano. 

A prefeitura do Recife afirma que todas as obras que são de responsabilidade do Município, as empresas contratadas devem realizar as obras de acordo com as normas de acessibilidade. No entanto, as ruas do Recife mostram o contrario, por todo lado são buracos, desníveis no piso, rampas sem manutenção entre outros problemas que dificultam a mobilidade de quem precisa de facilidade para se locomover.

No Dia Mundial Sem Carro, celebrado neste sábado (22), um desafio para cadeirantes e até pedestres: andar pelas calçadas do Recife. Alunos da Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) e candidatos à Prefeitura do Recife foram convidados para nesta manhã realizar o teste. 

Vendados ou andando de cadeiras de rodas, estudantes e prefeituráveis tiveram a missão andar em algumas ruas no bairro Derby. O percurso foi cheio de obstáculos: calçadas estreitas, buracos e galhos atrapalhando a travessia. 

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Para o estudante de turismo, Alexandre Gonzaga, de 36 anos, a ação é importante para que as pessoas vivenciem o que passam as pessoas com dificuldade de locomoção. “A maior dificuldade são as calçadas, porque uma tá boa e a próxima não tá, eu tenho que ir pela rua, e vou contra o trânsito. Eu vejo o motorista, mas não sei se ele tá me vendo. Os locais já estão adaptados, o negócio é chegar até eles,” analisou o estudante que é cadeirante há quatro anos.

A iniciativa da UNINASSAU surgiu com a ideia de adotar calçadas como já foi feito pela instituição na Rua Joaquim Nabuco, no bairro do Derby. “A gente tem visto que as calçadas do Recife estão numa situação super precária, atingindo não só as pessoas que têm problemas com mobilidade, como a população em geral. Vamos encaminhar ao novo prefeito uma proposta na Lei de Adoção de Praças, para também adotar as calçadas,” explicou o coordenador do Instituto Ser Educacional, Sérgio Murilo. 

Estiveram presentes na atividade o candidato Mendonça Filho e Roberto Numeriano. O candidato Daniel Coelho mandou um representante, mas ele não ficou até o fim da ação.

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Um levantamento inédito feito em 12 capitais brasileiras, pela Mobilize (Movimento de Mobilidade Urbana Sustentável), entre fevereiro e abril de 2012, mostra as melhores e piores calçadas do país. Na pesquisa foram observados itens (atribuindo-se notas de zero a dez a cada um), como irregularidades no piso, largura mínima de 1,20 m conforme norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), degraus que dificultam a circulação e obstáculos - como postes, telefones públicos, lixeiras, bancas de ambulantes e de jornais, entulhos etc.

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Segundo dados do IBGE (2010), no Brasil, cerca de 30% das movimentações cotidianas são realizadas a pé, principalmente em função do alto custo do transporte público. Recife foi uma das 12 capitais a serem analisadas em algumas das principais vias da cidade, como as avenidas Conde da Boa Vista, Norte, Caxangá e Boa Viagem. Segundo o Mobilize, as calçadas devem ser suficientemente largas e, sempre que possível, protegidas por arborização para conforto de quem anda sob o sol e bem iluminadas, para quem caminha à noite.

E ainda: as calçadas devem ser complementadas por faixas de segurança, equipamento básico para a travessia segura das ruas, além de semáforos especiais, placas de sinalização e outros equipamentos de segurança podem ser necessários nas vias de maior movimento.

O que não é exatamente a realidade da capital pernambucana. Ocupando o 4° lugar do ranking das piores calçadas do país, Recife apresenta sérios problemas de mobilidade. É comum encontrar na capital pernambucana dificuldade como buracos, imperfeições nos pavimentos, remendos provocados por serviços mal feitos, falta de rampas de acessibilidade, degraus e obstáculos que impedem a livre circulação de pedestres e cadeirantes. 

“As situações das calçadas são péssimas. É horrível para transitar, principalmente para nós mulheres que costumamos usar salto alto. Já torci o pé algumas vezes, por conta dos buracos e o pavimento todo quebrado”, comentou a balconista Luciene Barbosa.

A situação piora quando tratamos dos idosos que também são obrigados a circularem por essas calçadas que têm o aspecto de inacabadas. A dona de casa Adejanir Alves, de 65 anos, diz que sente muita dificuldade em sair só por ser muito arriscado para ela andar, uma vez que ela já fraturou a bacia em uma queda. “Já tropecei muito nas calçadas, a minha sorte é que sempre tinha alguém para me segurar ou um muro ou poste”, lamentou.

Um Projeto de Lei que transfere a responsabilidade das calçadas dos proprietários para o poder público municipal foi elaborado pela vereadora Priscila Krause. Ele foi apresentado em uma audiência na última terça-feira (19), na Câmara do Recife. “As calçadas fazem parte do sistema viário da cidade, então tem que ser cuidado pelo poder público”, ressalta Priscila. Ela também sugere que seja criado um Fundo Municipal voltado para ações de melhorias nas calçadas do Recife. 

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