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O empresário Marcelo Simões, que diz trabalhar com marketing, declarou à Polícia Federal que pagou R$ 2,3 milhões "na boa fé" a Leon Vargas, irmão do ex-deputado federal petista André Vargas (sem partido/PR). Simões e os irmãos Vargas são alvos da Operação 'A Origem', 11.ª etapa da Lava Jato, deflagrada sexta-feira, 10.

À PF, Simões, sócio da IT7 Sistemas, disse que Leon Vargas recebeu aquela quantia por ter feito uma "avaliação" de sua empresa em R$ 50 milhões. Segundo Simões, ficou acertado que o irmão do ex-deputado receberia comissão equivalente a 8% ou 10% do valor atribuído à IT7.

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A PF tem provas de que a lavanderia de dinheiro do doleiro Alberto Youssef - peça central da Operação Lava Jato - foi usada por André Vargas, entre 2013 e 2014, para o recebimento de R$ 2,3 milhões em dinheiro da IT7 Sistemas, que mantém contratos no governo federal.

São notas fiscais, registros de depósitos e trocas de e-mails envolvendo a contadora do doleiro, Meire Pozza, e a IT7 Soluções, contratada da Caixa Econômica Federal, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), vinculado ao Ministério da Fazenda, e outros órgãos de governo. A força-tarefa da Lava Jato tem elementos para acreditar que a IT7 - que tem escritório no Paraná e é administrada por Marcelo Simões - era usada pelo ex-deputado e seu irmão Leon Vargas para recebimento de propina em contratos do governo federal.

Ao ser indagado pela força tarefa da Operação Lava Jato sobre qual exatamente foi o serviço executado por Leon Vargas para que merecesse um valor tão expressivo, o marqueteiro disse que o irmão de Vargas lhe disse que estava "fazendo levantamentos, bem como prospecção dos valores ativos do empreendimento, a fim de concretizar o negócio".

Os investigadores perguntaram a Marcelo Simões se ele, efetivamente, "viu estes levantamentos ou documentos, ou ainda, e-mails ou serviço efetivo de Leon Vargas". "Efetivamente não vi nenhum documento, este pagamento preliminar (R$ 2,3 milhões) foi na boa-fé."

Questionado sobre a origem do recurso entregue à Leon Vargas, o empresário declarou que "o valor fazia parte do caixa da empresa (IT7 Sistemas)". Ele disse que fez uma transferência eletrônica e que a empresa "emitiu as notas fiscais respectivas".

A PF apurou, por meio dos relatos do doleiro Youssef - preso desde março de 2014 - e de sua contadora que foi o irmão de Vargas que pediu, no final de 2013, o repasse de R$ 2,3 milhões em dinheiro. Depois de ser orientada pelo irmão de Vargas e por Simões, da IT7, Meire emitiu então as notas, recebeu e sacou os valores para serem disponibilizados em dinheiro vivo. Ela cumpria ordens de Youssef.

Os valores foram entregues a Vargas entre janeiro e fevereiro de 2014. Nessa época, ele era vice-presidente da Câmara dos Deputados e secretário de Comunicação do PT. Foram anexados ao pedido de prisão de Vargas e Leon, além das notas, as trocas de e-mail, em que Leon e Simões indicam a IT7 para emissão das notas fiscais para a contadora do doleiro.

A contadora e o doleiro não souberam dizer, nos depoimentos, qual a origem do pagamento da IT7. Meire identificou as três transferências eletrônicas bancárias, nos valores de R$ 964,3 mil, R$ 287,1 mil e R$ 1,1 milhão, como sendo relativas a operação para Vargas.

Em despacho favorável à prisão do ex-deputado André Vargas (sem partido-PR), investigado pela Operação Lava Jato e detido na última sexta-feira, 10, o juiz federal Sérgio Moro disse ser "inaceitável que agentes políticos em relação aos quais existam graves indícios de envolvimento em corrupção e lavagem de dinheiro permaneçam na vida pública sem grandes consequências". Para o magistrado, é necessária "infelizmente a intervenção do Poder Judiciário para poupar a sociedade do risco oferecido pela perpetuação na vida pública do agente político criminoso".

Moro conduz uma investigação que aponta para o envolvimento de pelo menos 52 políticos - entre deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares. É o maior contingente de agentes políticos sob suspeita de crimes de corrupção e lavagem em um mesmo escândalo.

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Cassado em dezembro e fora do PT desde então, Vargas é investigado pela força-tarefa da Lava Jato em quatro frentes que englobam o Ministério da Saúde, a Caixa Econômica Federal e o recebimento indireto de propina do cartel da Petrobras. Ele pode responder em juízo como réu por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O caso de Vargas, um dos três primeiros políticos presos pela Lava Jato, é para Moro exemplo de como o uso do mandato parlamentar para enriquecimento ilícito deve ser visto como uma traição à confiança da sociedade.

"A gravidade concreta da conduta de André Vargas é ainda mais especial, pois as provas apontam que ele traiu seu mandato parlamentar e a confiança que a sociedade brasileira nele depositou, ao concordar em utilizá-lo para enriquecer ilicitamente", escreveu. "Chegou ele a exercer o cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados e ainda assim, às ocultas, persistiu utilizando seu poder em benefício próprio e em detrimento dos seus eleitores."

Para Moro, a prisão de Vargas era necessária por ver "concreto risco" de que, "mantenha, mesmo com o mandato cassado, influência em órgãos governamentais ou em entidade públicas, com chance de reproduzir esquemas criminosos". A defesa do ex-deputado nega as irregularidades.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal tem provas de que a lavanderia de dinheiro do doleiro Alberto Youssef - peça central da Operação Lava Jato - foi usada pelo ex-deputado federal do PT André Vargas (sem partido-PR), entre 2013 e 2014, para o recebimento de R$ 2,3 milhões em dinheiro vivo.

São notas fiscais, registros de depósitos e trocas de e-mails envolvendo a contadora do doleiro, Meire Poza, e a IT7 Soluções, empresa que tem contratos milionários com órgãos públicos, em especial a Caixa Econômica Federal, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), vinculado ao Ministério da Fazenda, e outros órgãos de governo.

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Só da Caixa foram mais de R$ 50 milhões recebidos em 2013. Com escritório no Paraná, a IT7 é administrada por Marcelo Simões, mas controlada pelo ex-deputado e por seu irmão Leon Vargas, segundo sustentam investigadores da Lava Jato.

A IT7 declarou receita de R$ 125 milhões entre 2012 e 2013. A Receita Federal aponta "expressiva movimentação comercial e bancária" ao analisar as fontes pagadoras da empresa e destaca que é possível observar que entre os principais clientes estão "entes públicos, empresas públicas e estatais federais e estaduais".

Vargas e seu irmão Leon foram dois dos sete presos na última sexta-feira, alvos da nova etapa da Lava Jato, batizada de "A Origem", 11.ª fase da investigação que mira em contratos de publicidade de órgãos públicos, inclusive na Petrobras - estatal em que um núcleo de empreiteiras teriam formado cartel para assumir o controle de contratos bilionários entre 2003 e 2014.

Além de Vargas, outros dois ex-deputados federais, Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), foram presos na sexta-feira. Os ex-parlamentares são investigados por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo revelaram Youssef e sua contadora em depoimentos à Polícia Federal, o irmão de Vargas pediu no fim de 2013 que fosse disponibilizado, em dinheiro, o valor de R$ 2,3 milhões. Os pagamentos foram feitos pela IT7 para duas empresas (Arbor Contábil e AJJP Serviços Educacionais) da contadora do doleiro. Para isso, foram emitidas duas notas nos valores de R$ 964 mil e R$ 1,4 milhão, ambas no dia 27 de dezembro de 2013.

As notas foram emitidas por serviços que nunca foram prestados, segundo os investigadores da Operação "A Origem".

Por ordem do doleiro, Meire recebeu e sacou os valores para serem disponibilizados em dinheiro vivo para Vargas entre janeiro e fevereiro de 2014. Na época, ele era vice-presidente da Câmara e secretário de Comunicação do PT.

Foram anexados ao pedido de prisão de Vargas e Leon as trocas de e-mails em que os dois representantes da IT7, Leon e Simões, pedem a emissão das duas notas fiscais para a contadora. "Há prova de que Youssef providenciou, em dezembro de 2013, o repasse de R$ 2,3 milhões em espécie a André Vargas, numerário este proveniente de empresa que mantém vários contratos com entidades públicas", registrou o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, ao determinar a prisão preventiva de Vargas. "O que foi feito mediante emissão de notas fiscais fraudulentas por serviços que não foram prestados."

Defesa

Os advogados de André Vargas e Leon Vargas negam irregularidades. A defesa do ex-deputado e Leon deve entrar hoje com pedido de soltura dos investigados. Nenhum representante da IT7 e de Marcelo Simões foi encontrado.

Transferência

O ex-deputado Pedro Corrêa foi levado, no início da tarde ontem, de Canhotinho - no agreste pernambucano, onde estava preso -, para o Recife. Ele deve ser transferido hoje para Curitiba. Filho do ex-deputado, o advogado Fábio Corrêa disse que seu pai não tem intenção de fazer delação premiada. Na sexta, o advogado Clóvis Corrêa Filho, primo do ex-deputado, disse que iria aconselhá-lo a fazer a contribuição premiada. (Colaboraram Daniel Carvalho e Monica Bernardes)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal identificou "padrão semelhante" com o esquema do mensalão envolvendo agências de publicidade ligadas ao ex-deputado petista André Vargas. As agências subcontratavam produtoras de Vargas. O bônus de 10% que deveria ser direcionado pelas produtoras para as agências era pulverizado em propinas para políticos.

Segundo a PF, a agência de publicidade Borghi/Lowe Propaganda e Marketing, que administra contas publicitárias de entidades públicas como a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, teria contratado serviços de produtoras que foram orientadas a pagar as comissões de bônus de volume - tradicional no mercado publicitário - nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos.

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No mensalão, escândalo que marcou o governo Lula, o empresário Marcos Valério, dono de duas agências de publicidade, foi apontado como o operador do esquema de propinas para a base aliada no Congresso.

A pedido da PF e do Ministério Público Federal, a Justiça quebrou o sigilo bancário e fiscal de empresas relacionadas a Vargas como a LSI Solução em Serviços Empresariais Ltda., com sede em São Paulo, e a Limiar Consultoria e Assessoria em Comunicação, de Curitiba.

"A partir da quebra de sigilo bancário e fiscal da Limiar (sócios André Vargas e Leon Vargas) e LSI (sócios Leon Vargas e Milton Vargas) constatou-se que essas empresas receberam nos anos-calendário 2010, 2011, 2012 e 2013 remuneração de serviços não prestados por pessoas jurídicas que receberam recursos direta ou indiretamente da administração pública federal", informa a Procuradoria.

As empresas citadas são a E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes. Ouvidas pela Receita, elas informaram que foram orientadas a fazer os depósitos para as duas empresas pelo representante da Borghi/Lowe, Ricardo Hoffmann, preso ontem.

A Receita recebeu informações das produtoras contratadas pela Borghi de que a LSI e a Limiar não prestaram serviços. "As empresas acrescentaram que os pagamentos em favor das empresas ligadas a André Vargas ocorreram em razão de solicitação da Borghi/Lowe", representada por Hoffmann e Mônica Cunha - que foi conduzida coercitivamente para depor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal usou a Range Rover Evoque dada pelo doleiro Alberto Youssef ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa nas buscas e prisão realizada na manhã desta sexta-feira, 10, na casa do ex-deputado federal petista André Vargas (sem partido-PR), em Londrina (PR).

O veículo de luxo levou a Lava Jato a comprovar o elo de propinas entre Youssef e Costa no esquema de arrecadação de 1% nos contratos da Petrobrás controlado pelo PP.

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Apreendido nas buscas realizadas em março do ano passado, quando Costa foi preso no Rio, o veículo, avaliado em mais de R$ 200 mil, foi destinado para uso da PF pela Justiça Federal. Apesar de ter sido comprado e pago por Youssef, o Evoque foi registrado em nome do ex-diretor.

André Vargas foi preso nesta sexta-feira, 10, em Londrina (PR) na 11ª etapa da Operação Lava Jato denominada "A Origem", deflagrada hoje. Também foram presos os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e o ex-parlamentar Pedro Corrêa (PP-PE), já condenado no mensalão e atualmente cumprindo pena no regime semiaberto. As investigações desta etapa abrangem crimes que vão além da Petrobras e envolvem até contratos de publicidade da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde.

Investigadores da força-tarefa da Lava Jato investigam se o diretor de marketing da Caixa Econômica Federal (CEF) Clauir dos Santos era o elo do ex-deputado federal André Vargas com um esquema de corrupção em contratos de publicidade que rendiam 10% de propina, via subcontratos no setor.

"Há notícias de que André Vargas teria atuado para indicar o diretor de marketing da CEF, Clauir dos Santos", aponta o Ministério Públicos Federal em seu parecer sobre o pedido de prisão do ex-deputado.

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Uma das empresas que teria sido usada por Vargas é a IT7 Sistemas, que tem seu irmão Leon Vargas como sócio. Os dois foram presos na Operação A Origem, 11ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 10.

"De acordo com o resultado da diligência de quebra de sigilo fiscal da empresa, constata-se que em 2013, ano da operação com a empresa de Meire Poza (contadora do doleiro Alberto Youssef), a IT7 recebeu vultosas quantias de entes públicos. Somente da Caixa Econômica Federal, a IT 7 recebeu quase R$ 50 milhões", informa a Procuradoria.

Segundo o juiz federal Sérgio Moro as "notas fiscais fraudulentas foram emitidas pela filial da IT7 em Curitiba".

"Referida empresa mantém contratos com diversas entidades públicas, como a Caixa Econômica Federal, o Serviço Federal de Processamento de dados, Celepar, CCEE entre outras."

A Caixa Econômica Federal informa que abrirá apuração interna para averiguar os fatos revelados hoje pela Polícia Federal no âmbito da investigação da Operação Lava Jato. A CAIXA reitera que colaborará integralmente com as investigações e informa que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério Público Federal.

A Justiça Federal decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal da agência de publicidade Borghi Lowe e de seis produtoras sob suspeita de envolvimento no esquema de propinas para o ex-deputado petista André Vargas, preso na manhã desta sexta feira, 10, pela Operação A Origem, 11.ª etapa da Lava Jato. A pesquisa alcança período de seis anos, de janeiro de 2009 a março de 2015.

A abertura das contas e informações fiscais das empresas de comunicação e propaganda foi ordenada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações penais da Lava Jato, e é relativa a um suposto esquema fora do âmbito da Petrobras - foco central da Lava Jato. Desta vez, os investigadores miram contratos de publicidade, por enquanto em outras áreas do governo.

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A quebra do sigilo alcança, além da Borghi Lowe (filial de Brasília e matriz no Paraná), que mantém contratos com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde, seis empresas de comunicação e propaganda: Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Conspiração Filmes, Sagaz Digital, Zulu Fillmes e BH Serviços de Comunicação.

As empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes podem não ter "necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes", na avaliação dos investigadores. Mas a Justiça considerou imprescindível vasculhar movimentações bancárias e dados fiscais dessas empresas.

Segundo a força-tarefa, a Borghi Lowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas publicitárias da Caixa e do Ministério da Saúde, teria contratado serviços das empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para a realização de serviços de publicidade. A Borghi Lowe teria orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos.

Os investigadores suspeitam que contratos da área davam cobertura a "serviços de fachada", com o objetivo de lavar dinheiro ilícito cujo beneficiário principal seria André Vargas.

"Em vista da existência de prova de que as empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filme teriam realizado depósitos em contas controladas por André Vargas, com envolvimento da empresa Borghi Lowe, justifica-se a quebra de sigilo bancário e fiscal das referidas empresas, ainda que as primeiras não tenham necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes", decidiu o juiz Sérgio Moro. "Também se justifica a quebra do sigilo da empresa BH Serviços já que de titularidade de Ricardo Hoffmann da Borghi, sendo possível que o mesmo esquema tenha ali sido reproduzido."

Para Moro, é "necessário identificar o fluxo de dinheiro e especialmente se houve pagamento para outras beneficiárias indevidas". "Não há outro meio para produzir a prova", destaca o magistrado.

A Caixa Econômica Federal informou que abrirá apuração interna para averiguar os fatos revelados hoje pela Polícia Federal no âmbito da investigação da Operação Lava Jato. A Caixa reitera que colaborará integralmente com as investigações e informa que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério Público.

O ex-deputado André Vargas (sem partido) foi preso na manhã desta sexta-feira, 10, em Londrina (PR) na nova etapa da operação Lava Jato denominada "A Origem", deflagrada nesta manhã. Ao todo, cerca de 80 Policiais Federais cumprem 32 mandados judiciais: sete mandados de prisão, nove mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Nesta etapa, estão sendo investigados os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência envolvendo três grupos de ex-agentes políticos. A investigação vai além da Petrobrás e também abrange desvios de recursos ocorridos em outros órgãos públicos federais, segundo divulgou a PF. Também foi decretado o sequestro de um imóvel de alto padrão na cidade de Londrina, onde o doleiro Alberto Youssef começou sua atuação.

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Os presos serão trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.

Ex-deputado

No caso de Vargas, a relação entre o ex-parlamentar e o doleiro Alberto Youssef, um dos principais alvos da operação e acusado de liderar um esquema de lavagem de dinheiro internacional, veio a tona desde o começo das investigações. A PF interceptou contatos entre o doleiro e o deputado - 270 mensagens de texto trocadas pelo aparelho BlackBerry, entre 19 de setembro de 2013 e 12 de março de 2014.

A suspeita é de que Vargas trabalhava em favor da rede articulada pelo doleiro, tendo inclusive feito lobby para o laboratório Labogen, de Leonardo Meirelles outro réu da Lava Jato, no Ministério da Saúde. Além disso, o parlamentar chegou a viajar de férias com a família em um jatinho fretado pelo doleiro em 2013.

O caso levou Vargas a ter o mandato cassado em dezembro do ano passado e também ser expulso do PT.

A contadora Meire Poza depôs pelo segundo dia consecutivo à Justiça Federal, em Curitiba (PR). O depoimento durou cerca de 30 minutos, e na saída, Meire, que foi arrolada como testemunha de acusação na Operação Lava Jato no caso que envolve a OAS, apenas confirmou a acusação de que o doleiro Alberto Youssef levava malas de dinheiro para a empreiteira, assim como citou o ex-deputado André Vargas e ex-ministro Mario Negromonte como pessoas "constantes" no escritório, fato que já havia sido relatado na audiência de terça-feira, 3.

"Algumas situações de envio de dinheiro eu fiquei sabendo, que Alberto levou dinheiro na OAS e buscava, por conta disso o MP me arrolou, mas eu nunca soube de valores, ele apenas mostrava uma mala e dizia que tinha dinheiro", disse.

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Meire também não detalhou as operações e não soube informar o montante de dinheiro, além de ter afirmado que não esteve na OAS. "Nunca fui à OAS, ficava com o Alberto no carro e isso aconteceu uma vez só , em janeiro de 2014", afirmou.

Meire também falou que na empresa GFD, todos sabiam que Youssef era doleiro. "Todos sabiam que ele (Youssef) tinha relacionamento com a UTC, sabia que ele tinha relacionamento, todo mundo sabia que o Alberto era doleiro."

Com relação aos políticos que visitavam o escritório, ela comentou sobre Vargas e Negromonte. "Nunca soube o que Andre Vargas e Mario Negromonte, iam fazer lá, eu não tinha essa condição, mas sabia que eles iam bastante", comentou.

Além de Meire, o delegado da Polícia Federal, Marcio Anselmo, o operador Leonardo Meireles e os executivos da Toyo Setal, Augusto Mendonça e Julio Camargo, também prestaram depoimentos. Durante a tarde, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró sentiu um mal súbito e precisou ser medicado na carceragem da Polícia Federal.

A contadora Meire Poza, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, afirmou em seu depoimento à Justiça Federal na tarde desta terça-feira, 3, que viu o ex-deputado do PT André Cargas e o ex-ministro de Cidades Mário Negromonte, do PP, no escritório do doleiro Alberto Youssef, em São Paulo.

"Eu vi uma ou duas vezes", disse ao ser questionada se tinha visto algum político no escritório de Youssef, situado à rua Renato Paes de Barros, no Itaim, zona sul de São Paulo. "Vi o senhor André Vargas na época e Mário Negromonte." No depoimento, contudo, não fica claro se a contadora encontrou Negromonte no período em que ele era ministro das Cidades, cargo que exerceu de 2011 a 2012.

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Ambos são ex-parlamentares e, portanto, não possuem foro privilegiado. Não é a primeira vez que os seus nomes aparecem envolvidos na Lava Jato. Negromonte foi citado na delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como um dos beneficiários do esquema de propina da estatal. Além disso, seu irmão, Adarico Negromonte, é réu na Justiça Federal acusado de atuar como o transportador de dinheiro para Youssef.

Vargas, que também foi expulso do PT, teve seu mandato cassado pela Câmara no final do ano passado por quebra de decoro parlamentar devido ao seu envolvimento com Youssef. Ele apareceu em trocas de mensagens com o doleiros interceptadas pela PF, fez lobby para o laboratório Labogen, utilizado por Youssef para fazer remessas ao exterior, no Ministério da Saúde e ainda utilizou um avião fretado pelo doleiro para viajar de férias com a família para Paraíba no final de 2013.

A contadora foi ouvida pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os ações da Lava Jato, na ação penal que envolve os executivos da construtora Engevix, com o esquema de corrupção e propina na Petrobras envolvendo o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e Youssef.

Notas Frias

Meire confirmou que uma das empresas do doleiro Alberto Youssef forneceu nota para a Engevix, por serviços não prestados. Segundo a Procuradoria da República, e Engevix pagou R$ 52.977.089 em propina, para corromper o diretor Paulo Roberto Costa nos contratos que manteve na Diretoria de Abastecimento entre 2004 e 2012.

Ela ainda apontou que Waldomiro Oliveira, réu na Lava Jato e acusado de participar do esquema de lavagem de Youssef, cobrava paga emitir notas frias. "Waldomiro chegou a conversar comigo algumas vezes e dizer que só fazia emissão de notas, cobrava para fazer as emissões", afirmou à Justiça Federal. Segundo Meire, Waldomiro cobrava 14% dos valores dos contratos para emitir as notas frias. A reportagem ligou para o celular de Mário Negromonte mas ele não atendeu. Andre Vargas não foi localizado para comentar o depoimento.

O deputado cassado André Vargas (sem partido-PR), que perdeu o mandato após votação em plenário da Câmara em razão de ligações com o doleiro Alberto Youssef, afirmou na noite dessa quarta-feira, 11, que seu caso é "insignificante" diante dos "crimes da Petrobras".

"Me sinto injustiçado, pois, além de não ter tido meu direito defesa, fui cassado em função de voo que até o momento nem inquérito no Supremo virou", afirmou. Vargas, um dos líderes do PT paranaense, deixou o partido em meio às acusações de envolvimento com Youssef, principal alvo da Operação Lava Jato.

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A representação que culminou com o pedido de cassação foi originada a partir da denúncia de que Vargas usou um jatinho pago pelo doleiro para uma viagem com a família. O relator do processo no Conselho de Ética, deputado Julio Delgado (PSB-MG), defendeu que o ex-petista trabalhou em favor dos interesses da rede articulada por Youssef.

"Ceifaram 25 anos de vida pública com resultados positivos, visíveis no Paraná e no Brasil", concluiu o agora ex-parlamentar, ressaltando que seu nome não foi citado nos vazamentos referentes à operação da Polícia Federal (PF).

"Estou triste, muito triste, mas tenho certeza que este critério severo servirá para julgar aqueles casos que virão à tona o ano que vem", complementou.

Vargas perdeu o mandato por 359 votos a favor, seis abstenções e um voto contra, do petista José Airton (PT-CE). Vai assumir sua vaga na Câmara Marcelo Beltrão de Almeida (PMDB-PR).

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta quarta-feira, 10, a cassação do mandato do ex-petista André Vargas (sem partido-PR). Por 359 votos a favor, apenas um contra - do petista José Airton (PT-CE) - e seis abstenções, Vargas perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar.

O ex-petista foi acusado de trabalhar em favor da rede articulada pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. O relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), insistiu que Vargas representava interesses do doleiro e que, por isso, quebrou o decoro parlamentar. Em seu discurso, Delgado apelou para que os colegas resgatassem a imagem da Casa frente à opinião pública.

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Todos os partidos orientaram suas bancadas a votar pela perda de mandato, incluindo o PT. A primeira sessão foi marcada por um tumulto em plenário após ser encerrada com pouco mais de duas horas de debate. Os parlamentares de oposição enxergaram o térmico por falta de quórum como uma manobra para Vargas ganhar tempo e escapar da cassação. Sob pressão, o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) reabriu a sessão com a mesma pauta.

A representação que culminou com o pedido de cassação foi originada a partir de denúncia de que Vargas utilizou um jatinho pago pelo doleiro para uma viagem com a família. De licença médica, o ex-petista não compareceu à sessão desta manhã para fazer sua defesa em plenário. O deputado Eurico Júnior (PV-RJ) fez a leitura da defesa apresentada pelos advogados do ex-petista no Conselho de Ética.

Antes do início da votação, Vargas falou com exclusividade ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre sua preocupação em relação à votação em plenário. "Já paguei um preço alto por ser do PT", declarou.

O deputado federal André Vargas (sem partido-PR) impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de mandato de segurança contra decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que rejeitou o recurso no qual o deputado pedia anulação do parecer do Conselho de Ética da Casa, que recomendou à cassação de seu mandato. O pedido, encaminhado terça-feira (2), está nas mãos do ministro Luís Roberto Barroso.

No último dia 11, após sucessivos adiamentos, a CCJ decidiu rejeitar, em votação simbólica, o pedido do deputado. Vargas argumentou que as provas utilizadas como base para a recomendação de sua cassação foram ilícitas.  O deputado é investigado por manter relações com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal.

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No recurso apresentado ao STF,  a defesa de Vargas argumenta que o processo por quebra de decoro resultou do vazamento ilícito dos primeiros dados da Operação Lava Jato, relacionando o deputado com o doleiro Youssef na mediação de contratos da empresa Labogen e do laboratório EMS com o Ministério da Saúde.

O parecer do Conselho de Ética da Câmara pode ser colocado em votação até o final deste ano. A iminência da votação teria motivado Vargas a entrar com o recurso no Supremo. Caso o STF aceite o pedido do deputado, a tramitação do procedimento administrativo será suspensa, acarretando a volta do processo ao Conselho de Ética.

O processo de cassação do deputado federal André Vargas (PT-PR) deve ser analisado no plenário da Câmara na próxima semana. Após cinco tentativas a Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania (CCJ), aprovou, nessa terça-feira (11), negou o recurso do petista que tentava reverter a recomendação de cassação do seu mandato feita pelo Conselho de Ética.

"Vou cumprir o Regimento. O Regimento diz que, após a decisão, (o processo) é encaminhado à Presidência e vai à publicação. Após a publicação, tem prazo de duas sessões ordinárias para levar ao Plenário. Vou cumprir exemplarmente o Regimento", afirmou o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB). A matéria de cassação será analisada em votação aberta. 

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Em agosto, o Conselho de Ética considerou que Vargas havia quebrado o decoro parlamentar por intermediar, junto ao Ministério da Saúde, negócios do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro.

No recurso à CCJ, Vargas sustentava que o conselho cerceou seu direito de defesa, baseou-se em provas ilícitas e trocou deputados, no dia da votação, para garantir o quórum e o número necessário de votos para recomendar sua cassação ("em desrespeito ao princípio do juiz natural"). Com exceção do deputado Luiz Couto, os demais petistas da CCJ concordaram com o recurso e usaram expressões como "tribunal de exceção" e "farsa" para se referir aos procedimentos do Conselho de Ética.

O deputado José Mentor (PT-SP) chegou a apresentar um voto em separado recomendando que o processo de Vargas fosse enviado de volta ao Conselho de Ética para ser "corrigido". "Nós não estamos absolvendo nem reduzindo a pena de ninguém. Nós estamos dizendo: Conselho de Ética, não proceda desse jeito; não ataque o direito de defesa; não extirpe o contraditório; respeite o devido processo legal; e, acima de tudo, não fira o juiz natural, não mude, à sua conveniência, os membros do conselho para absolver ou para condenar. No caso, houve explicitamente uma manobra de quinta categoria para prejudicar um deputado", disse Mentor.

A devolução, para alguns deputados, poderia abrir precedentes "perigosos" diante de julgamentos futuros do colegiado. Para o deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), "não houve nenhuma violação contundente do direito de defesa" de André Vargas. O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) reforçou a tese: "quem está sendo julgado (na CCJ) é o deputado André Vargas e não o Conselho de Ética, que agiu corretamente".

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJ) cancelou, mais uma vez, a reunião marcada para esta quarta-feira (5) que avaliaria o recurso do deputado André Vargas (PT-PR) tentando anular decisão de cassação do mandato do petista. A recomendação pela perda do mandato foi encaminhada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em agosto,  por quebra de decoro parlamentar, devido a denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff.

Em reunião da CCJ realizada nessa terça (4), o deputado José Mentor (PT-SP) defendeu que a CCJ mande o processo de perda de mandato de Vargas de volta ao Conselho de Ética, a fim de que “seja corrigido”.

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Mentor apresentou à comissão um voto em separado, ou seja, um relatório alternativo ao do relator do recurso na CCJ, deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ). Na semana passada Zveiter apresentou parecer em que considerou corretos todos os procedimentos seguidos pelo conselho.

Por falta de quórum, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara adiou mais uma vez a análise de um recurso do deputado André Vargas (sem partido-PR), que contesta um parecer do Conselho de Ética pedindo a cassação de seu mandato. Uma nova reunião da CCJ foi marcada para amanhã. Ex-petista, Vargas é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, investigado pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato, que apura um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões.

O recurso movido por Vargas tem bloqueado os trabalhos da CCJ há semanas. Na semana passada, ele chegou a ser pautado, mas houve um pedido de vistas do deputado José Mentor (PT-SP). Relator do caso na CCJ, deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ) elaborou um parecer propondo que o recurso seja negado.

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Mentor, por sua vez, deve apresentar na próxima sessão um voto em separado em favor de Vargas. Ele argumenta que houve erros processuais quando o tema foi discutido no Conselho de Ética, entre eles a substituição de membros no dia da votação para que o quórum mínimo para a votação fosse atingido. "O presidente do Supremo não pode mudar os juízes porque é a favor ou contra o caso", exemplifica. "(Meu voto) questiona o devido processo legal e o contraditório".

A ligação de Vargas com o doleiro veio a público quando foi revelado, no início do ano, que ele pegou carona em um jatinho pago por Youssef. Nas investigações, ele é apontado ainda como o responsável por indicar um ex-assessor do Ministério da Saúde para trabalhar no Labogen, laboratório que, de acordo coma a Polícia Federal, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro de Youssef. Vargas nega ter intermediado essa indicação.

Vargas era vice-presidente da Câmara dos Deputados e renunciou ao posto depois das revelações. Temendo danos eleitorais às campanhas da presidente Dilma Rousseff e dos candidatos petistas no Paraná, Gleisi Hoffmann, e em São Paulo, Alexandre Padilha, a direção do PT pressionou Vargas a também abrir mão do mandato. Ele acabou pedindo desfiliação do partido.

Um dia antes da data prevista para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara analise um recurso contra um pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) se reuniu com colegas da sua antiga legenda, na sede do PT em Brasília.

Vargas relatou que foi ao diretório petista nesta segunda-feira com os também deputados Vicentinho (SP), líder do PT na Casa, e José Guimarães (PT-CE). O parlamentar, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, esteve no diretório petista no mesmo horário de uma reunião da executiva nacional da legenda.

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Ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, Vargas afirmou que tratou com os antigos correligionários de assuntos diversos e negou que seu antigo partido esteja tentando blindá-lo no processo de cassação que enfrenta no Legislativo. "Isso não está acontecendo. A direção do PT pediu o meu mandato", afirmou. Vargas também conversou hoje com os deputados petistas Policarpo (DF) e Rogério Carvalho (SE).

Nesta terça, a CCJ deve votar um recurso em que a defesa do parlamentar contesta o pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Casa. O relator do caso na CCJ, deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), elaborou um parecer negando o recurso. Caso seja este o entendimento da comissão, a perda do mandato do ex-petista, que não disputou a reeleição por ter se desfiliado do partido, irá para o Plenário da Câmara.

A ligação de Vargas com o doleiro veio a público quando foi revelado, no início do ano, que ele pegou carona em um jatinho de Youssef. Nas investigações, ele é apontado ainda como o responsável por indicar um ex-assessor do Ministério da Saúde para trabalhar no Labogen, laboratório que, de acordo coma a PF, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro de Youssef. Vargas nega ter intermediado essa indicação.

Vargas era vice-presidente da Câmara e renunciou ao posto depois das revelações. Temendo danos eleitorais às campanhas da presidente Dilma Rousseff e dos candidatos petistas no Paraná, Gleisi Hoffmann, e em São Paulo, Alexandre Padilha, a direção do PT pressionou Vargas a também abrir mão do mandato. Ele acabou pedindo desfiliação do partido.

A nova tentativa de votação do recurso contra a cassação do deputado André Vargas está marcada para a esta terça-feira (4). Por meio do recurso à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, os advogados de defesa de Vargas tentam anular a decisão do Conselho de Ética que, em agosto, recomendou a cassação do mandato do deputado por quebra de decoro parlamentar.

A  análise do recurso de Vargas na CCJ já foi adiada quatro vezes. Os três primeiros adiamentos foram por falta de quórum na comissão. Segundo os advogados de André Vargas, o conselho cerceou o direito de defesa do deputado e se baseou em provas ilícitas, entre outras irregularidades.

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Vargas é acusado de intermediar, junto ao Ministério da Saúde, negócios do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Defesa

O relatório sobre o recurso, preparado pelo deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), foi lido na semana passada. ela reafirmou a correção do processo conduzido pelo Conselho de Ética. Após a leitura do parecer de Zveiter, o deputado José Mentor (PT-SP) pediu vista do texto e a votação foi adiada esta semana.

Com o pedido de vista, Mentor terá prazo de dois dias úteis para analisar o parecer de Zveiter.

Na reunião desta terça, a reunião da CCJ será retomada com o pronunciamento do advogado de Vargas, Michel Saliba. Em seguida, o parecer de Zveiter será colocado em discussão e em votação. Se for aprovado, a recomendação da cassação do deputado André Vargas estará pronta para votação no Plenário da Câmara.

Já em caso de rejeição do parecer de Zveiter, o processo de Vargas será reconduzido ao Conselho de Ética para eventual correção de procedimentos.

A agenda na Câmara Federal durante esta semana promete não ser tão intensa. Na segunda-feira (3), os deputados prestam homenagens ao Novembro Azul, que incentiva os homens a prevenção do câncer de próstata. Às 19h eles inauguram uma iluminação especial na Casa em tons azuis para todo o mês de novembro. 

Na terça-feira (4) os parlamentares vão tentar mais uma vez votar o recurso do deputado André Vargas (PT-PR) contra a decisão do Conselho de Ética que recomendou a sua cassação. A matéria será analisada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). O relator do caso CCJ, deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ), já deu um parecer negativo ao recurso. 

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Outro assunto que marcará o legislativo na terça será a votação do relatório preliminar do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na Comissão Mista de Orçamento. A proposta tem gerado discussões acaloradas no parlamento. A União deverá encaminhar para a Casa uma emenda solicitando a mudança do Superávit para 2015 ainda esta semana. 

Os requerimentos e pedidos de informação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras serão votados na próxima quarta (5). A reunião da CPMI será no plenário do Senado. 

Ainda na quarta, a Comissão de Cultura homenageia o Dia Nacional da Cultura Brasileira e se reúne para fazer um Manifesto Cultural em favor da PEC 150/03. Foram convidados, entre outros, o cantor e secretário de Cultura da Paraíba, Chico César; o cantor Lazzo Matubbi; o mamulengueiro Walter Cedro; e o percussionista Carlos Piau.

Na quinta (6) e sexta-feira (7), outras reuniões das comissões estão agendadas, mas ainda sem pauta definida. 

Com o fim do processo eleitoral, a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados volta a se reunir nesta terça-feira (28), às 14h30. Na pauta do colegiado está o recurso do deputado André Vargas (PT-PR) contra a decisão do Conselho de Ética que recomendou sua cassação. A votação já foi adiada duas vezes, por falta de quórum.

No recurso, André Vargas se queixa de cerceamento no direito de defesa, término antecipado da investigação e falta de acesso pleno à cópia do processo. No entanto, o relator do recurso na CCJ, Sergio Zveiter (PSD-RJ), entende que o direito de defesa e o princípio do devido processo legal foram respeitados. Ele recomendou a rejeição do recurso.

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Se a CCJ negar o pedido de Vargas, o processo estará pronto para ser incluído na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados. A cassação dependerá do voto favorável de 257 deputados, em votação aberta.

O pedido de cassação foi aprovado pelo Conselho de Ética no dia 20 de agosto. O conselho considerou que as relações entre Vargas e o doleiro Alberto Youssef violaram as normas de decoro parlamentar.

Youssef emprestou a Vargas um jatinho para que ele e a família pudessem passar férias no Nordeste. Além disso, Vargas é suspeito de intermediar interesses de empresas fantasmas do doleiro em contratos com o Ministério da Saúde.

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