Foram anunciadas, nesta terça (11), as montagens locais que vão integrar a programação do 20º Janeiro de Grandes Espétáculos. Na edição de 2015, o festival acontece entre 14 e 31 de janeiro. Os espetáculos estarão em cartaz em vários teatros da cidade.
Confira a lista de selecionados:
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Teatro Adulto
A Dona da História – Duas Companhias
A Mandrágora (estreia) – Taveira Júnior
Dorotéia – Companhia Teatro Seraphim
Frei Molambo – Naldo Venâncio Produções
Gaiola de Moscas – Grupo Peleja
O Rei Lear no Meu Quintal – Pareia Produções
Dança
Anticorpo – Saulo Uchôa
Cara da Mãe (Estreia) – Coletivo Cênico Tenda Vermelha
Frevo de Casa – Hudson Wlamir
Peba – Iara Sales e Tonlin Cheng
Rio de Contas – Cia. de Dança do SESC Petrolina
Infantil/Juventude
Como a Lua – Elias Vilar e Mambembe Produções
Haru – A Primavera do Aprendiz – Rapha Santa Cruz Produções Artísticas
Neste sábado (1º), às 16h e 20h, o Grupo Acaso apresenta, no Teatro Barreto Júnior, no Pina, a montagem Para Josefina, criação que faz homenagem à pianista pernambucana Josefina Aguiar, falecida em junho de 2005. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Na última sexta (31) o grupo cênico também levou ao público do Barreto Júnior o espetáculo de 40 minutos de duração. A obra surgiu a partir das impressões da diretora e bailarina Bárbara Aguiar, neta de Josefina, e já fez temporadas no Recife e em Portugal. O projeto conta com incentivo do Funcultura e a turnê segue para o Sesc Goiana no domingo (2), com apresentações às 16 e 20h, numa parceria ainda com o 20º Janeiro de Grandes Espetáculos.
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Participam do elenco Hulli Cavalcanti, Hayla Cavalcanti, Felipe Dupopping, Fernando Oliveira e Marcelo di Paula. A trilha sonora é executada pela própria Josefina Aguiar, como por exemplo faixas do CD O Piano de Josefina Aguiar, lançado em 1998.
Serviço
Para Josefina
Sexta (31), 20h | Sábado (1º), 16h e 20h
Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n – Pina)
O 20º Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE) chegou ao fim na noite deste domingo (26) com a apresentação da Companhia Teatro de Serafim, que levou ao palco do Teatro Barreto Júnior, no Pina, a montagem As Confrarias - inspirada na obra de Jorge Andrade. O espetáculo, aprovado no Funcultura 2012, conta no elenco com a presença da atriz Lúcia Machado, uma das homenageadas do festival de artes cênicas deste ano.
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A Companhia Teatro de Seraphim atua na cena pernambucana desde 1990 e levou ao público uma história que se passa no Brasil do século XVIII, mais precisamente na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto). Um período de forte agitação popular por conta da Inconfidência Mineira e da decadência do ouro.
Durante a apresentação é narrada a trajetória de uma senhora chamada Marte, interpretada por Lúcia Machado. A personagem visita quatro confrarias da cidade carregando o filho morto, José, com o intuito de enterrá-lo num destes solos sagrados, pois não havia cemitérios públicos disponíveis na cidade.
Com este gancho, Jorge Andrade ressalta no texto dramaturgo a hipocrisia da sociedade colonial diante de temas como o racismo, o sexo e até a ocupação profissional das pessoas daquela épca – no texto, José é ator e por este motivo é tratado como um ser inferior, bem como os negros no Brasil da escravidão. Um debate que continua a acontecer ainda nos dias atuais.
Destaque para a cenografia da peça, feita por Doris Rollemberg, com estruturas em forma de coxias que revelam e ocultam cortes do cenário. Outro detalhe são as cenas de nudez, que seguem a linha do combate às opressões e dão um tom libertino à montagem diante da religiosidade das confrarias, representadas na obra pela Irmandade do Carmo (dos brancos), a Irmandade do Rosário (dos negros puros), a Irmandade de São José (dos pardos, que aceita artistas) e a Ordem Terceira das Mercês (mistura de negros, brancos e mulatos).
A personagem Marta, por outro lado, parece não apenas ter a intenção de enterrar o filho, mas sim também expor, através de um jogo cheio de drama, os interesses econômicos e os preconceitos de cada confraria. Toda a história se passa em apenas um dia, mas com o uso intenso do recurso do ‘flashback’ há uma noção de passeio entre o presente e o passado dos personagens principais.
“A gente escolheu As Confrarias pra fechar o festival porque este é um espetáculo grande da Seraphim, uma companhia local de muitos anos bastante respeitada e com um elenco talentoso. Ficamos muito contentes em encerrar com uma produção da terra e com a casa lotada”, disse Paula de Renor, uma das produtoras do JGE, ao LeiaJá. Na próxima quarta-feira (29), às 22h, a produção do festival realiza uma avaliação do evento na Caixa Cultural Recife, no Bairro do Recife.
Além da Lúcia Machado, o elenco da montagem é formado por atores e atrizes como Alexsandro Marcos, Brenda Ligia, Calos Lira, Gilson Paz, Ivo Barreto, Marcelino Dias, Marinho Falcão, Mauro Monezi, Nilza Lisboa, Ricardo Angeiras, Roberto Brandão, Rudimar Constâncio e Taveira Júnior. O espetáculo teve a direção de Antonio Cadengue.
