Prefeito pede que funcionários votem em Raquel e Bolsonaro
Em resposta ao LeiaJá, o prefeito de Cupira, Zé Maria, disse que não houve "coação" ou "ameaça". Ele afirmou que é "mais democrático que todo mundo" e disse que o caso se trata de "intriga da oposição"
O prefeito de Cupira, no agreste de Pernambuco, José Maria (União Brasil), reuniu um grupo de trabalhadores no espaço VIP da cidade, nesta quinta-feira (6), para pedir o voto para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a candidata ao governo do Estado, Raquel Lyra (PSDB).
No áudio em que circula nas redes sociais, ele pede aos funcionários da prefeitura que não votem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eu quero falar com vocês olho no olho, com firmeza. Espero que vocês não me traiam agora de novo. Não me façam passar vergonha outra vez, porque quem vai pagar o preço é vocês. Pense bem, se mudar de governo, esse governo que vem aí não vem com boas intenções", afirmou.
Além disso, ele acrescentou que não era “trouxa”, “otário”. "Aqui teve gente que não votou no Miguel, eu fui claro [...] eu fui traído, deram poucos votos a Miguel. Isso foi vergonhoso para mim. Eu tive reunião com voces, expliquei para vocês que era necessário mostrar força. Vocês foram covardes comigo" […]”Eu prometi a Mendonça quatro mil votos, só dei a Mendonça três mil e quinhentos votos. Houve traição ou não?", finalizou.
O LeiaJá entrou em contato com Zé Maria, que negou que coagiu os funcionários, a "que se diz amigo meu, convidados por mim, especialmente as pessoas de minha confiança" e disse que pediu 'voluntariamente o voto nos candidatos'. Além disso, acrescentou que o evento tratou-se de "uma reunião de um grupo político, e não entre prefeito e funcionários". O prefeito acrescentou que o áudio foi tirado de contexto.
“Eu pedi a eles como se eu fosse candidato, que eles votassem em Raquel e no presidente Bolsonaro. Eu pedi eu não obriguei, não fiz chantagem e nem tampouco ameacei de forma alguma. Eles trabalham comigo, todos eles cargos de confiança e outros até efetivos. Eu pedi a eles, que é um direito lígítimo e eu apoio Raquel e apoio Jair Bolsonaro”, afirmou em sua defesa. Ele ainda fez questão de frisar, em áudio a nossa reportagem que é "Cem por cento republicano. Eu separo as coisas. Nunca forcei um funcionário meu: você vota em mim, se você não votar estará ameaçado disso ou daquilo outro, inclusive de perder o emprego. Isso comigo não existe, nunca existiu. Basta você se aprofundar da minha história em Cupira que vai saber que sou mais democrático que todo mundo. É intriga da oposição. É fuxico. Eles separam o texto do contexto para dizer exatamente o que não houve", garantiu.
Zé Maria finalizou sua explicação narrando que teria feito o seguinte pedido: "Vocês gostam de mim?" e a resposta teria sido: "Gosto". Então faça isso, por favor (votar em Raquel e Bolsonaro), faça como quem está votando em mim. Foi esse o pedido".