Lula diz que Bolsonaro "quer comprar o povo" com auxílios
A três meses das eleições, a base governista no Senado conseguiu aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para aumentar benefícios sociais sem controle fiscal. A estimativa é que a medida custe bilhões aos cofres públicos
O ex-presidente Lula (PT) classificou a polêmica Proposta de Emenda à Constituição (PEC), aprovada pelo Senado nessa quinta-feira (30), como uma medida eleitoreira pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). O projeto protocolado pela base governista teve anuência da oposição e deve liberar mais de R$ 41 bilhões sem controle fiscal para atender a programas sociais.
Em entrevista à Rádio Metrópole, Lula afirmou que Bolsonaro "quer comprar o povo" com benefícios três meses antes da eleição. Ele reforçou que, desde 2020, os partidos da oposição defendem o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600. "Tô vendo o Bolsonaro dizer agora que vai dar R$ 400 de auxílio. Tem gente dizendo que é auxílio eleitoral, que não podemos aceitar. Não penso assim. O PT defende um auxílio de R$ 600 desde o ano passado. O povo precisa. Ele tem que dar. Se vai tirar proveito disso, problema dele", apontou o pré-candidato.
A medida também propõe um auxílio específico para motoristas autônomos e o aumento do vale-gás, que havia sido solicitado pelo deputado petista Carlos Zarattini. Aprovada quase de forma unanime, exceto pelo voto contrário do senador José Serra, a PEC segue para apreciação na Câmara dos Deputados.
Lula definiu que o atual presidente tem problema com o povo brasileiro e, por isso, tenta pôr o sistema eleitoral em xeque. “Bolsonaro tem medo do voto do povo. Por isso tenta agora aumentar o auxílio emergencial, o que sempre foi uma reivindicação da oposição. O povo tem que receber o dinheiro, mas o que ele quer é um projeto eleitoral, porque acha que o povo vai cair em mentiras. Não vai”, enfatizou.