Em pré-campanha, Lula tem equipe de segurança reforçada
Além de possuir um time de segurança fornecido pelo GSI, o ex-presidente também é figura central no esquema elaborado pela PF para proteger presidenciáveis
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve seu esquema de segurança reforçado, antes mesmo da Polícia Federal iniciar a ação de proteção aos pré-candidatos à Presidência da República, de acordo com a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Por ser ex-presidente, o petista tem direito a um time de segurança fornecido pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do Palácio do Planalto.
Para as Eleições 2022, a PF tem um esquema que custa R$ 57 milhões e deve escalar mais de 300 policiais federais para atuar na segurança dos presidenciáveis.
A equipe do GSI intensificou o acompanhamento a Lula após episódios recentes de violência acerca do ex-presidente. Em Campinas (SP), manifestantes cercaram o carro do adversário de Jair Bolsonaro (PL) enquanto ele se encaminhava para um almoço. No Paraná, um deputado o ameaçou de morte. Por causa dessas ameaças, a candidatura de Lula se tornou uma das mais vulneráveis do pleito.
Seguranças evitam deixar Lula sozinho e apostam em estar sempre próximos do ex-chefe do Executivo. Deslocamentos longos são desaconselhados e até mesmo locais de gravação de material de campanha são escolhidos levando em consideração sua segurança. Em ato em Juiz de Fora, Minas Gerais, seguranças alertaram Lula sobre a localização do palco e sobre estar muito próximo ao público. Mesmo assim, o ex-presidente quis participar do ato.
Em reunião nessa terça-feira (31) com os assessores dos principais candidatos, representantes da Polícia Federal expuseram os detalhes do esquema de segurança, que incluirá dezenas de carros blindados. A distribuição do efetivo será feita de acordo com uma escala de um (baixo risco) a cinco (maior risco), levando em consideração a projeção nacional do candidato, seu desempenho nas pesquisas, sua visibilidade e histórico de ameaças. Haverá também uma avaliação sobre o risco de cada evento, que levará em consideração o local e a quantidade de pessoas, por exemplo.
A preocupação central é com eventos que aglomerem multidões, o que abre espaço para a ação de lobos solitários. "Lula não saiu da toca ainda (em termos de eventos de campanha), e o sentimento antipetista ainda é muito forte. Está todo mundo preocupado com a militância de extrema direita. (...) O discurso de extrema esquerda gerou um Adélio Bispo (que teria esfaqueado Bolsonaro na campanha presidencial de 2018). O discurso de extrema direita pode gerar outro Adélio”, disse uma fonte da Polícia Federal à Malu Gaspar.