Randolfe diz que pode abrir mão de integrar CPI do MEC

Randolfe rebateu as acusações de que a CPI do MEC é eleitoreira e disse não confiar na PF do governo de Jair Bolsonaro

ter, 12/04/2022 - 12:19
Roque de Sá/Agência Senado Randolfe Rodrigues durante entrevista Roque de Sá/Agência Senado

Autor do requerimento que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de corrupção no Ministério da Educação (MEC), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou, nesta terça-feira (12), que se for necessário ele não fará parte do colegiado. Apontado como suspeito na articulação para a criação da CPI por ter aceitado o convite de ser o coordenador da campanha do ex-presidente Lula, Randolfe garantiu que se os governistas assinarem o requerimento, ele abre mão de fazer parte da investigação.

"Se isso for um empecilho, não tem problema. Eu se quer integro a CPI. Deixo a investigação a cargo de outros senadores, mas não pode não ter a CPI. Na verdade essa é a desculpa para que a investigação não ocorra. Essa investigação, essa turma não resiste a uma quebrinha de sigilo. Uma quebra de sigilo entrega para onde está indo esse dinheiro todo", avaliou Randolfe, depois de ser questionado sobre a alegação de senadores governistas que apontam a CPI do MEC como eleitoreira. 

Apesar de ter tido três baixas, com a saída do apoio de três senadores, Randolfe disse que tem duas semanas para conquistar novas. "Vamos lutar até os últimos instantes para conseguirmos a CPI, se não conseguirmos vamos tocar o que tivermos possibilidade de fazer na Comissão da Educação", frisou.

Nesta terça, a Comissão de Educação deve votar requerimentos para ouvir eventuais envolvidos no suposto esquema de favorecimento do rateio de verbas do MEC. 

Randolfe disse ainda que insiste na CPI porque não acredita em uma investigação autônoma da Polícia Federal e outros órgãos. "Alguém aqui está acreditando que a PF no governo de Jair Bolsonaro é independente? Defendo uma CPI porque tem omissão de outras instituições. Defendo uma investigação pelo parlamento que é o resta, o que sobra", disse.

 

COMENTÁRIOS dos leitores