Ministros aconselham Bolsonaro a cancelar viagem à Rússia
O objetivo é evitar um possível desgaste diplomático do Brasil com países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principalmente os Estados Unidos, em crescente tensão com Moscou
Ministros da chamada "ala política" do governo federal atuam nos bastidores para convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a cancelar sua viagem à Rússia, marcada para o próximo dia 14.
O objetivo é evitar um possível desgaste diplomático do Brasil com países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principalmente os Estados Unidos, em crescente tensão com Moscou. Existe o temor na comunidade internacional de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, invada a Ucrânia e dê o estopim para um conflito armado, com risco de se tornar o maior embate desde a Segunda Guerra Mundial.
Uma resposta dos esforços de ministros, amparados ainda na pressão de diplomatas americanos, pode vir já nesta segunda-feira, 7, após uma reunião entre Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, marcada para as 15h30 no Palácio do Planalto.
Na semana passada, durante agenda a Porto Velho para encontro com o presidente do Peru, Pedro Castillo, Bolsonaro foi questionado pelo Estadão/Broadcast Político em entrevista coletiva se manteria a viagem a Moscou apesar da crescente instabilidade política no Leste Europeu. "Brasil é Brasil, Rússia é Rússia", respondeu o chefe do Executivo na oportunidade, confirmando a visita oficial.
Pelos planos ainda mantidos, Bolsonaro embarca no dia 14 para Moscou e se encontra com Putin no dia 16. Depois, segue para Budapeste, onde deverá se reunir com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, considerado um líder ultranacionalista de direita, com pautas autoritárias e de repressão a minorias.