PF reabre inquérito sobre facada de Adélio em Bolsonaro

Nos dois resultados anteriores, a instituição concluiu que Adélio Bispo agiu por contra própria e que o crime não teve mandantes

por Vitória Silva sex, 26/11/2021 - 11:51
Ascom/PMMG Adélio Bispo de Oliveira é suspeito de esfaquear o presidente Jair Bolsonaro Ascom/PMMG

A Polícia Federal reabriu o inquérito que apura a facada dada por Adélio Bispo no presidente Jair Bolsonaro (sem partido), então candidato à presidência, em 2018, durante a campanha eleitoral em Minas Gerais. Em nova decisão, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) autorizou a análise de dados bancários e do material reunido em busca e apreensão realizada contra Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado de Adélio. Será investigado, novamente, se há envolvimento de terceiros no crime. 

O TRF, anteriormente, havia proibido a quebra de sigilo e o acesso aos dados de Zanone, mas voltou atrás no início deste mês. O material está com o delegado Rodrigo Morais Fernandes, que vai analisar também as informações fiscais de Zanone. Imagens do circuito interno de TV do escritório de advocacia também serão parte do inquérito. 

À época, a 3ª Vara de Juiz de Fora-MG autorizou a quebra do sigilo bancário de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendia Adélio. Autorizou também a apreensão do telefone, de livros-caixa, recibos e comprovantes de pagamento de honorários do advogado. 

Em função da atualização no caso, a hashtag “Quem matou Bolsonaro?” ficou nos trends do Twitter, onde estão muitas das bases virtuais bolsonaristas, na manhã desta sexta-feira (26). Os apoiadores e filhos de Bolsonaro acreditam na tese de que a facada foi encomendada, configurando tentativa de assassinato qualificada e com cunho político. O primeiro inquérito sobre o caso foi concluído em setembro de 2018 e considerou que Adélio agiu sozinho no momento e que a motivação teria sido “indubitavelmente política”. 

Em maio de 2020, a Polícia Federal concluiu seu segundo inquérito sobre a facada. Segundo o órgão, Adélio agiu sozinho, por iniciativa própria, sem mandantes e ajuda de terceiros. A PF não comprovou a participação de partidos políticos, facções criminosas, grupos terroristas ou mesmo paramilitares em qualquer das fases do crime. 

O advogado Frederick Wassef, que representa Bolsonaro, afirmou no começo de novembro ter provas de que a facada foi financiada pela esquerda e que Adélio Bispo “não é louco”. 

“Encomendaram a morte do presidente da República. Adélio é um assassino profissional cooptado para assassinar o presidente Jair Bolsonaro. Adélio Bispo agiu sozinho, não é louco e existem fortes indícios de que a esquerda brasileira encomendou a morte do presidente Jair Bolsonaro”, disse o advogado. 

 

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