Guedes:'Tenho que pedir demissão por gastar 30 bi a mais?'

"17 milhões de frágeis precisam da nossa ajuda. Dá para arrumar alguma coisa aí? Claro que dá, mantendo a responsabilidade fiscal", disse

por Jameson Ramos sex, 22/10/2021 - 17:09
Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro Paulo Guedes Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta sexta-feira (22), em pronunciamento ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro Paulo Guedes indagou se estava errado em gastar 30 bilhões a mais, furando o teto de gastos, para conceder o Auxílio Brasil no valor de R$ 400. O ministro acredita que não está fazendo nada de errado e tem trabalhado para ajudar as pessoas que estão passando fome no país. 

"17 milhões de frágeis precisam da nossa ajuda. Dá para arrumar alguma coisa aí? Claro que dá, mantendo a responsabilidade fiscal. há coisas que podem ser atendidas, há um limite, é difícil - cabe a mim fazer uma avaliação de até onde pode ir", explica Guedes.

O ministro salientou que prefere tirar uma nota menor no quesito fiscal, com o déficit primário sendo um pouco maior no ano que vem, em troca de atendimento aos mais frágeis. "Não vamos deixar milhões de pessoas passarem fome pra tirar 10 em política fiscal e tirar zero em assistência aos mais frágeis", disse.

O ministro da Economia garante que esse furo não altera os fundamentos fiscais da economia brasileira. "Os fundamentos são sólidos", salienta. 

Ele complementa que está pedindo uma "licença para gastar um pouco mais" e que "não há nenhuma mudança no arcabouço fiscal. Poderia ter sido feito dentro das regras atuais apenas dizendo o seguinte: preciso de uma licença para gastar mais 30 bilhões. A economia brasileira é forte e vigorosa o suficiente", assevera.

Paulo Guedes aproveitou para afirmar que todo esse movimento poderia ter sido evitado se o Senado tivesse aprovado a reforma do Imposto de Renda, que se refere à taxação da distribuição de lucros e dividendos, incluída na segunda fase da Reforma Tributária concedida pelo Ministério da Economia, que não avançou no Senado - mesmo tendo sido aprovada na Câmara dos Deputados.

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