Zé Trovão pediu asilo no México alegando censura no BR

O caminhoneiro está foragido da Justiça desde o dia 3 de setembro, acusado de incitar atos antidemocráticos

por Kauana Portugal ter, 14/09/2021 - 10:00
Reprodução/Youtube Caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o chamado Zé Trovão Reprodução/Youtube

A defesa de Marcos Antônio Pereira Gomes, o chamado “Zé Trovão”, declarou, na noite dessa segunda-feira (13), que o caminhoneiro solicitou refúgio no México sob a justificativa de que estaria sofrendo perseguição política no Brasil.  As informações são do jornal O Globo.

O advogado que atua na defesa do caminhoneiro, Levi de Andrade, disse que, no pedido de refúgio, alegou, entre outras coisas, a suposta restrição ao direito de opinião no Brasil. “No pedido foi juntada a busca e apreensão de 20 de agosto, a restrição à opinião que, em qualquer lugar do mundo, não é aceitável. Não existe no nosso ordenamento jurídico o crime de opinião, a censura”, afirmou ao jornal.

Segundo Andrade, o México foi escolhido por Zé Trovão por ser um território de difícil extradição. Entre os fatores que dificultariam o retorno obrigatório ao Brasil, está a necessidade de condenação na Justiça, o que não ocorre no caso do caminhoneiro, já que a prisão dele é em caráter provisório.

Ele partiu em direção ao país no dia 27 de agosto, antes mesmo de ter a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF). De lá, gravou e divulgou vídeos nos quais incentivava os atos antidemocráticos que ocorreram no Sete de Setembro.

No mês passado, Zé Trovão já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão em decorrência de suspeitas de seu envolvimento nos protestos de natureza golpista. Na ocasião, inclusive, a Justiça determinou que o ativista bolsonarista estava proibido de usar as redes sociais.

Apesar disso, Trovão participou de uma transmissão de vídeo feita pelo blogueiro Oswaldo Eustáquio, incitando ações contra o STF. A consequência da desobediência foi o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República e determinado pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 3 de setembro.

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