Governo Bolsonaro responde matéria da 'The Economist'

Na publicação, a matéria critica a gestão do governo federal, seja no combate à pandemia de Covid-19, no cuidado com a Amazônia ou na economia

seg, 07/06/2021 - 08:45
EVARISTO SA / AFP Bolsonaro discursa durante anúncio de patrocínio de seleção olímpica pela Caixa Econômica EVARISTO SA / AFP

Em uma longa sequência de 23 postagens, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) usou sua conta no Twitter para atacar uma reportagem da revista britânica "The Economist" na noite deste domingo (6).

Na publicação, a matéria critica a gestão do governo federal, seja no combate à pandemia de Covid-19, no cuidado com a Amazônia ou na economia. A capa mostra o Cristo Redentor usando um equipamento para conseguir respirar. A imagem é uma espécie de sequência de outras capas usadas pela "bíblia liberal" para falar do Brasil desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Um dos primeiros tuítes, no entanto, tem um erro crasso de tradução. A revista fala que Bolsonaro não pode continuar à frente do país por mais um governo e que "a prioridade é derrotá-lo nas urnas". A Secom traduziu como "a prioridade é eliminá-lo" e questionou se o artigo estaria fazendo "uma assustadora apologia ao homicídio do presidente".

A Secom, que deveria ser um órgão de Estado e não de governo, segue atacando tanto o texto, que fala em "panfletarismo juvenil" como os autores, chamando-os de "militantes". Para a Secretaria, Bolsonaro e seu governo estão fazendo um "excelente trabalho".

"Claro está que, com sua retórica insana, a revista busca desmerecer todo o incontestável trabalho de defesa da vida e de preservação do emprego, das liberdades e da dignidade dos brasileiros. Sob o disfarce de crítica ao Presidente, a The Economist ataca a Nação Brasileira", diz uma das postagens.

Apesar das reclamações, a matéria da "The Economist" traz números sobre o aumento do desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos que, conforme dados do próprio governo, está muito acima da média.

Já a gestão da pandemia é uma das piores do mundo. O Brasil é o terceiro em número total de casos, com quase 17 milhões de infectados, e o segundo em mortes, com mais de 473,4 mil. Ainda conforme dados da Universidade Johns Hopkins, o país é o 11º no índice de mortalidade - que calcula a quantidade de vítimas em relação ao tamanho da população - com 223,9 mortes a cada 100 mil habitantes.

Da Ansa

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