Humberto quer investigação por reserva de leitos
Segundo denúncia, 84 dos 116 leitos em unidades de saúde geridas pelos militares para casos de coronavírus estão vazios no Amazonas
Enquanto o Amazonas passa por um colapso sem precedentes no seu sistema de saúde, com paciente vítimas da Covid-19 morrendo sem oxigênio, mais da metade dos leitos em hospitais das Forças Armadas no estado destinados a doentes dessa natureza estão vagos, à espera de eventuais adoecimentos de militares ou seus familiares. O quadro absurdo levou o senador Humberto Costa (PT-PE) a pedir abertura de investigação sobre o caso.
A denúncia feita pela imprensa dá conta de que 84 dos 116 leitos em unidades de saúde geridas pelos militares para casos de coronavírus estão vazios. Ou seja, mais de 72% do total. Isso se dá ao mesmo tempo em que 278 doentes no Amazonas estão em uma lista de espera, e pacientes têm sido transferidos para outros estados por falta de vagas. Nos últimos dias, 37 removidos morreram.
“Isso é inaceitável. Há uma fila para atendimento desde o início do ano. E, enquanto pessoas morrem, leitos custeados com o dinheiro público estão ociosos, à espera de que pessoas de uma categoria específica adoeçam para ali serem atendidas. É um privilégio incabível, que precisa ser investigado urgentemente”, afirmou o senador.
Humberto acionou o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União no Amazonas, bem como o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado, para que os “hospitais militares sejam obrigados a acolher, em caráter excepcional, pacientes do SUS que estejam com Covid”.
CLOROQUINA - Em outra ação, o senador levou ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal um pedido de abertura de inquérito para investigar o investimento feito pelo governo Bolsonaro de recursos destinados à pandemia para a produção de 4 milhões de comprimidos de cloroquina pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
*Da assessoria