Patrícia Domingos quer mudar imagem da guarda municipal

Delegada afirmou que a segurança pública será uma das prioridades de uma eventual gestão sua à frente da Prefeitura do Recife

por Vitória Silva ter, 22/09/2020 - 12:58
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

A delegada Patrícia Domingos (Podemos), candidata à Prefeitura do Recife, foi a entrevistada do LeiaJá na sabatina desta terça-feira (22). Parte da Polícia Civil de Pernambuco e ex-titular da extinta Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), a candidata apresentou diversas propostas no âmbito da segurança pública, dentre elas, a construção de uma nova imagem da guarda municipal diante da população, através de treinamento, redistribuição das forças e armamento da corporação. 

Segundo Patrícia, a segurança pública é a prioridade do seu governo, e ela mesma capitaneia as propostas para a pasta. A candidata falou sobre a guarda municipal ser utilizada para “chicotear e multar” a população, atuando de forma afastada da segurança. “Nós temos um quadro com 1.926 guardas municipais, dos quais 600 estão lotados na (Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife) CTTU. A primeira providência será a redistribuição do efetivo da guarda municipal, priorizando a segurança do cidadão. Nós queremos que a guarda do Recife seja modelo para o Brasil, e que promova paz e segurança”, disse.  

Sobre o armamento da guarda, a candidata se mostrou a favor e cede lugar à proposta em sua agenda política. Para ela, armar a guarda municipal, ato permitido pela legislação federal, só não foi feito ainda pois o governo atual age “sob motivações ideológicas”, sem pensar no bem estar das pessoas. “Se hoje o segurança de um banco e de instituições privadas podem trabalhar armados, por que um guarda municipal, que faz a nossa segurança, não pode portar uma arma de fogo?”, questionou, em comparação. 

A crítica quanto à atuação do governo Geraldo Júlio não limitou-se à segurança pública. Patrícia Domingos chamou a administração atual de “desastrosa, e, quiçá, criminosa”. “Vivenciamos, por oito anos, o Recife ser enterrado e tratado como a capital do atraso. A cidade tem um precário sistema de saúde, um precário sistema de educação; a criança sai da escola uma analfabeta funcional. As ruas da cidade foram abandonadas”, comentou. A delegada mencionou ainda as investigações federais contra funcionários da administração pessebista. Figura importante no combate à corrupção na cidade, diz estar disposta a acabar com o “jogo de poder” instaurado na PCR. 

Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), também na disputa pela Prefeitura do Recife, foram mencionados junto ao nome de Geraldo Júlio. “O Recife não tem dono”, disse, referindo-se ao suposto “monopólio” das famílias Arraes e Campos 

Na educação, Patrícia prioriza três pontos de urgência no seu programa. Pretende investir na valorização (salarial) e qualificação dos professores, categoria, segundo ela, esquecida. Dizendo que pretende mudar o foco da educação da “aprovação para o aprendizado”, a candidata também tem a intenção de investir em escolas de tempo integral, de forma gradativa, estimulando a absorção do cronograma sem dar espaço ao crime e marginalização durante o tempo ocioso dos alunos, sobretudo os em situação de maior vulnerabilidade. 

A delegada também garantiu que, no seu governo, a merenda na rede municipal oferecerá, no mínimo, duas refeições por dia aos alunos. 

Sobre a possibilidade de ser a primeira prefeita do Recife, ela diz que “já está mais do que na hora” e que a capital precisa da “sensibilidade e cuidado da gestão feminina”. 

Outras pastas foram discutidas durante a conversa. Para saber de todas as propostas do candidata, assista à entrevista completa, no canal do LeiaJá no YouTube:

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