Dia da Corrupção: práticas vão além do meio político

As ações de corrupção vão desde pequenos delitos, como furto e suborno, até grandes operações feitas por líderes políticos. De toda forma, corromper afeta diretamente o bem-estar de uma sociedade

por Francine Nascimento seg, 09/12/2019 - 09:00
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Nesta segunda-feira (9), é celebrado o Dia Internacional contra a Corrupção, cuja data foi instituída pela Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, assinada pelo Brasil e mais de 100 países em 2003. No Brasil, país que está entre as 100 nações mais corruptas do mundo, segundo o ranking Índice de Percepção de Corrupção (CPI – Corruption Perceptions Index), publicado em janeiro deste ano pela ONG Transparência Internacional. A prática de corrupção é associada pelos brasileiros ao campo campo político. Atualmente, dez leis anticorrupção vigoram no país.

A corrupção na sua essência, trata-se das ações de suborno ou qualquer outra em que o objetivo é tirar vantagem em benefício de si próprio ou de outras pessoas. Tal ato, não implica bem-estar da sociedade, afetando setores importantes como a economia, a educação, saúde e segurança. Um exemplo são os “famosos” desvios de verba pública, que independem se o país é democrático ou não. 

Ainda no caso dos políticos, corromper faz gerar nos povos uma descrença geral nos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. De acordo com o Barômetro Global da Corrupção -operado pela ONG Transparência Internacional-, mais da metade dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou no país e cerca de 90% avalia a corrupção como um problema muito maior do que se imagina. Contudo, quando o assunto é a corrupção realizada por pessoas comuns, os dados mostram que se corromper não é característica só dos políticos. 40% da população já recebeu propina em troca de votos e 11% já admitiu ter pagado para poder utilizar serviços públicos.

Na opinião do professor e cientista político Antônio Henrique Lucena, a corrupção, seja feita por políticos ou pelos cidadãos, interfere nas relações de confiança. Há países, segundo ele, cujo nível de corrupção é tão baixo que as pessoas realmente confiam umas nas outras. "Existe um termo técnico chamado 'social trust', que é a confiança social. Um exemplo: aqui no Brasil e outros países da América Latina, é muito comum nos supermercados terem sistemas eletrônicos para evitar furtos e tudo mais. Nos país de alto nível de social trust, como a Noruega, não há absolutamente nada que regule isso, porque o nível de corrupção é muito baixo. É uma sociedade que respeita as regras, que respeita as normas", explica.

A corrupção vai além dos lugares de poder. Pequenos atos do dia a dia como: furar filas de banco, subornar um vendedor, entrar no transporte público sem pagar são todos exemplos de corrupção, os quais as pessoas comuns ou não identificam como sendo corrupção ou se sabem, não admitem que pratica.

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