Fundo Eleitoral de R$ 3,8 bi será custeado por ministérios
O aumento de 120% gerou indignação devido à possibilidade do corte recursos de pastas essenciais como Saúde, Educação e Infraestrutura
O aumento significativo do Fundo Eleitoral para R$ 3,8 bilhões, aprovado no relatório preliminar do Projeto Lei Orçamentária de 2020, vem causando indignação da população e de especialistas. Isso porque, caso passe nas próximas votações, o reajuste de 120% será bancado por recursos da Saúde, Educação e Infraestrutura.
A decisão ainda será submetida a duas votações. No entanto, já conta com apoio massivo da classe política, independente de partido ou linha ideológica. Apenas o Novo, PSOL e Cidadania se mostram contrários. Um levantamento informal da Presidência da Câmara calcula que cerca de 430 dos 513 deputados e, 62 dos 81 senadores, apoiem o aumento do dinheiro público para financiar candidaturas.
Enquanto o Governo havia proposto R$ 2 bilhões, os parlamentares pediram o dobro -R$ 4 bilhões. Porém, o relator do projeto Domingos Neto (PSD), freou a expectativa e decidiu que o fundo será pago com cortes de ministérios. Saúde sofreu uma redução de R$ 500 milhões, Infraestrutura perdeu R$ 380 milhões e a Educação teve corte de R$ 280 milhões.
Vale destacar que além do Fundo Eleitoral, a União arca mensalmente com uma generosa fatia do Fundo Partidário. O valor serve para custear despesas como água, luz, aluguel, impulsionamento de propaganda na internet, compra de passagens aéreas para não filiados e contratação de funcionários. À nível de compreensão, o PSL - maior partido na Câmara - receberá durante os próximos quatro anos aproximadamente R$ 1 bilhão.