Bolsonaro escolhe caminho do confronto baixo, diz Molon
Líder da oposição lamentou reação do presidente sobre a fala da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet
Líder da oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon (PSB) criticou, nesta quarta-feira (4), a forma como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu à declaração da ex-presidente do Chile e alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, que alertou sobre “uma redução do espaço cívico e democrático” no Brasil.
Bolsonaro rebateu a fala de Bachelet dizendo que a agenda de direitos humanos, a qual defende, era de “bandidos” e atacando o pai dela, Alberto Bachelet, morto pela ditadura militar chilena em 1974.
A postura do presidente foi lamentada por Alessandro Molon em publicação no Twitter. O líder oposicionista salientou que a atitude de Bolsonaro era uma vergonha para o país.
“É lamentável que o presidente não consiga encarar críticas de forma republicana. Em vez da diplomacia, ele escolhe o caminho da agressividade, do confronto baixo, e não perde a oportunidade de elogiar ditaduras, reforçando seu viés autoritário. Uma vergonha pra nossa democracia!”, escreveu o pessebista.
Esta é a segunda vez que Jair Bolsonaro responde uma crítica atacando o pai de uma autoridade que foi morto por algum regime militar. O mesmo aconteceu com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que, após se colocar contra a quebra de sigilo telefônico do advogado de Adélio Bispo, autor da facada contra ele em setembro de 2018, teve o pai, Fernando Santa Cruz, atacado por Bolsonaro. Fernando foi morto na época da ditadura militar no Brasil.