No Recife, políticos endossam ato por Fernando Santa Cruz
Figuras conhecidas na política pernambucana marcaram presença no ato em memória de Fernando Santa Cruz e em repúdio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL)
Políticos, advogados, integrantes de partidos políticos, amigos e familiares de Fernando Santa Cruz se reuniram no emblemático monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, área central do Recife, para fazer um ato em memória do militante desaparecido na época da ditadura militar e em forma de repúdio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Além de Marcelo Santa Cruz, irmão de Fernando e tio do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, figuras políticas conhecidas no estado de Pernambuco discursaram e expressaram suas opiniões sobre o que foi dito por Bolsonaro.
O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB) defendeu sua ideia de que Bolsonaro é um homem perigoso. “Quando a gente pensa que já viveu tudo, nos aparece um psicopata comandando o país e ainda ostentando a faixa presidencial. Isso torna nosso desafio gigante porque ele é um homem altamente perigoso. Eu convivi durante alguns anos com ele na Câmara dos Deputados e ele era uma figura obscura, que não participava de nada”, alegou.
Calheiros também comentou sobre a relação de pobres e ricos no Brasil. “A elite brasileira não gosta do país, gostaria de ter nascido nos Estados Unidos. Essa elite é perversa e se apoia em qualquer um. Essa luta pela democracia e por valores mais elementares não é uma luta só nossa, tem que ser uma luta da esmagadora maioria da sociedade brasileira”, disse.
A co-deputada do mandato coletivo Juntas, Robeyonce Lima (PSOL), levantou a bandeira da união. “Nesse momento a gente precisa unir nossas vozes nesse contexto de ameaça às democracias. A gente não pode se calar e nem admitir essa falta de respeito e esse deboche que o Bolsonaro vem tratando uma causa tão importante. Estamos aqui demonstrando apoio e solidariedade a essa luta em respeito à nossa história é nossa luta”, pontuou a parlamentar.
Já o deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo (PCdoB), relatou a banalidade como são tratados os casos de violência no país. “Milhares de companheiros tem sofrido de violência, tortura e morte por alguma causa. Mas nós sabemos que há um militante que chega a usar sua vida por uma causa para transformar o mundo e esse foi Fernando. Isso é um gesto da maior relevância e que nos fica como exemplo de luta e resistência”, lembrou.
João Paulo também fez críticas ao modo de governo de Bolsonaro. “Ele é um processo de destruição total das conquistas do nosso povo: na cultura, na liberdade, na economia. O tratamento que as elites tão dando ao povo brasileiro é um tratamento de inimigos de classe”, avaliou.
A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), disse que será aberta uma representação à Comissão de Ética contra o presidente Bolsonaro. “Apesar do debate parecer óbvio, nós estamos diante de um presidente que trata as questões humanas de maneira repugnante e não considera aspectos que são tão caros a qualquer pessoa, que são o direito à vida e o direito à lutar pela liberdade. Ele age como se fosse acima da lei, acima das constituições. Os partidos políticos vão se reunir na próxima semana e vão fazer uma representação à Comissão de Ética para que ele pague por isso”, afirmou.
O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), o vereador Ivan Moraes (PSOL), a candidata ao governo de Pernambuco nas eleições de 2018 pelo PSOL, Dani Portela, e o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, Áureo Cisneiros, também estiveram presentes no ato.