Pimentel abre vaga para PSB em MG e Paulo aguarda PT em PE
Os dois governadores conversaram sobre o assunto durante a passagem do mineiro pelo Recife, mas declararam, nesta sexta-feira (18), que a decisão final ficará a cargo das direções estadual e nacional
Costuras, sinalizações e gestos têm feito parte da agenda entre PSB e PT nos últimos tempos, em prol de uma aliança dos partidos em Minas Gerais e Pernambuco, apesar disso, ainda não há previsão de uma decisão concreta sobre o assunto. Os governadores dos dois estados Fernando Pimentel (PT) e Paulo Câmara (PSB), respectivamente, travaram uma conversa sobre o assunto durante a passagem do mineiro pelo Recife, mas declararam, nesta sexta-feira (18), que a decisão final ficará a cargo das direções estadual e nacional.
No estado, Paulo Câmara busca o apoio petista para a reeleição e, com isso, a eventual candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo seria rifada. O mesmo, só que no sentido inverso, acontece em Minas. Pimentel anseia ter os pessebistas endossando seu palanque, contudo isso impossibilitaria a postulação do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) ao cargo.
Questionado sobre o que ficou alinhado durante a conversa que teve com Paulo, Fernando Pimentel deixou claro que o interesse da aliança é mútuo. "Essa é uma questão que os partidos estão decidindo. Temos interesse em fazer uma aliança com o PSB em Minas e sei que o PT aqui tem a possibilidade de firmar uma aliança com Paulo Câmara. Conversamos, mas vamos delegar as declarações sobre isso aos partidos", afirmou o mineiro que veio a Pernambuco para participar do Fórum dos Governadores do Nordeste sobre o Rio São Francisco, que tem a nascente naquele estado.
Paulo seguiu a mesma linha e reforçou que o PSB busca alianças com partidos de centro-esquerda. "O PSB já colocou isso muito claramente, quer se coligar com partidos neste campo... Estamos conversando com uma ala do PT e esperamos que o PT resolva pela aliança", observou o governador pernambucano.
Como Paulo Câmara já salientou a possibilidade de ter o senador Humberto Costa (PT) na majoritária, Pimentel também disse que há espaços para o PSB na chapa em Minas. "Creio que sim, quem tem que falar sobre isso são as direções dos partidos. O PSB tem destaque em Minas com quadros como Márcio Lacerda", disse.
Pendências nacionais
Mesmo com a disposição dos dois líderes, há pendências nacionais que podem dificultar as alianças. Uma delas é a negativa de setores do PSB em apoiar integralmente a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a defesa de que a legenda seja vice no palanque do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Tal vaga, inclusive, vem sendo cogitada para Márcio Lacerda.
Indagado se preferia que o PSB estivesse ao lado de Lula ou com Ciro, Paulo desconversou. "Prefiro que o Brasil e a esquerda consigam uma unidade. Que haja uma unidade de pensamento e de projeto que possa se chegar no nome que agrade e seja consenso entre todos nós", salientou. "Temos tempo para conversar. O PSB vai estar com tudo aquilo que planejou, ou seja, vai fazer aliança com partidos que pensam um país mais igual", completou.
Ao fazer uma análise do quadro, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) disse que a tendência da legenda pessebista é de que o alinhamento diante da disputa presidencial venha da direção nacional.
"Não vamos liberar estados,vamos apoiar uma candidatura", garantiu Coutinho. "Vou subir no palanque que o meu partido apoiar", completou, pontuando que se o PSB apoiar Ciro não apresentará dissidência. Coutinho é aliado de primeira hora do PT na Paraíba.