Em PE, paralisação contra reforma da Previdência é menor
Presidente da CUT no estado, Carlos Veras (PT), disse que “se a votação fosse hoje ou amanhã não estaria passando nada” nas estradas e a adesão dos trabalhadores seria maior
Mesmo sem uma nova data para a votação da reforma da Previdência, centrais sindicais e movimentos que integram as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, além de partidos políticos, realizam manifestações em todo o país nesta segunda-feira (19). Em Pernambuco, na manhã de hoje, o reflexo do Dia Nacional de Paralisação teve uma dimensão menor do que em edições anteriores quando diversos pontos de rodovias federais no estado eram fechados por manifestantes e serviços paralisados.
Desta vez, apenas um ponto da BR-101 no Recife, próximo ao terminal integrado do Barro, foi fechado. Além disso, as agências Previdência Social na capital pernambucana, em Caruaru e Petrolina amanheceram com portas fechadas; um grupo de trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, paralisou as atividades, bem como profissionais de educação e bancários.
“Não nos mobilizamos na mesma dimensão porque a votação acabou não rolando hoje nem está prevista para amanhã, mas é um recado para Michel Temer de que toda vez que ele colocar a reforma para votar, nós vamos parar o Brasil. Com certeza se fossem votar amanhã não estava passando nada, estaria tudo parado”, justificou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), Carlos Veras (PT).
De acordo com ele, apesar da dimensão menor, “as pessoas estão se mobilizando nos locais de trabalho” e é preciso “continuar vigilante, atento e pressionando” os deputados para que não aprovem a reforma da Previdência.
O projeto que atualiza as regras previdenciárias estava previsto para entrar em análise na Câmara dos Deputados nesta segunda, mas na última sexta-feira (16) o presidente Michel Temer (MDB) assinou um decreto que prevê uma intervenção federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro.
O decreto precisa ser aprovado no Congresso Nacional para se tornar válido e o texto deve ir ao plenário da Câmara hoje para depois seguir para o Senado. Durante a vigência do decreto, segundo a Constituição Federal, a legislação não pode sofrer emendas, o que adia a análise da reforma.
“Temer não tem maioria hoje para aprovar a reforma e o decreto foi uma saída para ele não votar o texto, mas a qualquer momento pode conseguir e suspender o decreto para votar e sancionar as mudanças. Ele está testando o tempo todo, está tentando vencer pelo cansaço, mas estamos vigilantes”, observou Carlos Veras.
À tarde, a partir das 15h, um ato político deve culminar o Dia Nacional de Paralisação em Pernambuco. Manifestação será no Parque 13 de maio.