Na defesa à CCJ, Temer volta a questionar gravação
O áudio é o pilar da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusa o peemedebista de ser o destinatário dos R$ 500 mil dados pela JBS
O advogado do presidente Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, entregou nesta quarta-feira (5), à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, a defesa do mandatário contra a acusação de corrupção passiva feita pelo Ministério Público Federal.
As alegações foram protocoladas já no segundo dos 10 dias de prazo que o peemedebista tinha para se defender na CCJ, que dará agora cinco sessões parlamentares para o relator do caso, deputado Sergio Zveiter (PMDB-MG), apresentar seu parecer.
Pelas declarações do advogado de Temer, a defesa deve seguir na linha de questionar a gravação feita pelo empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, de uma conversa com o presidente no Palácio do Jaburu, em março passado.
O áudio é o pilar da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusa o peemedebista de ser o destinatário dos R$ 500 mil dados pela JBS ao ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures. Segundo Mariz, a gravação é "tecnicamente duvidosa" e "ilícita". Uma perícia encomendada pela Polícia Federal não encontrou indícios de edição no áudio.
Depois de votado na CCJ, o relatório de Zveiter será debatido em plenário, onde precisará do apoio de dois terços dos deputados para ser aprovado. O objetivo do Palácio do Planalto é concluir essa etapa o mais rapidamente possível, para evitar que fatos novos diminuam os votos do governo no Congresso.
Em seguida, a denúncia seguiria para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde os 11 ministros decidiriam se Temer deve virar réu.
Se isso acontecer, o peemedebista ficará afastado da Presidência da República por até 180 dias, sendo substituído interinamente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Caso Temer seja condenado pelo STF, Maia terá até 30 dias para convocar eleições indiretas.