"Legalização do aborto aumentará a irresponsabilidade"
A vereadora Michele Collins comentou sobre o sorteio realizado no STF, nesta quarta (15), para a escolha do relator que irá discutir a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestão
A vereadora do Recife Michele Collins (PP) tem uma posição enfática quando se trata sobe o aborto, que diz ser “terminantemente” contra. Ela, em entrevista ao LeiaJá, nesta quarta-feira (15), reafirmou sua convicção ao comentar sobre a escolha da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, que foi sorteada hoje, para ser relatora da ação protocolada pelo PSOL e o Instituto Anis, uma organização não governamental, que buscam descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestão, em qualquer contexto.
Collins declarou que é contra o aborto até nos casos permitidos no Brasil que são quando a gestação representa um risco para a vida da mulher, estupro ou anencefalia do feto. “Já vi muito médico que diz para a mulher, nesses casos, abortar e que não abortou e ela ficou bem e a criança nasceu bem e não teve problema nenhum”, contou.
A parlamentar acredita que se o aborto foi legalizado, a irresponsabilidade vai aumentar. “Se 500 mil mulheres praticaram o aborto, em 2015, sendo crime imagina, se for liberado, a irresponsabilidade que vai ser porque tem muita gente irresponsável que faz sexo de todo jeito sem proteção e engravida. Quantas mil mulheres vão fazer aborto? É muito fácil chegar e tirar. Imagina a irresponsabilidade que vai ser, principalmente, se for liberado e financiado pelo SUS. É uma questão muito séria”, argumentou.
Questionada quando a gravidez for consequência de uma violência sexual, a missionária declarou que entende que é uma situação difícil. “Que não crie, que não cuide, que coloque em um abrigo, pois tem tanta gente querendo adotar uma criança. Tem uma fila enorme de famílias querendo adotar crianças, mas que não mate. A gente sabe que é algo indesejável, mas eu sou contra o aborto de qualquer forma. Já vi vários casos, não tem justificativa tirar a vida de uma criança inocente. Sou a favor da vida em qualquer caso”.
Collins frisou que o trabalho será intensificado com a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Vida salientando que é preciso se unir e que a vida não tem bandeira nem religiosa e nem política. “Já existe a frente na Alepe que, inclusive, o meu marido é presidente. Também tem em Brasília. Vamos nos unir em todas as instâncias, com organizações e com pessoas que são a favor da vida. A Comissão de Legislação e Justiça da Câmara já aprovou a criação da frente e agora segue para ser votado no plenário”.
Julgamento
A ministra Rosa Weber já havia se manifestado, em novembro do ano passado, favorável à descriminalização do aborto, em qualquer caso, nos três primeiros meses de gestação. “Eu acho um absurdo sem tamanho um partido político, uma ONG e uma ministra decidir a vida das pessoas. Isso é um absurdo, que não tem tamanho. Eu já estou me mobilizando com várias pessoas para fortalecer nossa posição de forma que chegue até ela e vote contra, que permaneça crime”, criticou a vereadora.
Michele Collins disse que a representatividade dos ministros do STF é muito pequena diante da gravidade do assunto. Ela justificou que eles [ministros] não foram escolhidos pelo povo e que, dessa forma, não podem tomar uma decisão “tão importante”. Ela ainda pontuou que o STF tem tomado algumas decisões que não concorda, que seria de competência do Congresso Nacional.
“No caso do aborto, a população que tem que decidir e, tenho certeza, que a maioria da população é contra. É um grupo muito pequeno que é a favor. Então, o que a gente puder fazer para chamar atenção, mandar recado, a gente vai fazer. É inadmissível. Não aceito isso e não estou sozinha não. Eu represento um grupo muito grande de pessoas e organizações que estão se unindo para lutar contra”, avisou.