Para os recifenses caixa-dois representa corrupção

Para os 96,9% dos entrevistados pelo Instituto de Pesquisa Uninassau, caixa-dois está associado à esquemas de corrupção. A pesquisa foi divulgada neste domingo (25)

por Taciana Carvalho sab, 24/12/2016 - 12:00

O caixa 2, expressão utilizada quando uma verba é desviada, não contabilizada e não declarada aos órgãos de fiscalização competentes do Poder Executivo, ou seja, um instrumento utilizado para sonegação fiscal, tem sido um tema recorrente com as investigações da Operação Lava Jato. O assunto também esteve presente no levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Uninassau, divulgado neste sábado (24). No estudo, os recifenses foram questionados se o caixa 2 representa ato de corrupção. Entre os entrevistados, 96,9% disse que sim enquanto 3,1% não soube ou não quis responder. 

Já o percentual dos que afirmaram conhecer o significado do “uso do caixa-dois” em campanha eleitoral chega a 77,9% e 20,2% dos entrevistados desconhecem o termo e 1,9% não soube ou não quis responder. 

Uma situação hipotética foi perguntada pelo Instituto Uninassau aos entrevistados: se eles acreditavam que era corrupção uma empresa financiar a campanha de um candidato e pedir que os recursos doados não fossem comunicados à Justiça Eleitoral. Para 90,3%, o empresário e o político estariam cometendo ato de corrupção, 6,4% disseram que não e 3,3% não souberam ou não quiseram responder.

O coordenador do Instituto de Pesquisa Uninassau, o cientista político Adriano Oliveira, explica que o caixa 2 não necessariamente é produto de propina. “Caixa 2 não é, necessariamente, propina, é transgressão, mas não é propina. É transgressão porque eu não declarei e a lei determina que o que eu gasto na campanha, eu tenho que declarar, mas não é propina necessariamente. Os indivíduos condenam o caixa 2 e condenam os políticos, mas transgridem no dia a dia e não observam que essa prática de transgressão interfere no funcionamento da sociedade”. 

Apesar disso, Adriano explica que a população condena a prática e a associa com ato de corrupção. “Isso mostra que a narrativa da Operação Lava Jato venceu, que é a condenação do caixa 2 , que é considerado corrupção, do mesmo modo a não declaração. Essa não declaração mostra a necessidade de uma reforma política, que é o financiamento público. Não existe mais espaço para o financiamento empresarial”, declarou. 

 

 

 

 

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