Gilmar diz que não se deve canonizar membros da Lava Jato
Durante evento, o ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STF) Gilmar Mendes disse que é um dos maiores defensores da Lava Jato. “Daí a canonizá-los, vai uma distância”, declarou
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, parece mesmo que não está preocupado com a repercussão de seus pronunciamentos polêmicos e nem tampouco da nota divulgada pela Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, cujo conteúdo critica a sua postura e afirma que o magistrado usa a imprensa para “tecer juízos depreciativos no âmbito da Lava Jato”. Nesta sexta (16), durante evento, o ministro disse que não se pode "canonizar" os integrantes da força-tarefa da Lava Jato.
Foi perguntado a Gilmar Mendes a sua opinião sobre a Operação. Ele se disse um dos maiores defensores, mas que mantém posição crítica em relação às medidas contra a corrupção. “Não concordo quando os membros da Lava Jato decidem assumir o papel de legislador, aí claro que eu sou crítico. Examinei essas propostas e critiquei a que acabava com habeas corpus. O cidadão que assinou isso obviamente não sabe que ele próprio está correndo risco se a proposta for aprovada”, disse.
“Acho que a Lava Jato cumpre papel importantíssimo. Disse isso no Congresso Nacional. Só vamos ter reforma política graças à Lava Jato, que colocou todo o sistema político e o sistema econômico-financeiro exposto. Essa é uma grande vitória. Daí a canonizá-los, a deificá-los (endeusá-los), vai uma distância”, acrescentou.
Na última quinta-feira (15), na nota divulgada pelos juízes criticando Gilmar, eles pediram para que “enquanto permanecer magistrado da mais alta Corte do país, a sociedade brasileira espera que ele se comporte como tal”.
Ainda ironizaram. "Nada impede que o Ministro Gilmar Mendes, preferindo a função de comentarista à de magistrado, renuncie à toga e vá exercer livremente sua liberdade de expressão, como cidadão, em qualquer dos veículos da imprensa, comentando - aí já sem as restrições que o cargo de juiz necessariamente lhe impõe - o acerto ou desacerto de toda e qualquer decisão judicial".